sábado, 28 de janeiro de 2017

Carceragens de Porto Alegre e Região Metropolitana correm risco de rebeliões

Algumas delegacias restringiram atendimento ao público por como prevenção de ataques

DPPA de Canoas restringiu atendimento ao público como medida de segurança | Foto: Guilherme Testa
   DPPA de Canoas restringiu atendimento ao público como medida de segurança | Foto: Guilherme Testa

Superlotadas, com mais de cem presos, as carceragens das delegacias de Porto Alegre e da Região Metropolitana correm o perigo de que ocorram rebeliões, resgates de criminosos e fugas. O alerta é da Ugeirm Sindicato, que representa os agentes. O clima permanece tenso nesses locais.

O vice-presidente da entidade, Fábio Castro, confirmou nesta sexta-feira a descoberta de uma tentativa de fuga na cela da DP de Charqueadas. Após o início de um tumulto, três presos foram flagrados cavando um buraco para fugir. Na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) de Canoas, com três celas, foi frustrado um plano de fuga em massa, envolvendo cerca de 20 criminosos recolhidos nessa delegacia, situada na Central de Polícia. A ideia era render um agente. “Alguns dos presos estão desde o início do mês”, observou o dirigente sindical, acrescentando que medidas preventivas foram adotadas na delegacia, como restrição ao atendimento ao público e a porta da frente do prédio sempre chaveada no período noturno.

Castro avaliou que a situação é de risco tanto para os poucos policias civis dos plantões como para a própria sociedade. “Celas não são presídios”, enfatizou. O vice-presidente da entidade ressaltou que o ônibus Trovão Azul, estacionado em um pavilhão da Polícia Civil no bairro Navegantes, na Capital, está com sua capacidade esgotada.

O vice-presidente da Ugeirm lembrou que as condições de permanência nas celas das delegacias são precárias, sobretudo em termos de higiene e alimentação. Para manter o ambiente em níveis suportáveis, os agentes de plantão têm providenciado banhos de mangueira para os detidos. A comida, por sua vez, é fornecida pelos parentes dos presos, pois os policiais não têm condições de garantir a alimentação. Na terça-feira, na DPPA de Canoas, alguns presos fizeram greve de fome.

No caso da DP de Charqueadas e demais delegacias da região, como em São Jerônimo e Butiá, muitos agentes foram deslocados para a Operação Verão ou estão de férias, situação agravada pela aposentadoria de outros colegas. “É o caos”, resumiu Castro.

O secretário de Segurança Pública, Cezar Schirmer, revelou que o primeiro prédio da Central de Triagem de Porto Alegre, com 84 vagas, no bairro Partenon, deve ficar pronto antes de 15 de fevereiro. As obras estão sendo executadas pelo Exército. Para Castro, a Central de Triagem será inaugurada já lotada e novamente o problema se repetirá nas carceragens da Polícia Civil.


Fonte: Correio do Povo

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