Secretário de Segurança afirmou que ligações telefônicas serão analisadas.
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Reprodução
O secretário de
Segurança Pública de Goiás, Joaquim Mesquita, esteve na Delegacia de
Investigação de Homicídios (DIH), em Goiânia, e falou sobre os próximos passos
a serem dados durante as investigações sobre o assassinato do cronista
esportivo Valério Luiz. Na tarde de sábado (2), a Polícia Civil prendeu o
empresário e ex-vice-presidente do Atlético-GO Maurício Sampaio, suspeito de
ser o principal mandante do assassinato. O interrogatório do suspeito está previsto
para a manhã de segunda-feira (4).
“Nós vamos agora aos
interrogatórios e as análises dos materiais apreendidos durante as buscas,
análises de vínculo, enfim, análises de extrato de ligações telefônicas, de
dados e registros de informações, que vão permitir a conclusão das
investigações e o encaminhamento do caso ao Poder Judiciário”, diz Joaquim
Mesquita.
O G1 tenta contato com a defesa de Maurício
Sampaio. Procurado pela reportagem do G1, o irmão do empresário não quis
comentar o assunto.
No sábado, a polícia
também apreendeu novos objetos para complementar as investigações. Uma moto e
um capacete foram levados para a delegacia e podem ter sido usados pelo
atirador na hora do crime. A arma usada na execução ainda não foi encontrada.
O ex-vice-presidente
do Atlético foi alvo de duras críticas de Valério Luiz. Nos programas de rádio
e de televisão dos quais participava, o cronista criticou várias vezes a
atuação da diretoria atleticana. As emissoras
onde ele trabalhava, inclusive, estavam proibidas de entrar na sede do clube.
De acordo com o
delegado da Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH) Hellyton Carvalho, um
dos responsáveis pela investigação, a prisão de Maurício Sampaio foi motivada
pelo depoimento de um dos três suspeitos de executarem o crime. Um açougueiro,
um policial militar e um suposto funcionário de Maurício Sampaio foram presos
na manhã de sexta-feira (1º). De acordo com
a polícia, o açogueiro confessou ter atirado no cronista.
O delegado afirmou
que o açougueiro forneceu informações importantes que apontam o
ex-vice-presidente como o principal mandante da execução. “Nesse momento, ele
realmente é o principal suspeito de ser o mandante. E, se for confirmada essa
participação, ele irá responder sob prisão provisória até a decisão da Justiça.
Não podemos dar mais detalhes para não atrapalhar as investigações”, declara o
delegado.
Segundo a Polícia
Civil, Maurício Sampaio está detido em uma cela especial na Delegacia de
Investigação de Homicídios, onde deve prestar esclarecimentos na próxima
segunda-feira (4). “Ele nega participação no crime, mas estamos investigando o
caso para concluí-lo o mais rápido possível”, enfatiza o delegado Hellyton
Carvalho.
Em agosto do ano passado, o ex-dirigente do Atlético-GO
prestou depoimento sobre o caso e negou relação com o assassinato. "O depoimento dele acrescentou
muito nas investigações. Ele disse que tomou conhecimento do assassinato
através da imprensa e que não tinha nenhuma relação com ele. Ele estava
tranquilo, calmo, e foi chamado aqui só como testemunha mesmo. Nós o chamamos
pelos comentários que o Valério fazia e pela carta que foi endereçada aos
veículos onde Valério trabalhava" explicou na época a delegada Adriana
Ribeiro.
Valério Luiz foi morto a
tiros, em Goiânia
(Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
(Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
Execução
O radialista Valério
Luiz, de 49 anos, filho do também comentarista esportivo Manoel de Oliveira,
conhecido como Mané de Oliveira, foi assassinado, na tarde do dia 5 de julho do
ano passado, quando saía da rádio onde trabalhava, na Rua C-38, Setor Serrinha,
em Goiânia. Segundo as investigações, uma
moto se aproximou e disparou seis tiros contra a vítima.
Valério chegou a ser
socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas não
resistiu aos ferimentos e morreu no local. O cronista esportivo faria 50 anos
no último mês de dezembro.
Prisões
De acordo com a
delegada Flávia Andrade, da Delegacia Investigações de Homicídios, na linha de
participação na morte do cronista esportivo estão o executor e o homem que
teria contratado o serviço. A terceira pessoa presa na sexta-feira é um
policial militar suspeito de atrapalhar as investigações. Detido na Academia da
Polícia Militar (PM), durante o depoimento, ele preferiu não se pronunciar.
Na sexta, a polícia
não havia divulgado oficialmente o nome do suspeito de encomendar o homicídio.
"Com relação ao mandante do crime, a gente tem informação passada pelo
açougueiro apenas de que o contratante comentou com ele que o crime havia sido encomendado
pelo patrão, porém sem citar nomes", explicou a delegada.
Ex-dirigente do Atlético
havia prestado depoimento em agosto de 2012 (Foto: Diomício Gomes/O Popular)
O homem suspeito de
contratar o açougueiro a mando do patrão prestou depoimento na sexta e negou
participação no crime. Questionado se trabalhava para um ex-dirigente do
Atlético-GO, respondeu que não.
À polícia, o suspeito
de contratar o homem que teria atirado em Valério Luiz contou que mora na casa
do ex-vice-presidente do Atlético-GO, Maurício Sampaio, mas não como
funcionário e sim devido a uma relação de amizade. O imóvel, no Setor Serrinha,
fica quase em frente à Rádio Jornal 820 AM, onde Valério trabalhava, e próximo
à cena do crime.
De acordo com
promotor do Ministério Público Paulo Santos, que acompanhou o depoimento, ele
não paga aluguel para morar na casa, situada em uma das regiões mais nobres de
Goiânia. "Ele cuida das piscinas e disse que tantos os caminhões dele
quanto os caminhões do Maurício ficam lá", relatou.
Flávia Andrade
confirmou o fato de o preso morar quase em frente à cena do crime. "O
suspeito, por ter uma relação íntima de amizade e negociação com Maurício
Sampaio, ficava na casa, não pagava aluguel e tomava conta da
propriedade", afirmou a delegada.
Fonte:
Do G1 GO
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