Colisão ocorreu quando o motorista de um carro
roubado atravessou o canteiro entre as pistas
Acidente ocorreu por volta das 21h40min desta quinta-feiraFoto: Carlos Macedo / agencia rbs
Familiares de Evair Rosa Orguim, 41 anos, e Edilaine Marques da
Silva, 25 anos, ainda no estupor provocado pela tragédia da véspera, não
suspeitaram da identidade do homem de pijama azul, descalço e com um escorpião
tatuado no pescoço, que passou por eles na entrada do Departamento Médico Legal
(DML), no final da manhã de sexta-feira.
Rafael Martins Araujo, 22 anos, submeteu-se a exame de lesões corporais e estava sendo escoltado para o Presídio Central. Os parentes do casal, morto em um acidente em Viamão, na noite de quinta-feira, com os filhos Luan, três anos, e Allyson, seis meses, aguardavam a identificação e a liberação dos corpos.
Rafael Martins Araujo, 22 anos, submeteu-se a exame de lesões corporais e estava sendo escoltado para o Presídio Central. Os parentes do casal, morto em um acidente em Viamão, na noite de quinta-feira, com os filhos Luan, três anos, e Allyson, seis meses, aguardavam a identificação e a liberação dos corpos.
Instantes depois de o causador da colisão deixar o prédio, o
zelador Edson Rosa Orguim, 39 anos, irmão de Evair, pediu:
– Eu só quero que ele não fique impune. O juiz sempre vai lá e solta. Quero que fique preso.
Às 21h40min de quinta, Evair retornava da residência da irmã, com a mulher e os dois meninos, quando o Uno que dirigia foi atingido pelo Siena que Rafael teria roubado naquela tarde. Na pista contrária, no sentido Porto Alegre – Viamão, Rafael, sem habilitação, estava em alta velocidade e atravessou o canteiro central. Ferido, o jovem, com antecedentes por furto, roubo, tráfico e ameaça e cumprindo prisão domiciliar, não conseguiu fugir. Levava um arma de brinquedo na cintura.
– Eu só quero que ele não fique impune. O juiz sempre vai lá e solta. Quero que fique preso.
Às 21h40min de quinta, Evair retornava da residência da irmã, com a mulher e os dois meninos, quando o Uno que dirigia foi atingido pelo Siena que Rafael teria roubado naquela tarde. Na pista contrária, no sentido Porto Alegre – Viamão, Rafael, sem habilitação, estava em alta velocidade e atravessou o canteiro central. Ferido, o jovem, com antecedentes por furto, roubo, tráfico e ameaça e cumprindo prisão domiciliar, não conseguiu fugir. Levava um arma de brinquedo na cintura.
O
casal Edilaine e Evair e os filhos Luan e Alisson morreram quando voltavam para
casa, em Porto Alegre
Fotos: Arquivo Pessoal
Fotos: Arquivo Pessoal
Evair, que deixa
dois filhos de outro casamento, estava feliz com o emprego de motorista em uma
empresa de concreto, conquistado havia poucos meses. Edilaine era atendente da
Escolinha de Educação Infantil Cantinho da Criança, a poucos metros de onde
morava, na Vila Mapa, no bairro Lomba do Pinheiro, na Capital. Abalada, a
proprietária da creche suspendeu as atividades.
No Instituto de Educação Vó Belinha, próximo dali, onde Luan estava matriculado no Maternal 2, a foto do garoto ilustrava um cartaz com a mensagem "Estamos de luto!" no portão. A direção pediu aos pais que buscassem os filhos mais cedo – os funcionários, chorando muito, não estavam aptos a tomar conta dos 120 alunos. Percebendo a movimentação inusual, as crianças insistiam em questionar o motivo da ausência do amigo.
– Respondi que o Luan foi morar com o papai do céu – conta a professora de Luan, Silvia Eliziane Marafiga Alves, 32 anos. – Ele era daqueles que abraça e diz: "Profe, eu te amo" – recorda a educadora.
Na Rua Pedro Golombiewski, vizinhos lamentavam a tragédia ocorrida dois dias antes de uma festa aguardada com expectativa pela comunidade: a reinauguração da praça Dirceu Antunes, agora guarnecida por cerca e portões e com pintura nova nos brinquedos, prevista para este sábado.
– Eles tinham planos de ter uma vida melhor, ampliar a casa. Estavam começando a conquistar as coisas – relata a fisioterapeuta Vanessa Gomes, 24 anos, prima de Edilaine.
O sepultamento das quatro vítimas deve ser realizado em Palmares do Sul. O caso será investigado pela 3ª Delegacia da Polícia Civil de Viamão.
No Instituto de Educação Vó Belinha, próximo dali, onde Luan estava matriculado no Maternal 2, a foto do garoto ilustrava um cartaz com a mensagem "Estamos de luto!" no portão. A direção pediu aos pais que buscassem os filhos mais cedo – os funcionários, chorando muito, não estavam aptos a tomar conta dos 120 alunos. Percebendo a movimentação inusual, as crianças insistiam em questionar o motivo da ausência do amigo.
– Respondi que o Luan foi morar com o papai do céu – conta a professora de Luan, Silvia Eliziane Marafiga Alves, 32 anos. – Ele era daqueles que abraça e diz: "Profe, eu te amo" – recorda a educadora.
Na Rua Pedro Golombiewski, vizinhos lamentavam a tragédia ocorrida dois dias antes de uma festa aguardada com expectativa pela comunidade: a reinauguração da praça Dirceu Antunes, agora guarnecida por cerca e portões e com pintura nova nos brinquedos, prevista para este sábado.
– Eles tinham planos de ter uma vida melhor, ampliar a casa. Estavam começando a conquistar as coisas – relata a fisioterapeuta Vanessa Gomes, 24 anos, prima de Edilaine.
O sepultamento das quatro vítimas deve ser realizado em Palmares do Sul. O caso será investigado pela 3ª Delegacia da Polícia Civil de Viamão.
Fonte: Larissa Roso | ZERO HORA
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