domingo, 3 de fevereiro de 2013

Ex-dirigente do Atlético-GO deverá ser interrogado na segunda-feira

Maurício Sampaio é suspeito de mandar executar jornalista Valério Luiz.
Secretário de Segurança afirmou que ligações telefônicas serão analisadas.
   Foto: Reprodução

     O secretário de Segurança Pública de Goiás, Joaquim Mesquita, esteve na Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH), em Goiânia, e falou sobre os próximos passos a serem dados durante as investigações sobre o assassinato do cronista esportivo Valério Luiz. Na tarde de sábado (2), a Polícia Civil prendeu o empresário e ex-vice-presidente do Atlético-GO Maurício Sampaio, suspeito de ser o principal mandante do assassinato. O interrogatório do suspeito está previsto para a manhã de segunda-feira (4).

     “Nós vamos agora aos interrogatórios e as análises dos materiais apreendidos durante as buscas, análises de vínculo, enfim, análises de extrato de ligações telefônicas, de dados e registros de informações, que vão permitir a conclusão das investigações e o encaminhamento do caso ao Poder Judiciário”, diz Joaquim Mesquita.

     O G1 tenta contato com a defesa de Maurício Sampaio. Procurado pela reportagem do G1, o irmão do empresário não quis comentar o assunto.

     No sábado, a polícia também apreendeu novos objetos para complementar as investigações. Uma moto e um capacete foram levados para a delegacia e podem ter sido usados pelo atirador na hora do crime. A arma usada na execução ainda não foi encontrada.

     O ex-vice-presidente do Atlético foi alvo de duras críticas de Valério Luiz. Nos programas de rádio e de televisão dos quais participava, o cronista criticou várias vezes a atuação da diretoria atleticana. As emissoras onde ele trabalhava, inclusive, estavam proibidas de entrar na sede do clube.

     De acordo com o delegado da Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH) Hellyton Carvalho, um dos responsáveis pela investigação, a prisão de Maurício Sampaio foi motivada pelo depoimento de um dos três suspeitos de executarem o crime. Um açougueiro, um policial militar e um suposto funcionário de Maurício Sampaio foram presos na manhã de sexta-feira (1º). De acordo com a polícia, o açogueiro confessou ter atirado no cronista. 

     O delegado afirmou que o açougueiro forneceu informações importantes que apontam o ex-vice-presidente como o principal mandante da execução. “Nesse momento, ele realmente é o principal suspeito de ser o mandante. E, se for confirmada essa participação, ele irá responder sob prisão provisória até a decisão da Justiça. Não podemos dar mais detalhes para não atrapalhar as investigações”, declara o delegado.

     Segundo a Polícia Civil, Maurício Sampaio está detido em uma cela especial na Delegacia de Investigação de Homicídios, onde deve prestar esclarecimentos na próxima segunda-feira (4). “Ele nega participação no crime, mas estamos investigando o caso para concluí-lo o mais rápido possível”, enfatiza o delegado Hellyton Carvalho.

     Em agosto do ano passado, o ex-dirigente do Atlético-GO prestou depoimento sobre o caso e negou relação com o assassinato. "O depoimento dele acrescentou muito nas investigações. Ele disse que tomou conhecimento do assassinato através da imprensa e que não tinha nenhuma relação com ele. Ele estava tranquilo, calmo, e foi chamado aqui só como testemunha mesmo. Nós o chamamos pelos comentários que o Valério fazia e pela carta que foi endereçada aos veículos onde Valério trabalhava" explicou na época a delegada Adriana Ribeiro.

Valério Luiz foi morto a tiros, em Goiânia (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
   Valério Luiz foi morto a tiros, em Goiânia
   (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

Execução
 
     O radialista Valério Luiz, de 49 anos, filho do também comentarista esportivo Manoel de Oliveira, conhecido como Mané de Oliveira, foi assassinado, na tarde do dia 5 de julho do ano passado, quando saía da rádio onde trabalhava, na Rua C-38, Setor Serrinha, em Goiânia. Segundo as investigações, uma moto se aproximou e disparou seis tiros contra a vítima.

     Valério chegou a ser socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas não resistiu aos ferimentos e morreu no local. O cronista esportivo faria 50 anos no último mês de dezembro.

Prisões

     De acordo com a delegada Flávia Andrade, da Delegacia Investigações de Homicídios, na linha de participação na morte do cronista esportivo estão o executor e o homem que teria contratado o serviço. A terceira pessoa presa na sexta-feira é um policial militar suspeito de atrapalhar as investigações. Detido na Academia da Polícia Militar (PM), durante o depoimento, ele preferiu não se pronunciar.

     Na sexta, a polícia não havia divulgado oficialmente o nome do suspeito de encomendar o homicídio. "Com relação ao mandante do crime, a gente tem informação passada pelo açougueiro apenas de que o contratante comentou com ele que o crime havia sido encomendado pelo patrão, porém sem citar nomes", explicou a delegada.

Ex-dirigente do Atlético-GO havia prestado depoimento em agosto de 2012, Goiás (Foto: Diomício Gomes/O Popular) 
   Ex-dirigente do Atlético havia prestado depoimento em agosto de 2012 (Foto: Diomício Gomes/O Popular)

     O homem suspeito de contratar o açougueiro a mando do patrão prestou depoimento na sexta e negou participação no crime. Questionado se trabalhava para um ex-dirigente do Atlético-GO, respondeu que não.

     À polícia, o suspeito de contratar o homem que teria atirado em Valério Luiz contou que mora na casa do ex-vice-presidente do Atlético-GO, Maurício Sampaio, mas não como funcionário e sim devido a uma relação de amizade. O imóvel, no Setor Serrinha, fica quase em frente à Rádio Jornal 820 AM, onde Valério trabalhava, e próximo à cena do crime.

     De acordo com promotor do Ministério Público Paulo Santos, que acompanhou o depoimento, ele não paga aluguel para morar na casa, situada em uma das regiões mais nobres de Goiânia. "Ele cuida das piscinas e disse que tantos os caminhões dele quanto os caminhões do Maurício ficam lá", relatou.

     Flávia Andrade confirmou o fato de o preso morar quase em frente à cena do crime. "O suspeito, por ter uma relação íntima de amizade e negociação com Maurício Sampaio, ficava na casa, não pagava aluguel e tomava conta da propriedade", afirmou a delegada.

Fonte: Do G1 GO

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