São três anos de história, muito trabalho e os mais variados
sentimentos na arquibancada, na maioria das vezes, passadas pelo torcedor
Jonathan Pertile
(Foto: Fábio Pelinson)
Uma das grandes dúvidas que pairavam sobre os idealizadores do
União Frederiquense de Futebol, em 2010, era em relação a torcida. Embora o
otimismo estivesse presente, os torcedores iriam aos jogos? Apoiariam o time?
Vestiriam realmente a camiseta? Pois bem, o clube completa hoje, 3 de agosto,
três anos da sua fundação, a parte mais “burocrática” da história. Depois
vieram as escolhas do nome, do escudo, das cores, do uniforme, do hino, e
muitas das respostas esperadas pelos fundadores já foram dadas.
Como um bom filho, o União tem crescido neste meio tempo. Já
foram três temporadas de Divisão de Acesso e de muitas alegrias, tristezas,
emoções e aprendizados. Se o resultado não vinha dentro de campo, a torcida
chiava na arquibancada, mas que bom que ela estava lá. Sim, e estava lá em bom
número, sempre. Com chuva, time em crise – como aconteceu esse ano – e os
torcedores estavam lá, mesmo assim, em centenas.
Pouco importa investimentos astronômicos, atletas renomados ou
grandes promessas se a torcida, alma do time, não estiver na arquibancada. Isso
soa até como crítica a times que surgiram em outros Estados, apenas com fins
lucrativos, mas que na “cancha” não tem ninguém sofrendo junto. Em Frederico
Westphalen é diferente. Desde o início ela estava lá, sedenta de um clube de
futebol profissional, de uma diversão para o final de semana. E essa
brincadeira virou amor, afinal, quando os sentimentos de alegria, tristeza,
ódio e euforia se misturam em noventa minutos, passa a não ser apenas 11 contra
11, é algo mais.
Um dos personagens que faz parte desta história de três anos do
União Frederiquense é Jonathan Pertile. O funcionário público, de 25 anos, assumiu o verde, branco e
vermelho. Colocou o escudo no peito e não tirou mais. “Meu
primeiro contato com o União foi quando o pessoal resolveu criar o time para
disputar a Divisão de Acesso. Eu, como sou um apaixonado pelo futebol, comecei
a gostar da ideia, e desde então surgiu essa paixão pelo União”, ressalta o
torcedor.
Pertile passou da arquibancada para um verdadeiro “amigo fiel” do
clube, acompanhando a delegação sempre, inclusive nos jogos longe do Vermelhão
da Colina. “Eu sempre estive junto, tanto que eu sou conselheiro do clube,
por sempre estar junto. Acho que é o papel do conselheiro estar presente, não
só na época de aprovar os processos, e sim vendo o que é o União, o que
acontece por trás, isso eu sempre gostei, sempre quis ter contato”, comenta.
O início
“No primeiro ano foi montado o time, só faltava uma coisa, a
torcida. Mas FW é uma cidade apaixonada por futebol, que vive o futebol. Eu
queria tanto fazer parte do União, que eu resolvi criar a torcida Loucos da
Colina. Acabou no último ano, mas foi uma boa experiência com o pessoal. Mas a
torcida no geral foi fundamental, foi um espelho nesses três anos, pela
quantidade de torcedores, tanto que muito jogador vem para cá devido à
torcida”.
Os jogos fora de casa
“Eu acho que eu não fui só para Pelotas e Rio Grande, no resto,
já cruzei o Estado no meio nesses três anos. Mas com certeza, o mais tenso foi
o primeiro jogo da história do União fora de casa, em Santo Ângelo. A torcida
chegou um pouco com os ânimos exaltados, aí houve um tumulto lá”.
O jogo mais emocionante
“Foi o jogo contra o Riopardense aqui, que a gente precisava de
uma vitória. Com chuva, campo alagado, e o Rodrigo Vareta fez o gol aos 49
minutos. Essa foi a vitória mais comemorada”.
A maior decepção
“Sem dúvida o jogo contra o Guarany de Camaquã. Acho que foi
muito excesso de confiança. O União tinha o melhor time para subir, e acho que
tudo que se gerou, em um time de apenas dois anos acabou criando um excesso de
confiança”.
Esses três anos de time
“O União, como o Grêmio e Inter, é uma história. O começo
é assim, com derrotas, vitórias. Tivemos uma derrota, que para mim, no futebol,
nunca havia sentido tanto, que foi o jogo contra o Camaquã. Mas acredito que é
nessas situações que o torcedor tem que se agarrar mais. É sempre na derrota
que a gente vê o verdadeiro torcedor”.
Jonathan Pertile é um dos torcedores que
acompanha o União desde a fundação do clube
Fonte: Fábio Pelinson | Jornal O Alto Uruguai
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