quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Campo Novo sediou Conferência Territorial de Políticas para as Mulheres no Território da Cidadania Noroeste Colonial



Com representantes de 20 municípios do Noroeste gaúcho, aconteceu na quarta-feira (16/09), em Campo Novo, a 1ª Conferência Territorial de Políticas para as Mulheres no Território da Cidadania Noroeste Colonial. Por meio das conferências, que se realizam no País até dezembro, o Governo Federal espera enriquecer a pauta nacional e qualificar as políticas públicas em favor da mulher, por isso o tema “Mais Direitos, Participação e Poder para as Mulheres”.

“É um privilégio sediar este evento”, disse o prefeito Antônio Sartori. A expectativa é que as conferências, a exemplo da que transcorreu em Campo Novo, sirvam para trazer à tona no país reivindicações que serão apreciadas em março do ano que vem, em Brasília, durante a 4ª Conferência Nacional de Políticas para Mulheres.

Participaram da conferência em Campo Novo trabalhadoras do meio rural e da cidade, instituições governamentais e não governamentais, além de redes de proteção em defesa da mulher.

Ao saudar as mulheres, o coordenador do Colegiado de Desenvolvimento Territorial, que funciona no âmbito do Território da Cidadania Noroeste Colonial, Airton Cossetin, disse que uma sociedade mais igualitária precisa ter mais mulheres em cargos públicos. Em Ajuricaba, onde ele é o prefeito, o cargo de vice é ocupado por uma mulher e na Câmara Municipal de Vereadores, há três vereadoras entre os seis legisladores municipais.

Na visão da presidente do Colegiado dos Gestores Municipais de Assistência Social, Laura Kuhn, entidade que reúne 21 municípios da região Celeiro, o trabalho da mulher não é valorizado. “A diferença salarial ainda é muito grande entre homens e mulheres”, lamentou Laura. De acordo com ela, mesmo quando desempenham a mesma função, o homem normalmente é melhor remunerado.

A professora do curso de Direito da Universidade Regional do Noroeste do Rio Grande do Sul (Unijuí), Joice Nielsson, ofereceu alguns motivos para explicar por que as mulheres se ausentam dos espaços públicos, como associações de municípios, Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar), Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), entre outros, onde as decisões são tomadas. Desde que estão na barriga da mãe, comparou Joice, os papéis sociais já serão traçados para meninas e meninos. O quarto cor de rosa e a boneca em oposição ao quarto pintado de azul, com carrinhos, reforçam a ideia de que o espaço das garotas é dentro de casa e o dos garotos é o mundo. “Não sejamos ingênuos em acreditar que o outro lado, o que detém o poder, vai abrir mão disso”, disse a professora da Unijuí.

Joice também ofereceu algumas alternativas para virar este jogo: refletir a desigualdade de gênero dentro de casa e na escola. “Quando a escola proíbe o uso de saias ela não está ensinando os meninos a respeitarem as mulheres que estão de pernas de fora, mas ensinando a culpar as mulheres pela falta de respeito dos homens”, exemplificou Joice.

O Rural
Representante da Emater/RS-Ascar na conferência, o gerente regional Carlos Turra, disse que depende das mulheres solucionar um dos problemas mundiais, a produção de alimentos para as próximas décadas. Turra deixou claro que a Emater/RS-Ascar se soma aos seus parceiros na defesa da igualdade de gênero e expressa isso em três diretrizes institucionais: defesa e garantia dos direitos, inclusão social e produtiva e inclusão socioambiental.

Em sintonia com o que disse Turra, a representante Nacional das Mulheres Indígenas, Brasília Ribeiro, motivou as mulheres, não somente a produzir alimentos, mas a rejeitar os agrotóxicos e os transgênicos, segundo ela, ameaças à saúde e à biodiversidade. “Tudo o que está na terra é nosso alimento”, disse a Kaingang Brasília.

Eixos
A conferência realizada em Campo Novo orientou-se por quatro eixos, que serão debatidos em Brasília, na Conferência Nacional, em março do ano que vem: contribuição dos conselhos dos direitos da mulher e dos movimentos feministas e de mulheres para a efetivação da igualdade de direitos e oportunidades para as mulheres em sua diversidade e especificidades: avanços e desafios; estruturas institucionais e políticas públicas desenvolvidas para as mulheres no âmbito municipal, estadual e federal: avanços e desafios; sistema político com participação das mulheres e igualdade: recomendações; e sistema Nacional de Políticas para as Mulheres: subsídios e recomendações.

São promotores da 1ª Conferência Territorial de Políticas para as Mulheres no Território da Cidadania Noroeste Colonial, a Universidade Federal de Santa Maria (Ufsm), Governo Federal e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Apoiam a iniciativa o Colegiado de Desenvolvimento Territorial, Fetag, Unicruz, Unijuí, Emater/RS-Ascar, Prefeitura de Campo Novo e Fetraf-Sul.


Fonte: Cleuza Noal Brutti - assessoria de comunicação Emater-RS/Ascar - Regional Ijuí
Rádio Alto Uruguai

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