Bombardeio contra foi parte de ofensiva da
coalizão saudita deixando 43 mortos e 63 feridos
Foto: Stringer / AFP / CP Memória
A bomba lançada por uma coalizão liderada pela
Arábia Saudita que atingiu um ônibus escolar no Iêmen, matando 29 crianças com
menos de 15 anos, foi negociada como parte de um acordo entre os sauditas e o
Departamento de Estado dos Estados Unidos, segundo informações da emissora CNN.
A arma em questão, uma bomba MK-82 de 227kg e guiada a laser, foi fabricada
pela Lockheed Martin, uma das maiores empreiteiras militares dos EUA.
O explosivo é semelhante ao utilizado em um
ataque a um funeral no Iêmen em outubro de 2016, que, na ocasião, deixou 155
pessoas mortas e outras centenas de feridos. No episódio, a coalizão saudita
assumiu a autoria do ataque e admitiu o erro, afirmando que recebeu
"informações incorretas". Após o caso, o ex-presidente dos EUA,
Barack Obama, proibiu a venda de tecnologia militar guiada com precisão à
Arábia Saudita por "preocupações relacionadas aos direitos humanos".
A proibição foi anulada pelo então Secretário de
Estado de Donald Trump, Rex Tillerson, em março de 2017. Os EUA dizem que não
tomam decisões sobre alvos para a coalizão, que está lutando contra uma
insurgência rebelde houthi no Iêmen, porém, apoia o movimento com negociação de
milhões de dólares em armamentos, reabastecimento de aeronaves de combate e
compartilhamento de inteligência.
O
bombardeio contra o ônibus escolar foi parte de uma ofensiva da coalizão
saudita na Província de Saada, no Iêmen, no dia 9 de agosto. No total, 43
pessoas morreram e outras 63 ficaram feridas, sendo a maioria delas crianças,
segundo informações do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).
ESTADÃO conteúdo
Correio
do Povo
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