Justiça considerou que homem foi vítima de 'armação cinematográfica'.
Homem foi flagrado com
drogas após denúncia anônima; caso foi armado.
José Luiz da Silva Bueno, de
45 anos, ficou preso injustamente por 100 dias (Foto: Carlos Santos/G1)
O comerciante José Luiz
da Silva Bueno, que ficou preso injustamente
por 100 dias acusado de tráfico de drogas, foi absolvido pela Justiça. A sentença foi dada
na última pela sexta-feira (20) pelo juiz Luiz Henrique Antico, que considerou
o caso uma 'armação cinematográfica' contra o comerciante.
O caso aconteceu em março de 2016 em Roseira (SP), quando um cerco policial foi montado após a denúncia anônima de que o comerciante estaria transportando drogas. Com ele, foram apreendidos cem pinos de cocaína escondidos no banco do veículo, além de R$ 1.137 em dinheiro.
O comerciante foi preso em flagrante e só foi colocado em liberdade depois de uma apuração a Polícia Civil que apontou inconsistências no caso. O homem ficou 100 dias preso. O juiz Luiz Henrique Antico considerou que José Bueno foi vítima de armação.
"A droga realmente não pertencia ao acusado e fora colocada em seu veículo justamente para incriminá-lo, em comportamento abjeto e criminoso, que mais se assemelha a um roteiro de filme, cujas consequências, nada fictícias, foram trágicas ao inocente acusado", diz trecho da decisão.
Absolvido cerca de dez meses depois da prisão, o comerciante comemorou a decisão da Justiça e afirmou que espera punição para quem armou o flagrante contra ele. "Eu sempre soube que era inocente, isso não muda quem eu sou ou como minha família me vê. Estive tranquilo sobre as acusações. O que isso muda é que hoje eu tenho justiça, porque com a minha inocência, alguém vai ser responsabilizado por essa armação", disse.
Morador de Roseira, cidade com pouco mais de 10 mil habitantes, ele diz que, mesmo com a decisão favorável, foi forçado a fechar seu comércio e deixar o município, o que deve acontecer no início de fevereiro.
"A cidade é pequena e todos sabem da minha prisão. O que poucos sabem é que eu fui inocentado. Com a dúvida, as pessoas não confiam mais em contratar meus serviços e não tenho mais como manter minha família".
Apesar do impacto da prisão, o advogado de José Luiz, Marcelo Galvão, disse que o comerciante não pode entrar com processo por danos contra o Estado ou os órgãos que levaram a prisão dele porque não houve erro na condução dos fatos. A defesa informou que vai pedir indenização pelos danos aos envolvidos na armação.
"Eu ganhei minha liberdade, mas a sensação com a conclusão desse processo é de perda. Minha vida foi transformada por uma injustiça e ninguém pode mudar isso", disse.
Armação
De acordo com a investigação da Polícia Civil, dois dias antes do flagrante, um jovem fingiu ser cliente e contratou a instalação de uma antena de TV a cabo da empresa da vítima. O flagrante foi encomendado por outro comerciante por R$ 2 mil, motivado por ciúmes.
Em depoimento, ele alegou que José Luiz havia se aproximado de sua esposa. A vítima nega. O comerciante ficou preso até o fim da apuração da polícia e depois disso foi posto em liberdade provisória até a decisão do juiz.
O caso aconteceu em março de 2016 em Roseira (SP), quando um cerco policial foi montado após a denúncia anônima de que o comerciante estaria transportando drogas. Com ele, foram apreendidos cem pinos de cocaína escondidos no banco do veículo, além de R$ 1.137 em dinheiro.
O comerciante foi preso em flagrante e só foi colocado em liberdade depois de uma apuração a Polícia Civil que apontou inconsistências no caso. O homem ficou 100 dias preso. O juiz Luiz Henrique Antico considerou que José Bueno foi vítima de armação.
"A droga realmente não pertencia ao acusado e fora colocada em seu veículo justamente para incriminá-lo, em comportamento abjeto e criminoso, que mais se assemelha a um roteiro de filme, cujas consequências, nada fictícias, foram trágicas ao inocente acusado", diz trecho da decisão.
Absolvido cerca de dez meses depois da prisão, o comerciante comemorou a decisão da Justiça e afirmou que espera punição para quem armou o flagrante contra ele. "Eu sempre soube que era inocente, isso não muda quem eu sou ou como minha família me vê. Estive tranquilo sobre as acusações. O que isso muda é que hoje eu tenho justiça, porque com a minha inocência, alguém vai ser responsabilizado por essa armação", disse.
Morador de Roseira, cidade com pouco mais de 10 mil habitantes, ele diz que, mesmo com a decisão favorável, foi forçado a fechar seu comércio e deixar o município, o que deve acontecer no início de fevereiro.
"A cidade é pequena e todos sabem da minha prisão. O que poucos sabem é que eu fui inocentado. Com a dúvida, as pessoas não confiam mais em contratar meus serviços e não tenho mais como manter minha família".
Apesar do impacto da prisão, o advogado de José Luiz, Marcelo Galvão, disse que o comerciante não pode entrar com processo por danos contra o Estado ou os órgãos que levaram a prisão dele porque não houve erro na condução dos fatos. A defesa informou que vai pedir indenização pelos danos aos envolvidos na armação.
"Eu ganhei minha liberdade, mas a sensação com a conclusão desse processo é de perda. Minha vida foi transformada por uma injustiça e ninguém pode mudar isso", disse.
Armação
De acordo com a investigação da Polícia Civil, dois dias antes do flagrante, um jovem fingiu ser cliente e contratou a instalação de uma antena de TV a cabo da empresa da vítima. O flagrante foi encomendado por outro comerciante por R$ 2 mil, motivado por ciúmes.
Em depoimento, ele alegou que José Luiz havia se aproximado de sua esposa. A vítima nega. O comerciante ficou preso até o fim da apuração da polícia e depois disso foi posto em liberdade provisória até a decisão do juiz.
Poliana
Casemiro
Do G1 Vale do Paraíba e Região
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