Grupo reivindica a demarcação 1,9 mil hectares nos
municípios de Sananduva e Cacique Doble
Um grupo indígena invadiu uma propriedade rural
em Sananduva, no norte do Estado, na madrugada desta
segunda-feira. Eles reivindicam a demarcação de uma área de 1,9 mil hectares no
município e em Cacique Doble.
Segundo a Brigada Militar, cerca de 50 índios invadiram o local, que fica na Comunidade São Caetano, por volta da meia-noite. O agricultor e a mulher, que são aposentados, estavam na residência de um filho quando o grupo entrou na propriedade, que possui três hectares. Ele deve encaminhar à Justiça uma ação de reintegração de posse ainda nesta segunda-feira.
A ocorrência foi registrada na delegacia da Polícia Civil do município e a Brigada Militar monitora a segurança no local. Para Sidimar Luiz Lavandoski, representante da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul do Brasil (Fetraf-Sul), a invasão deixou o clima entre índios e agricultores ainda mais tenso na região.
— Outros produtores também estão com medo. As cerca de 20 famílias que vivem próximas ao local da invasão temem que ocorra algum conflito.
Conforme a Brigada Militar, os índios reivindicam agilidade no processo de demarcação da área, que está em andamento.
Entenda do caso:
— Cerca de 110 famílias de agricultores de Sananduva e Cacique Doble, no norte do Estado, temem perder 152 propriedades devido a demarcação de terras indígenas nos municípios.
— Os índios reivindicam 1,9 mil hectares, onde residem e trabalham agricultores familiares, com propriedades de 12 hectares em média.
— A Fundação Nacional do Índio (Funai) iniciou o estudo preliminar da área em Sananduva e Cacique Doble em 2005 e concluiu o documento em 2009.
— Em 2011, o Ministro da Justiça assinou a portaria que declarou a área como terra indígena.
— Em março deste ano, iniciou o processo de demarcação. Os agricultores, que têm escrituras com mais de cem anos, pretendem lutar na Justiça pelas áreas.
O conflito agrário no Estado:
— Em todo o Estado, os indígenas reivindicam 100 mil hectares em novas áreas e ampliações de propriedades já delimitadas — o equivalente ao dobro do tamanho de Porto Alegre. Segundo a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul do Brasil (Fetraf-Sul), isso representaria o desalojamento de pelo menos 10 mil famílias de agricultores.
— As novas áreas e ampliações praticamente dobrariam as terras indígenas já regularizadas ou em regulamentação, contabilizadas em 108 mil hectares. No total, somariam mais de quatro vezes a dimensão da Capital.
— O Rio Grande do Sul é o Estado que apresenta o maior número de áreas indígenas sujeitas a conflito no país, conforme um levantamento do Conselho Indigenista Missionário (Cimi). O relatório demonstra que 17 dos 96 territórios classificados como em situação de risco ou conflito estão localizados em solo gaúcho, o que representa 17,7% do total nacional.
Segundo a Brigada Militar, cerca de 50 índios invadiram o local, que fica na Comunidade São Caetano, por volta da meia-noite. O agricultor e a mulher, que são aposentados, estavam na residência de um filho quando o grupo entrou na propriedade, que possui três hectares. Ele deve encaminhar à Justiça uma ação de reintegração de posse ainda nesta segunda-feira.
A ocorrência foi registrada na delegacia da Polícia Civil do município e a Brigada Militar monitora a segurança no local. Para Sidimar Luiz Lavandoski, representante da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul do Brasil (Fetraf-Sul), a invasão deixou o clima entre índios e agricultores ainda mais tenso na região.
— Outros produtores também estão com medo. As cerca de 20 famílias que vivem próximas ao local da invasão temem que ocorra algum conflito.
Conforme a Brigada Militar, os índios reivindicam agilidade no processo de demarcação da área, que está em andamento.
Entenda do caso:
— Cerca de 110 famílias de agricultores de Sananduva e Cacique Doble, no norte do Estado, temem perder 152 propriedades devido a demarcação de terras indígenas nos municípios.
— Os índios reivindicam 1,9 mil hectares, onde residem e trabalham agricultores familiares, com propriedades de 12 hectares em média.
— A Fundação Nacional do Índio (Funai) iniciou o estudo preliminar da área em Sananduva e Cacique Doble em 2005 e concluiu o documento em 2009.
— Em 2011, o Ministro da Justiça assinou a portaria que declarou a área como terra indígena.
— Em março deste ano, iniciou o processo de demarcação. Os agricultores, que têm escrituras com mais de cem anos, pretendem lutar na Justiça pelas áreas.
O conflito agrário no Estado:
— Em todo o Estado, os indígenas reivindicam 100 mil hectares em novas áreas e ampliações de propriedades já delimitadas — o equivalente ao dobro do tamanho de Porto Alegre. Segundo a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul do Brasil (Fetraf-Sul), isso representaria o desalojamento de pelo menos 10 mil famílias de agricultores.
— As novas áreas e ampliações praticamente dobrariam as terras indígenas já regularizadas ou em regulamentação, contabilizadas em 108 mil hectares. No total, somariam mais de quatro vezes a dimensão da Capital.
— O Rio Grande do Sul é o Estado que apresenta o maior número de áreas indígenas sujeitas a conflito no país, conforme um levantamento do Conselho Indigenista Missionário (Cimi). O relatório demonstra que 17 dos 96 territórios classificados como em situação de risco ou conflito estão localizados em solo gaúcho, o que representa 17,7% do total nacional.
Fonte: Fernanda da
Costa | ZERO HORA
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