Membros das duas facções se enfrentaram com paus e pedras, no
presídio de Alcaçuz
Governador do RN pede "envio imediato"
de tropas a Natal | Foto: Andressa Anholete / AFP / CP
O
governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, pediu nesta quinta-feira o
"envio imediato" de tropas federais a Natal, capital do estado, confrontada
com uma rebelião carcerária e
distúrbios provocados pela guerra entre facções criminosas. "Fiz um pedido
ao ministro da Justiça, Alexandre Moraes, para conversar com o presidente
Michel Temer, que só ele pode autorizar, o envio imediato, para esta
quinta-feira, das Forças Armadas: do Exército, da Marinha, para ocupar as ruas
de Natal", disse o governador, em declarações à rádio CBN.
"Estão
tocando fogo em ônibus como retaliação pelo governo ter decidido separar dentro
dos presídios o PCC do sindicato RN", afirmou Faria. "A
situação se tornou muito mais grave do que estava até ontem, se agravou a
partir de ontem à noite. Então, precisamos de um socorro do governo federal de
imediato", acrescentou.
Membros
das duas facções se enfrentaram em uma batalha campal, com paus e pedras, no
presídio de Alcaçuz, em Natal, onde no fim de semana 26
presos foram mortos em um brutal acerto de contas, informaram
jornalistas da AFP. A maioria dos mortos pertencia ao chamado Sindicato do
Crime RN, confrontado ao Primeiro Comando da Capital (PCC), principal facção do
crime organizado no Brasil.
A polícia
entrou na quarta-feira a este presídio superlotado, com cerca de 1.200
detentos, de onde retirou 220, pertencentes ao Sindicato do Crime RN, para
levá-los a outra prisão, a fim de aliviar a tensão. Mas o deslocamento gerou
descontentamento entre os membros das facções. À noite, houve distúrbios em
Natal e outras cinco cidades - com incêndio em ônibus e ataques a prédios
públicos - assim como um início de rebelião em outro presídio, na localidade de
Caicó, que deixou um morto e cinco feridos, informaram fontes oficiais. Segundo
Robinson Faria, os atos de violência são obra das duas facções criminosas. "Ambos
estão retaliando o governo", afirmou.
AFP
Correio
do Povo
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