Estudo com a fosfoetanolamina sintética incluiu 72 pacientes,
mas apenas um doente apresentou algum benefício
Nenhum outro paciente será incluído na pesquisa
até que sejam melhor avaliados os resultados obtidos
Foto: Cecília Bastos / USP / Divulgação
Sem
apresentar resultados de eficácia significativos, a pesquisa clínica com a
fosfoetanolamina sintética, mais conhecida como "pílula do câncer",
foi suspensa pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), primeira
instituição a realizar testes da substância em humanos.
Iniciado
em julho do ano passado, o estudo já havia incluído até agora 72 pacientes com
10 diferentes tipos de tumor, dos quais 59 já passaram por reavaliação. Apenas
um doente, no entanto, apresentou algum benefício. Ele sofre de melanoma.
"Pela
maneira como evoluiu, não é possível eticamente continuar o estudo como ele
vinha. É um número muito ruim considerando a expectativa ao redor do
produto", explicou Paulo Hoff, diretor-geral do Icesp e responsável pela
pesquisa, em coletiva de imprensa realizada nesta sexta.
O
especialista esclareceu que, por enquanto, nenhum outro paciente será incluído
na pesquisa até que sejam melhor avaliados os resultados obtidos. Há
possibilidade de apenas os pacientes do grupo de melanoma continuarem no
estudo. A previsão inicial era de que até 1 mil pacientes fossem incluídos nos
testes se as respostas nos primeiros fossem positivas.
Presente
na coletiva de imprensa, a médica Regina Monteiro, que diz ser do grupo do
químico Gilberto Chierice, pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) de
São Carlos, no interior paulista, que criou a fosfoetanolamina, fez críticas à
suspensão da pesquisa. "O método estatístico não dá conta de um estudo
mais completo. É preciso ampliar o estudo", disse a médica, sem detalhar a
metodologia que deveria ser adotada.
ESTADÃO Conteúdo
Correio
do Povo
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