Hospital de Caridade foi absolvido/Foto: Rodrigo Oliveira/Arquivo/TP News
A 10ª Câmara Cível do Tribunal de
Justiça do Rio Grande do Sul – TJRS condenou o médico Leandro Boldrini, pai do menino
Bernardo, por erro médico. Leandro foi sentenciado em
1º grau por um erro durante retirada de uma pedra
na vesícula. Sua colega, Jeane Cristina Ribeiro Rino Guimarães, também foi condenada pelo mesmo erro. As informações
são do TJ–RS.
A autora da ação afirmou que foi
vítima de erro médico em função da perfuração de seu esôfago durante ato de
intubação para cirurgia de retirada de pedra na vesícula, realizada pelos
médicos Leandro Boldrini e Jeane Cristina Ribeiro Rino Guimarães, no Hospital
de Caridade de Três Passos.
Conforme relato da
paciente, dois dias após
sair do hospital, teve que retornar em função de fortes dores, sendo internada
na UTI. Após, foi transferida para o Hospital de Clínicas de Porto Alegre
(HCPA) onde foi submetida a nova cirurgia de urgência, ficando internada
durante dois meses.
Os exames apontaram a perfuração do
esôfago durante a cirurgia realizada em Três
Passos. A paciente ficou
com graves sequelas em função da constatação tardia do problema. Também houve
descolamento de pele das suas costas, uma vez que ficou por muito tempo deitada
no hospital e no tratamento havia troca constante de curativos, que sua dieta
tem que ser controlada por uma equipe de nutrição e que após um ano da última
cirurgia, teve que se submeter a novo procedimento para reconstrução do
esôfago.
Na 1ª Vara Judicial da Comarca de Três
Passos, o pedido foi considerado procedente pelo Juiz Marcos Luís Agostini e os
médicos, o hospital e o Serviço de Anestesiologia Três Passos Ltda. foram
condenados solidariamente ao pagamento de cerca de R$ 10 mil por danos materiais
emergentes, pensão mensal vitalícia mensal desde a data do fato no valor de um
salário mínimo nacional, R$ 70 mil por danos morais e R$ 30 mil por danos
estéticos, além do pagamento de outras despesas necessárias ao tratamento de
saúde da autora.
Os réus, o hospital e a clínica de
anestesiologia recorreram da sentença. No TJ-RS,
o relator do processo foi o Desembargador Paulo Roberto Lessa Franz, que
absolveu o hospital e manteve a condenação dos réus e da clínica de
anestesiologia.
Entenda o Caso Bernardo
Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos,
desapareceu no dia 4 de abril, em Três Passos. Dez dias depois, o corpo do
menino foi encontrado no interior de Frederico Westphalen, dentro de um saco
plástico, enterrado às margens de um rio. Foram presos o médico Leandro
Boldrini, a madrasta Graciele Ugulini e uma terceira pessoa, identificada como
Edelvânia Wirganovicz. Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvânia, também foi
preso acusado de participar da ocultação do cadáver. Os quatro foram indiciados
e irão a julgamento.
Fonte:
Três Passos News
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