Cavalinho teria sido assassinado por estar na companhia do alvo,
informou o Delegado
A investigação referente ao duplo homicídio ocorrido no início
de agosto, que vitimou Eduardo Rafael Nassif, 32 anos, e Siomar Alberto de
Lima, 47 anos, concluiu que o crime foi praticado no dia 06 de agosto por duas
pessoas. Um homem, de 31 anos, que está preso desde o dia 18 de agosto, e um
adolescente, que reside na Região Metropolitana.
A ordem para a execução partiu de um detento que está no
Presídio Estadual de Montenegro, município distante a 391 km de Santo Augusto.
Ele é santo-augustense, mas estava residindo há dois anos em Campo Bom, quando
foi preso por tráfico de drogas em 2016.
O mandante teria ordenado que Siomar fosse executado em virtude
de dívidas de drogas. A Polícia Civil não conseguiu apurar o valor exato da
dívida, que seria em torno de R$ 30 mil, proveniente de quando Siomar estava
preso. Além dessa dívida, o que teria sido crucial para que o presidiário
determinasse a morte de Siomar, foi por ele ter roubado, recentemente, uma
quantia de drogas que pertencia ao traficante.
Em Coletiva de Imprensa, o Delegado, Gustavo Fleury, informou
que Siomar foi morto com, aproximadamente, 25 facadas, dentro da residência do
suspeito, que vendia drogas a mando do presidiário. O ponto de drogas estava
localizado na Rua Leopoldo Pommer. Depois de morto, o corpo foi levado para um
matagal nos fundos da residência, onde foi carbonizado.
Ainda de acordo com o Delegado, durante a investigação,
concluiu-se que o alvo era Siomar. Eduardo, popular cavalinho, foi morto porque
estava junto de Siomar. Cavalinho teria sido retirado da residência com vida,
levado até uma lavoura, nas proximidades do bairro Tiradentes, e sido executado
com dois tiros na cabeça. Posteriormente, o executor retornou ao bairro Santo
Antônio, para matar, junto com o segundo executor, Siomar.
Questionado sobre o motivo que levou Siomar e Cavalinho até a
residência do suspeito, Fleury disse que ambos eram “amigos” e costumavam se
reunir nessa residência para consumir drogas. O Delegado acredita que Siomar
não imaginava que pudesse ser morto em razão da sua dívida ou de que não sabia
da relação dos executores com o mandante.
O ponto chave para que a polícia elucidasse o duplo homicídio
foi à apreensão do celular do proprietário da residência onde os crimes
aconteceram. Nele, a polícia recuperou arquivos de áudios, que mostraram
diálogos entre os executores e o mandante, afirmou o Delegado.
Relembre
A investigação da Polícia Civil concluiu que Eduardo e Siomar
saíram juntos da casa de Eduardo, localizada no bairro Santo Antônio, no dia 06
de agosto, e foram até a residência do suspeito, no mesmo bairro. O local era
um ponto de tráfico.
Testemunhas afirmaram que ambos entraram na residência e não
foram mais vistos. Na mesma noite, relatos de vizinhos apontaram que gritos de
pedidos de socorro foram ouvidos, no entanto, nenhum tiro.
Com base nisso, a Polícia acredita que Eduardo tenha sido
retirado do local com vida, foi levado até a lavoura e executado. Testemunhas
afirmaram terem ouvido tiros nas proximidades do local da execução. Ele foi
encontrado morto no dia 11 de agosto, por populares.
Como existia a suspeita de que o corpo de Siomar estivesse nas
proximidades da residência, o Corpo de Bombeiros de Santa Maria foi acionado no
dia 15 de agosto, e veio ao município com cachorros treinados para encontrar
cadáveres. Os animais encontraram o corpo de Siomar, carbonizado, a cerca de 20
metros da residência do suspeito.
Perícia
Com autorização da Justiça, a Polícia Civil acionou o Instituto
Geral de Perícias – IGP e ingressou na residência do suspeito. Os peritos
encontraram vestígios de sangue no local. O resultado ainda não foi entregue à
polícia, mas com ele, será possível identificar se o material coletado é de
umas das vítimas.
Além disso, a polícia também apreendeu o celular do proprietário
da casa e uma faca utilizada no crime.
Postado por: Maira Kempf
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