De acordo com a categoria, somente serviços de
urgência e emergência não serão afetados
Ampla maioria optou pela paralisaçãoFoto: Jefferson Bernardes/Preview.com / Divulgação
Médicos reunidos na noite de terça-feira, em Porto Alegre,
aprovaram paralisação das atividades nos dias 30 e 31. A decisão, tomada em
assembleia no auditório da Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amrigs), é
uma resposta aos investimentos em saúde no país (considerados baixos), ao
programa Mais Médicos e
aos vetos da presidente Dilma Rousseff à Lei do Ato Médico.
O encontro se iniciou com os participantes se posicionando sobre
a interrupção das atividades por dois dias. À esquerda dos representantes de
entidades médicas, falaram ao microfone os que são a favor. À direita, os
contrários, que temem repúdio da população ao ato.
— Não estamos preparados politicamente para fazer isso — disse
um médico aposentado do Hospital de Pronto Socorro (HPS).
O grupo pró-paralisação enfileirou uma série de razões para
optar pelo "sim" na votação que ocorreria na sequência. As mais repetidas
foram mostrar a insatisfação com as atitudes do governo federal e buscar o
apoio da população para a causa. Um profissional chegou a sugerir a criação de
um partido político dos médicos — proposta que irritou parte da plateia.
Presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers),
Paulo de Argollo Mendes garantiu que os serviços de urgência e emergência não
serão afetados. Os demais atendimentos serão mantidos parcialmente, exigindo a
remarcação de consultas e procedimentos.
— Praticamente por unanimidade, a assembleia decidiu pela
paralisação, em sintonia com a decisão das entidades nacionais. A população
pode ficar absolutamente tranquila. Das consultas agendadas, daquilo que não é
urgente, apenas 50% será transferido — disse, acrescentando que a orientação
serve para que todos os médicos, incluindo os que não atendem pelo Sistema
Único de Saúde (SUS).
A decisão foi domada no mesmo dia em que a Justiça Federal
estabeleceu o prazo de 72 horas para que a Advocacia-Geral da União se
manifeste a respeito do programa Mais Médicos, em resposta à ação civil pública
apresentada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). O programa pretende fixar
médicos brasileiros e estrangeiros no interior do país e nas periferias,
dispensando revalidação do diploma para graduados no Exterior. Outro ponto da
mesma Medida Provisória que institui o Mais Médicos é a ampliação de
seis para oito anos dos cursos de Medicina.
Fonte: ZERO HORA
Nenhum comentário:
Postar um comentário