terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Jovem fala sobre morte da namorada queimada: 'Tento suportar cada dia'

Dez dias após ter alta, Flávio Eduardo deu entrevista exclusiva ao G1 Goiás.
Ele e a namorada foram queimados com álcool; suspeita teria ciúmes do casal.
Mikaelly Moreira Nunes morre após ser queimada junto com namorado, em Caldazinha (Foto: Reproção/Facebook)
   Flávio e a namorada Mikaelly, que acabou morrendo
   (Foto: Reprodução/Facebook)


     Depois de ficar duas semanas internado no Hospital de Queimaduras de Goiânia, Flávio Eduardo da Silva Alves, de 33 anos, falou pela primeira vez nesta terça-feira (19) sobre o crime que o deixou ferido e matou sua namorada, Mikaelly Moreira Nunes, de 23 anos. Em entrevista ao G1, ele afirma que luta para superar a ausência da garota: "Tento suportar cada dia que passa".

     Durante uma festa no dia 26 de janeiro, em uma chácara de Caldazinha, segundo a polícia, uma jovem de 20 anos teria jogado álcool no casal e ateado fogo em seguida. Flávio sobreviveu, mas a namorada morreu quatro dias depois, após ficar internada no Hospital Geral de Goiânia.

     Supervisor de condomínio, Flávio conta que sente muita saudade da namorada e que soube de sua morte pela televisão. "Fiquei chateado porque ela era minha companheira e amiga", afirma. Os dois namoravam havia cerca de cinco meses. Sobre a jovem suspeita de ter cometido o crime, ele garante: "Só tenho pena dela. Quero que a justiça seja feita".

     Flávio explicou que no dia em que o crime ocorreu estava em Bonfinópolis, a 35 km de Goiânia, onde mora, aguardando a namorada, que residia em Guapó, distante 73 km da cidade de Flávio. A festa na chácara de um tio de Mikaelly já estava marcada e ambos iriam para lá.

     Flávio lembrou que Mikaelly foi primeiro para a chácara com uma tia. "Estava em um bar com um amigo e combinei de encontra-la lá mais tarde", conta. Quando chegou ao local, ele disse que ficou por cerca de 30 minutos. No momento em que iria sair para comprar bebida e comida, a suspeita do crime chegou. "Ela me disse para tirar a Mikaelly de lá em cinco segundos", lembra.

     Flávio conta que ela entrou em um quarto e quando voltou, estava com uma vasilha de sorvete cheia de álcool e a atirou, já fumegante, no casal, que estava sozinho na área da chácara.

     Flávio se recorda que neste momento saiu correndo e pulou em uma represa para apagar o fogo. Quando voltou, viu o corpo da namorada queimado. Ele e a tia da jovem foram então a um posto de saúde e, de lá, para hospitais em Goiânia.

     Assim como uma tia de Mikaelly, que afirmou que o crime teria sido premeditado, Flávio também acredita que a suspeita agiu de forma planejada. "Na chácara não tinha álcool e o fogão usado lá era elétrico. Acredito que ela levou o fósforo, o álcool e vasilha dentro da mochila. Tudo foi premeditado", repetiu.

Suspeita fogo casal Goiás (Foto: Reprodução / TV Anhanguera)
   Suspeita de colocar fogo no casal está presa
   (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

     Flávio admitiu que certa vez teve um envolvimento de poucos dias com a suspeita, mas que o romance nunca foi levado adiante. De acordo com ele, a jovem começou a implicar com Mikaelly. "Acho que ela pegou raiva dela, ou tinha ciúmes, não sei direito. Mas ela ficava fazendo intriga. Dizia 'Nossa, que menina chata'".

     Presa desde o dia 31 de janeiro, a garota de 20 anos negou que tenha ateado fogo no casal de namorados e alegou ter sido agredida pela vítima. Para revidar, a suspeita diz que pegou um copo que estava sobre a mesa e jogou no casal. Por coincidência, garante, o recipiente tinha álcool. Ela contou que caiu no chão com o soco de Mickaelly e que, quando percebeu, tudo estava pegando fogo.

Medo

     Há dez dias, Flávio teve alta médica, mas ainda tem que ir ao hospital em dias alternados para fazer curativos nos ferimentos na região do tórax, braços e face, além de fazer fisioterapia em casa. Ele espera que em até 60 dias as queimaduras já estejam cicatrizadas e ele possa voltar a viver normalmente.

     Flávio disse que tem medo que a suspeita possa sair da prisão por ser ré primária. O supervisor de condomínio comentou que tem medo de que ela possa voltar a fazer algo contra ele se for libertada. A vontade é que ela pague pelo que fez. "Por ter sido um crime hediondo (um homicídio triplamente qualificado e uma tentava de homicídio), ela deveria ficar pelo menos uns 30 anos na cadeia", afirma, reforçando o desejo que o crime não fique impune.

Fonte: Sílvio Túlio | Do G1 GO

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