Henrique Lahude e Alix Georges recebem a premiação em Gramado
(Foto: Arquivo pessoal/Divulgação)
Um dos maiores colaboradores do
Festival de Cinema de Três Passos (FCTP) está entre os premiados da mostra
gaúcha de curtas-metragens, na 46ª edição do Festival de Cinema de Gramado, que
encerra neste final de semana.
No
último domingo (19), Henrique
Lahude foi anunciado como melhor diretor, recebendo o
troféu Assembleia Legislativa, pelo curta “Fè Mye
Talè”, com viés social, retratando a vida de imigrantes
haitianos no Rio Grande do Sul, sendo um dos aclamados pelo público no Palácio
dos Festivais, em um dos principais eventos do cinema no continente. Ao lado de
Henrique esteve o haitiano Alix Georges, que assina a película como codiretor e
produtor. O projeto foi contemplado com um edital do FAC/RS (Fundo de Apoio à Cultura).
Pensada
após uma pesquisa de cerca de cinco anos do diretor, com foco na chegada de
imigrantes haitianos à sua cidade natal, Encantado, na região do Vale do
Taquari, o projeto seria originalmente filmado na cidade. Porém, com a negativa
da empresa Dália Alimentos em autorizar a sua estrutura para locações, a obra
teve de ser readequada para a região metropolitana. Para compor o elenco,
entrevistas foram realizadas. Dez pessoas foram selecionadas para participar,
com destaque para o papel principal, interpretado por Phenite Raymond.
A
obra dirigida por Henrique estava entre as vinte selecionadas para a premiação
concedida anualmente pelo parlamento gaúchos aos curtas produzidos no Estado.
Em seu perfil no Facebook,
Henrique Lahude comentou a conquista da premiação: “Para muito além do prêmio,
abrir ontem a revolucionária bandeira haitiana ao lado de Alix Georges no palco
do 46º Festival de Cinema de Gramado significa uma vitória. E em tempos
marcados por tantos atrasos, elas precisam ser dançadas. Agradeço com todo meu
ser por cada encontro dos últimos cinco anos proporcionado pelo que é hoje Fè
Mye Talè. A revolução iniciada em 1791 não acabou. Todas e todos imigrantes são
bem vindos. O fascismo não passará!”
Ainda, segundo ele, “o prêmio
tem uma importância imensa para o reconhecimento e a visibilidade do
imigrante”.
Alix Georges alertou para a
invisibilidade que os imigrantes de seu país e do Senegal experimentam nas ruas
das cidades, frisando que cada um carrega suas histórias.
Participação no FCTP
Formado em realização
audiovisual, pela Unisinos, o cineasta e produtor Henrique Lahude é um dos
integrantes do Coletivo do Festival de Cinema de Três Passos, sendo idealizador
do Projeto Cidade Cinematográfica, que já foi promovido duas vezes, incentivando
a formação audiovisual com estudantes e professores da rede pública de ensino
de Três Passos e outras cidades da região, além de já ter atuado como jurado do
festival três-passense, em suas duas primeiras edições (2014 e 2015).
DETALHES SOBRE O FILME
Fè Mye Talè – 2018 –
Encantado/RS
Direção: Henrique Lahude / Tempo de duração: 20’03’’
Sinopse: Em 1791 uma cerimônia vodu marca o início da revolução negra que tornaria o Haiti o primeiro país independente da América e o primeiro a abolir a escravidão. Em 2016, Phenite emigra para o Brasil. Entre passado, sonhos e o frigorífico onde trabalha, ela tenta encontrar sua liberdade.
Direção: Henrique Lahude / Tempo de duração: 20’03’’
Sinopse: Em 1791 uma cerimônia vodu marca o início da revolução negra que tornaria o Haiti o primeiro país independente da América e o primeiro a abolir a escravidão. Em 2016, Phenite emigra para o Brasil. Entre passado, sonhos e o frigorífico onde trabalha, ela tenta encontrar sua liberdade.
Ficha Técnica
Empresa Produtora: Êa Êa Apepê
Produção Executiva: Henrique Lahude
Roteiro: Henrique Lahude
Elenco: Phenite Raymond, Alix Georges, Adelene Jeune, Sandjouna Jeune, Estant Jeune, John Pierre, Junior Theodore, Sorel René e Scifian Tomas
Direção de Fotografia: Rodger Timm
Direção de Arte: Fernanda Wagner
Trilha Musical: Ìdòwú Akínrúlí e Gustavo Foppa
Trilha Sonora Original: Ìdòwú Akínrúlí e Gustavo Foppa
Montagem: Jonatas Rubert
Desenho de Som: Rafael Rodrigues
Lista
de premiados da mostra gaúcha de curtas-metragens:
Melhor
produção executiva: Rafael Duarte e Taísa Ennes, por Mulher Ltda
Melhor edição de som: Guilherme Cássio, por Abismo
Melhor música: Jonts Ferreira, por Nós Montanha
Melhor direção de arte: Taísa Ennes, por Mulher Ltda
Melhor montagem: Germano de Oliveira, Sem Abrigo
Melhor fotografia: Marco Antônio Nunes, por Sem Abrigo
Melhor roteiro: Thais Fernandes, Um Corpo Feminino
Melhor atriz: Rejane Arruda, por Sem Abrigo
Melhor ator: Sirmar Antunes e Clemente Vascaíno, por Grito
Júri da crítica: Sem Abrigo, de Leonardo Rennor
Melhor direção: Henrique Lahude, por Fè Mye Talè
Melhor filme: Um Corpo Feminino, de Thais Fernandes
Menção honrosa: Formidável Fabriqueta de Sonhos Menina Betina, de Tiago Ribeiro
Melhor edição de som: Guilherme Cássio, por Abismo
Melhor música: Jonts Ferreira, por Nós Montanha
Melhor direção de arte: Taísa Ennes, por Mulher Ltda
Melhor montagem: Germano de Oliveira, Sem Abrigo
Melhor fotografia: Marco Antônio Nunes, por Sem Abrigo
Melhor roteiro: Thais Fernandes, Um Corpo Feminino
Melhor atriz: Rejane Arruda, por Sem Abrigo
Melhor ator: Sirmar Antunes e Clemente Vascaíno, por Grito
Júri da crítica: Sem Abrigo, de Leonardo Rennor
Melhor direção: Henrique Lahude, por Fè Mye Talè
Melhor filme: Um Corpo Feminino, de Thais Fernandes
Menção honrosa: Formidável Fabriqueta de Sonhos Menina Betina, de Tiago Ribeiro
Fonte: Rádio Alto Uruguai
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