quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Funai investiga suposta matança de índios praticada por traficantes peruanos


     Narcotraficantes peruanos são suspeitos de terem invadido recentemente uma base da Fundação Nacional do Índio (Funai) em uma remota região da Amazônia brasileira e praticado uma chacina. Policiais federais e funcionários da Funai, que foram até a base na semana passada, encontraram uma ponta de flecha característica da tribo em um acampamento mantido pelos traficantes, próximo à fronteira com o Peru. 
     A tribo era uma das últimas da Amazônia ainda sem contato com o homem branco. Os índios, de uma etnia não conhecida, ficaram mundialmente "famosos" em 2008, quando um grupo deles foi fotografado e filmado pela primeira vez. Até agora, nenhum índio foi encontrado desde então — vivo ou morto. 
     — A flecha é como a carteira de identidade dos isolados. Achamos que os peruanos fizeram correria (expressão que definia as matanças de indígenas praticadas no século 19 por grandes proprietários de terra da região).  Essa situação pode ser um dos maiores golpes já visto nos trabalhos de proteção dos isolados das últimas décadas — afirmou Carlos Travassos, coordenador-geral de Índios Isolados e Recente Contato da Funai, que está no local.
     Os conflitos na região começaram no final de julho, quando a base da Funai, às margens do Rio Xinaneque a 32 quilômetros da fronteira do Peru e a cinco dias de barco do município de Feijó (AC), foi invadida e saqueada por traficantes peruanos, logo depois que a equipe da Funai e da Envira deixaram o local, por segurança. 
     A Funai comunicou a invasão ao Ministério da Justiça, que ofereceu apoio da Polícia Federal na mobilização. A área é de difícil acesso e somente uma semana depois da invasão foi possível iniciar a operação, realizada pelo Comando de Operações Táticas (COT) e pela Coordenadoria de Aviação Operacional (CAOP) na área, com o apoio logístico do governo do Acre e do Exército. 
     A equipe da base ainda está vasculhando a região e encontrou trilhas recentes, que devem ter sido feitas pelos traficantes.

Fonte: ZERO HORA

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