Ele e a namorada foram queimados com
álcool; suspeita teria ciúmes do casal.
Flávio e a namorada
Mikaelly, que acabou morrendo
(Foto: Reprodução/Facebook)
Depois de ficar duas
semanas internado no Hospital de Queimaduras de Goiânia, Flávio Eduardo da
Silva Alves, de 33 anos, falou pela primeira vez nesta terça-feira (19) sobre o
crime que o deixou ferido e matou sua namorada, Mikaelly Moreira Nunes, de 23
anos. Em entrevista ao G1,
ele afirma que luta para superar a ausência da garota: "Tento suportar
cada dia que passa".
Durante uma festa no
dia 26 de janeiro, em uma chácara de Caldazinha, segundo a polícia,
uma jovem de 20 anos teria jogado álcool no casal e ateado fogo em seguida.
Flávio sobreviveu, mas a namorada morreu quatro dias depois, após ficar
internada no Hospital Geral de Goiânia.
Supervisor de
condomínio, Flávio conta que sente muita saudade da namorada e que soube de sua
morte pela televisão. "Fiquei chateado porque ela era minha companheira e
amiga", afirma. Os dois namoravam havia cerca de cinco meses. Sobre a
jovem suspeita de ter cometido o crime, ele garante: "Só tenho pena dela.
Quero que a justiça seja feita".
Flávio explicou que
no dia em que o crime ocorreu estava em Bonfinópolis, a
35 km de Goiânia, onde mora, aguardando a namorada, que residia em Guapó, distante
73 km da cidade de Flávio. A festa na chácara de um tio de Mikaelly já estava
marcada e ambos iriam para lá.
Flávio lembrou que
Mikaelly foi primeiro para a chácara com uma tia. "Estava em um bar com um
amigo e combinei de encontra-la lá mais tarde", conta. Quando chegou ao
local, ele disse que ficou por cerca de 30 minutos. No momento em que iria sair
para comprar bebida e comida, a suspeita do crime chegou. "Ela me disse
para tirar a Mikaelly de lá em cinco segundos", lembra.
Flávio conta que ela
entrou em um quarto e quando voltou, estava com uma vasilha de sorvete cheia de
álcool e a atirou, já fumegante, no casal, que estava sozinho na área da
chácara.
Flávio se recorda que
neste momento saiu correndo e pulou em uma represa para apagar o fogo. Quando
voltou, viu o corpo da namorada queimado. Ele e a tia da jovem foram então a um
posto de saúde e, de lá, para hospitais em Goiânia.
Assim como uma tia de Mikaelly, que afirmou que o crime teria sido
premeditado, Flávio também acredita que a suspeita agiu de forma
planejada. "Na chácara não tinha álcool e o fogão usado lá era elétrico.
Acredito que ela levou o fósforo, o álcool e vasilha dentro da mochila. Tudo
foi premeditado", repetiu.
Suspeita de colocar fogo no
casal está presa
(Foto: Reprodução/TV
Anhanguera)
Flávio admitiu que
certa vez teve um envolvimento de poucos dias com a suspeita, mas que o romance
nunca foi levado adiante. De acordo com ele, a jovem começou a implicar com
Mikaelly. "Acho que ela pegou raiva dela, ou tinha ciúmes, não sei
direito. Mas ela ficava fazendo intriga. Dizia 'Nossa, que menina chata'".
Presa desde o dia 31 de janeiro, a garota de 20 anos
negou que tenha ateado fogo no casal de namorados e alegou ter sido agredida
pela vítima. Para
revidar, a suspeita diz que pegou um copo que estava sobre a mesa e jogou no
casal. Por coincidência, garante, o recipiente tinha álcool. Ela contou que
caiu no chão com o soco de Mickaelly e que, quando percebeu, tudo estava
pegando fogo.
Medo
Há dez dias, Flávio
teve alta médica, mas ainda tem que ir ao hospital em dias alternados para
fazer curativos nos ferimentos na região do tórax, braços e face, além de fazer
fisioterapia em casa. Ele espera que em até 60 dias as queimaduras já estejam
cicatrizadas e ele possa voltar a viver normalmente.
Flávio disse que tem
medo que a suspeita possa sair da prisão por ser ré primária. O supervisor de
condomínio comentou que tem medo de que ela possa voltar a fazer algo contra
ele se for libertada. A vontade é que ela pague pelo que fez. "Por ter
sido um crime hediondo (um homicídio triplamente qualificado e uma tentava de
homicídio), ela deveria ficar pelo menos uns 30 anos na cadeia", afirma,
reforçando o desejo que o crime não fique impune.
Fonte: Sílvio Túlio |
Do G1 GO
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