sexta-feira, 5 de julho de 2013

Morre mãe de duas vítimas de incêndio na boate Kiss

Filha que sobreviveu à tragédia recebeu alta há três dias


Morreu na noite de quinta-feira a mãe de duas vítimas do incêndio na boate Kiss em Santa Maria, região central do Estado. Sandra Medianeira Pedroso Lucas faleceu dois dias após a filha Ritchieli Pedroso Lucas, de 19 anos, receber alta do Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre, onde ficou internada por cinco meses. A outra filha, Driele, morreu durante o sinistro, ocorrido em 27 de janeiro. 

Sandra lutava contra um câncer de mama e foi internada no Hospital Universtiário no mesmo dia que Ritchieli voltou para casa. O velório ocorre na capela 1 do Hospital de Caridade Astrogildo de Azevedo. O sepultamento está marcado para 16h, no cemitério Ecumênico. 

Profundamente abalados, em especial Ritchieli, que ainda segue o tratamento em função das sequelas do incêndio, os familiares optaram por permanecer em silêncio. Após deixar o velório, o presidente da Associação de Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), Adherbal Ferreira, lembrou que a saúde da mãe de Ritchieli agravou-se após a tragédia. “Não tenho dúvida que a morte dela é uma consequência do incêndio. A imunidade baixou e o emocional de todos ficou muito comprometido. É muito nervosismo e sofrimento. Agora, vamos dar suporte para que essa família possa se recuperar”, afirmou. 

Após o incêndio, Ritchieli foi internada no Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre. Ao longo de cinco meses de internação, ela se recuperou das queimaduras e de um quadro de insuficiência respiratória, já que teve cerca de 20% do corpo queimado. Durante o tratamento, a mãe permaneceu em Santa Maria, em função da doença. O pai dela, Bráulio Severo, ficou em Porto Alegre acompanhando a filha. 

Tragédia completa cinco meses

O incêndio na boate Kiss – que ficava na Rua dos Andradas, Centro de Santa Maria – começou por volta das 2h30min da madrugada de 27 de janeiro. Dos jovens que participavam de uma festa organizada por estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), 242 morreram em decorrência do fogo.

Segundo testemunhas, o fogo teria começado quando um dos integrantes da banda Gurizada Fandangueira, que acabara de subir ao palco, lançou um sinalizador. O objeto teria encostado na forração da casa noturna. As pessoas não teriam percebido o fogo de imediato, mas assim que o incêndio se espalhou, a correria teve início. Conforme relatos, os extintores posicionados na frente do palco não funcionaram.

Em pânico, muitos não conseguiram encontrar a única porta de saída do local e correram para os banheiros. Aqueles que conseguiram fugir em direção à saída, ficaram presos nos corrimãos usados para organizar as filas. A boate foi tomada por uma fumaça preta e as pessoas não conseguiam enxergar nada. A maioria morreu asfixiada dentro dos banheiros ou na parte dos fundos da boate.

Com informações dos repórteres Mauren Xavier e Renato Oliveira

Fonte: Correio do Povo

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