Policiais militares usaram spray de pimenta e
foram atingidos por pedradas.
Pelo menos um manifestante foi
detido; um PM ficou ferido na boca.
Policiais e manifestantes se
enfrentam durante protesto na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro
(Foto: Marcos de Paula/Estadão
Conteúdo)
Uma manifestação que
começou pacífica e teve mais de 700 pessoas para pressionar o Ministério
Público do Rio a investigar gastos públicos do governador Sérgio Cabral teve
seu momento mais tenso num confronto na Câmara Municipal, no Centro, que foi
invadida por volta das 21h desta quarta-feira (31). O local é simbólico, já que
após o recesso parlamentar, vereadores vão abrir a CPI do Ônibus — cujo aumento da tarifa foi o estopim dos protestos começados em junho.
O ato começou pacífico por volta das 16h, mas uma segunda
invasão da Casa às 22h30 provocou violência. Quando o primeiro grupo que havia
ocupado a Câmara anunciou a saída pela porta lateral, conduzido pela PM de
forma pacífica, os manifestantes que estavam na entrada principal se revoltaram
e arrombaram a porta. Para esvaziar a Casa, policiais usaram spray de pimenta e
golpes de cassetete. Bombas caseiras e pedras portuguesas foram atiradas como
revide.
Terminado o ato, por volta de meia-noite de quinta-feira (1º),
cerca de 70 pessoas partiram para o Leblon rumo a casa do governador Sérgio
Cabral, onde um outro grupo realiza o "Ocupa
Cabral".
Na Cinelândia, durante o confronto, algumas pessoas ficaram
feridas e pelo menos três delas foram atendidas por médicos voluntários. Um
policial militar recebeu uma pedrada na boca e um jovem foi detido. Dentro do
carro da PM, ele informou que seria levado para a 5ª DP (Mem de Sá). Até 23h30,
a Polícia Civil não havia confirmado a entrada dele.
Intitulado “MP, de que lado você está?”, o ato tinha como principal
missão pressionar o Ministério Público a questionar as viagens de helicóptero do governador e analisar as contas públicas, o que
poderia levar Cabral ao impeachment — desejo repetido nas bandeiras "Fora,
Cabral". Além disso, o protesto pedia aprofundamento na investigação da
conduta policial em relação à série de manifestações.
Protestos violentos e a "nova PM"
No último dos atos violentos, no dia (22) da chegada do Papa
Francisco ao Brasil, o jovem Bruno Teles foi preso acusado de ter
atirado um explosivo contra policiais. Imagens da internet, no entanto,
mostraram o jovem desarmado no momento da agressão e seu caso foi arquivado. Na
ocasião, oito jovens foram detidos. Após este ato, um grupo de PMs, que usam uniformes
com identificações de letras e números (os “alfa-numéricos”, como já são chamados),
sem nomes, foi montado especialmente para acompanhar as manifestações,
caminhando juntos com o grupo e tentando dialogar.
Policial, ao centro, reage
após ser atingido dentro da Câmara por um objeto lançado por manifestantes.
Foto: Felipe Dana/AP)
Fonte:
Gabriel Barreira e Isabela Marinho | Do G1 Rio
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