Concebida
para solucionar o problema ambiental, proporcionado pelo tratamento inadequado
do lixo, a UTAR (Unidade de Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos de Santo
Augusto), foi concebida e inaugurada em 1997, quando passou a operar. O projeto
do município, orientado pela UFMS - Universidade Federal de Santa Maria e, com
verbas da FUNASA, era inovador e pioneiro. A administração da época iniciou um
programa de educação ambiental com coleta seletiva e destinação dos resíduos
para o tratamento adequado. O resíduo reciclável era selecionado, embalado e
vendido, agregando renda aos associados da cooperativa que operavam a usina. A
matéria orgânica era tratada por um sistema de compostagem, que transformava-se
em adubo. Apenas o rejeito, em torno de 10% do lixo coletado, era encaminhado
para o aterro sanitário que tinha previsão de ser usado por mais de 20 anos. O
lixo hospitalar era tratado de forma adequada, eliminando os riscos de
contaminação, em valas protegidas por lonas plásticas de 2 milímetros. O adubo
produzido pela compostagem da matéria orgânica era utilizado para a
fertilização de canteiros. O chorume, líquido produzido na decomposição da
matéria orgânica, era drenado para uma lagoa de decantação, evitando a
contaminação do lençol freático e das águas. Nessa época, caravanas de outras
cidades, escolas e até de faculdades visitavam a usina de lixo de Santo
Augusto, tida como referência para esta prática, inclusive, o sistema de
tratamento foi objeto de trabalhos estudantis apresentados em feiras de ciências.
No entanto, pela falta de gerenciamento adequado e pelo descaso, hoje, a
situação é desesperadora. Em visita ao local, a atual administração verificou
que o aterro, que deveria servir por mais de 20 anos, transformou-se em uma
montanha de lixo sem tratamento, contaminando o ambiente e o lençol freático e
apresentando risco de explosão pela produção de gás metano oriundo da
decomposição orgânica. O chorume se espalha pelo chão. Lixos tóxicos,
industriais e hospitalares foram depositados, sem qualquer tratamento,
tornando-se um risco para saúde da população e fonte de contaminação ambiental.
Mais de 100 toneladas de lixo foram depositadas a céu aberto. As instalações
danificadas pelas intempéries, não sofreram qualquer tratativa de recuperação e
estão em franca deterioração. Há mais de 6 meses a Usina foi desativada, e o
lixo de Santo Augusto é levado para um aterro sanitário na Cidade de Giruá,
coletado e destinado a um custo de R$ 36.000,00 (trinta e seis mil reais)
mensais. A situação chegou a tal ponto, que na data do último dia 22 de
fevereiro, a RBS TV reproduziu para todo o nosso Estado, uma matéria
relatando os fatos encontrados na Usina. De parte da atual administração,
existe a vontade de recuperar a UTAR, tanto que mesmo antes de assumir o Governo
Municipal, foram feitos contatos com empresas especializadas e estamos
aguardando as propostas financeiras para elaborar um projeto e buscarmos
recursos para a recuperação e utilização daquela estrutura que custou muito
dinheiro público para ser construída, afirma o Prefeito José Luiz Andrighetto.
Segundo o Vice-Prefeito Naldo Wiegert, responsável pelo Gabinete de Projetos
Especiais, há necessidade de serem retiradas as toneladas de lixo depositadas a
céu aberto e dado o destino, possivelmente, para o aterro de Giruá, que hoje
recebe o lixo da nossa cidade. Após esta limpeza, que já está sendo realizada,
ocorrerá o tratamento adequado do aterro e a recuperação e reativação da
estrutura existente que é invejável, apesar de deteriorada. É um processo demorado
e dispendioso, mas vamos voltar a ter orgulho da capacidade, criatividade e
determinação da população, em resolver os problemas que ora se apresentam.
Fonte e Fotos: Prefeitura de Santo Augusto
Rádio Querência
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