Penitenciária tem cerca de 1.150 presos em um espaço com
capacidade total para 620
A
Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, cidade ao lado de
Natal, registra nesta sábado, mais um capítulo da guerra entre
facções com a morte de ao menos 10 presos. Segundo a assessoria do governo
estadual, trata-se de uma disputa entre as facções Primeiro Comando da Capital
(PCC) e Sindicato do Crime RN.
Maior
penitenciária do Rio Grande do Norte, Alcaçuz tem cerca de 1.150 presos em um
espaço com capacidade total para 620.
O motim
começou por volta das 16h30 e ainda não foi controlado pelas autoridades
estaduais. Os presos teriam invadido o pavilhão 1 e o 5. O pavilhão 5 é uma
unidade separada e que faz parte do Complexo de Alcaçuz. Atuam no Rio Grande do
Norte, além do Primeiro Comando da Capital (PCC), o Sindicato do Crime do RN,
rival do grupo paulista e mais próximo da Família do Norte e Comando Vermelho.
Em
Alcaçuz, segundo fonte ouvida pelo Estado, os pavilhões 1,2,3 e 4 são dominados
pelo Sindicato do Crime RN e o 5 encontra-se com presos com algum tipo de
ligação o PCC.
O
Batalhão de Choque e o Bope estão no local para tentar conter a rebelião. O governo
um grupo de gerenciamento de crise para acompanhar a rebelião com integrantes
de todas as forças de segurança do estado e Ministério Público. O grupo,
segundo a assessoria do governo, vai trabalhar em regime de plantão para tentar
reverter a situação de descontrole dentro do sistema prisional.
A
rebelião é mais um capítulo da guerra entre facções criminosas dentro de
presídios, que ganhou força na virada do ano com a morte de 56 presos no
Complexo Penitenciário Anísio Jobim, em Manaus, e, cinco dias depois, a matança
de 31 detentos na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (PAMC), em Boa Vista,
Roraima.
Segundo
Wellington Camilo da Silva, major da Polícia Militar, os detentos invadiram uma
sala do presídio onde eram guardados os armamentos e tomaram conta da prisão.
Os rebelados cortaram a energia do local, dificultando a visão e a atuação da
polícia. “Neste momento não há condições de a polícia entrar no local. São mais
de mil presos, todos fora de suas celas e alguns deles armados. O que estamos
fazendo agora é uma ação para evitar uma fuga em massa desses presos”, disse
Silva.
Segundo
ele, há informações de que presos foram mutilados, como nos dois massacres
deste ano. “É uma rebelião no estilo do que ocorreu em Manaus no início do
ano”, disse.
Ainda de
acordo com Silva, familiares dos presos estão no local em busca de informação,
mas foram isolados do presídio por causa do risco de fuga.
Resistência
O
Sindicato RN faz parte de um novo fenômeno que autoridades do Norte e Nordeste
vêm enfrentando. São criminosos que se uniram em resistência ao crescimento do
PCC de São Paulo em seus Estados. O PCC atua no Rio Grande do Norte desde 2010
e o Ministério Público Estadual estima que tenha entre 200 e 300 integrantes
nos presídios do Estado.
Entre
julho e agosto de 2016, o Sindicato foi apontado como responsável por 108
ataques, em 38 cidades, contra a instalação de bloqueadores de celular nas
penitenciárias. As autoridades estimam que a facção tenha ao menos mil
integrantes.
ESTADÃO conteúdo
Correio
do Povo
Atualização:
22:56
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