Um novo viral na internet causa preocupação
entre pais, especialistas e autoridades. Trata-se do “Momo”, um desafio
direcionado a crianças realizado através do WhatsApp. A personagem do jogo
chama a atenção pelos olhos grandes e aparência assustadora. As imagens foram
disseminadas em todo o mundo e já chegaram às escolas gaúchas.
A fisioterapeuta Francisca de Freitas Paim
Farias, moradora de Capão da Canoa, relata que na escola da filha dela, de oito
anos, pelo menos duas crianças tiveram contato com o jogo. “Minha filha me
contou que tem dois colegas de oito anos, que tem WhatsApp, e estão em contato
com essa Momo. Uma menina que fala diariamente e agora tem assustado os colegas
na escola. E um menino disse que além, de se comunicar com a Momo, baixou um
aplicativo de realidade Momo, e que assistiu a um vídeo de uma criança chorando
durante muito tempo”, relatou a mãe.
Francisca procurou a direção da escola, que
marcou uma reunião, com a presença da equipe de coordenação. “A gente cuida
muito o que ela acessa. Mesmo não tendo WhatsApp, a gente fica com medo”,
confessou.
As informações sobre o jogo no Brasil ainda são
preliminares, mas os relatos dão conta de que os usuários recebem uma mensagem
com pedido para iniciar uma conversa. Um número, primeiramente desconhecido,
envia convite com perguntas e desafios. Se o contato é aceito, as informações
do usuário, disponíveis no perfil do aplicativo, podem ser acessadas pelo
administrador da “Momo”. A partir disso, os dados podem ser utilizados para
chantagem e extorsão.
Nesta quarta-feira, o Ministério Público
Estadual divulgou orientações e informações sobre o jogo. Conforme a
coordenadora do Centro de Apoio da Infância e Juventude, Denise Villela, o
jogo é usado para fazer contato com crianças e adolescentes, o que pode
acarretar inúmeros riscos emocionais, por incluírem agressões, extorsões e
intimidações. “Pode levar inclusive a prática de sufocamento e outras formas de
autolesão”, alertou Denise.
Segundo o Ministério Público, no Rio Grande do
Sul, não há informações sobre casos graves envolvendo a Momo, mas já há no
Brasil registros que podem estar relacionados aos desafios estimulados pelo
jogo. “Temos que tomar um cuidado especial com crianças e adolescentes,
orientando a não ter contato com pessoas desconhecidas. E verificado que a
criança entrou em contato com a Momo, procurar a autoridade policial ou o
Ministério Público mais próximo do seu local”, orienta a coordenadora.
A ONG SaferNet Brasil publicou uma
orientação aos pais e educadores. “Esta é mais uma situação em
aplicativos de mensagem que explora a curiosidade dos usuários para cometer
golpes, roubo de dados ou ameaças mais graves como a extorsão a partir de
suposto desafio”, adverte o texto. A recomendação da organização é
que crianças e adolescentes sejam orientados a “bloquear o suposto usuário
‘Momo’, não iniciar a conversa e não compartilhar informações com o perfil”. A
ONG lembra que o jogo ainda não é plenamente conhecido e que pode ser uma
ferramenta utilizada por criminosos pra roubar dados e extorquir pessoas na
internet.
O apelo infantil pode estar explicado no fato
de as crianças serem facilmente atraídas, pela curiosidade. “Crianças adoram
tudo o que dá medo ou é muito bonito. Então, o desenho da Momo, ao mesmo tempo
que dá medo, desperta interesse. A criança quer descobrir o que está por trás
daquilo”, pondera o psiquiatra Ricardo Nogueira.
Riscos
A SaferNet Brasil informou que, mesmo
que o suposto desafio seja uma forma de brincadeira ou de sanar a
curiosidade, os riscos são grandes, principalmente porque algumas tarefas
envolvem autolesão.
Os riscos envolvem:
– dar acesso a informações pessoais (foto de perfil, status, número do celular etc.)
– receber conteúdos impróprios ou violentos para determinadas faixas etárias
– instalação de programas maliciosos para roubo de dados ou infecção dos aparelhos
– ameaças de agressões e exposições on-line e off-line;
– extorsão financeira e ameaças de morte;
– provocações para desafios que podem gerar dano ou estimular autolesão.
– dar acesso a informações pessoais (foto de perfil, status, número do celular etc.)
– receber conteúdos impróprios ou violentos para determinadas faixas etárias
– instalação de programas maliciosos para roubo de dados ou infecção dos aparelhos
– ameaças de agressões e exposições on-line e off-line;
– extorsão financeira e ameaças de morte;
– provocações para desafios que podem gerar dano ou estimular autolesão.
Fonte: Camila Diesel / Rádio Guaíba
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