Entre as melhorias está a inclusão de novos
métodos de análise com a compra de equipamentos e reformas na estrutura
Reunião do FOCEM - Foto: Cassiano Farina/Ibravin
POR CASSIANO
FARINA(IBRAVIN)/ALEXANDRE FARINA (SEAPI)
A
modernização do Laboratório de Referência Enológica (Laren) do Rio Grande do
Sul é o principal objetivo de um projeto encabeçado pelo setor vitivinícola
junto ao Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (FOCEM). Na semana
passada, Sonia González e Thaís Palermo Buti, representantes do Fundo, e Silvia
Drummond, do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, estiveram no
laboratório, em Caxias do Sul (RS), para dialogar com integrantes de entidades
do segmento e viabilizar o andamento da iniciativa. O valor total do projeto é
de US$ 5,9 milhões, incluindo a contrapartida das proponentes. O Laren é
mantido com recursos do Fundo de Desenvolvimento da Vitivinicultura
(Fundovitis), da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação do Estado do
Rio Grande do Sul (Seapi).
Para o
titular da pasta, Ernani Polo, o fortalecimento do Laren deverá beneficiar toda
a cadeia produtiva vitivinícola. "A modernização do laboratório representa
muito para a Secretaria da Agricultura e para o setor como um todo, pois
teremos um refinamento dos processos que envolvem a enologia no RS, com
repercussões diretas no produto final a ser disponibilizado ao consumidor. Sem
dúvida um avanço para nossa vitivinicultura, que já é de excelência",
reforça.
O
responsável técnico do Laren, Plinio Manosso, explica que a modernização da
unidade inclui a compra de equipamentos para a disponibilização de novos
métodos de análise, a qualificação dos técnicos, contratação de pessoal e
melhorias no espaço físico do laboratório. Entre os novos métodos, Manosso
destaca a possibilidade de incorporação do teste de Ressonância Magnética
Nuclear, que permite a identificação da origem do álcool presente nos produtos.
Outra verificação que será possível é a que identifica resíduos de agrotóxicos
acima do permitido, além da presença de metais pesados em vinhos e sucos. “Em
geral, essa modernização vai beneficiar o setor por termos um controle maior da
qualidade dos nossos produtos, já que também poderemos melhorar e padronizar
com os países do Mercosul alguns métodos de análise”, acredita.
O diretor
Técnico do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Leocir Bottega, lembra que
a padronização é importante para uniformizar itens como a medição do teor de
açúcar presente nos produtos e a consequente classificação como seco, demi sec
ou suave, entre outras características importantes de serem conhecidas pelos
diferentes países produtores e mercados. “A proposição de parcerias, de
cooperação técnica com laboratórios dos demais países do Mercosul pode ajudar a
estabelecermos um padrão único”, acredita. Bottega acrescenta que a
modernização do Laren, com a inclusão de novos métodos de análise, pode ajudar
no controle mais efetivo dos vinhos brasileiros comercializados no mercado
interno, dos produtos destinados à exportação e dos vinhos importados.
O projeto está na primeira fase de avaliação pelo FOCEM. A
previsão para a aprovação, repasse de recursos e início do processo de
qualificação do laboratório deverá ocorrer nos próximos meses.
Além de
funcionários do Laren, incluindo o coordenador Gilberto Carnieli, participaram
das reuniões a chefe da Divisão de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal
(Dipov) da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Irrigação do RS (Seapi),
Fabiola Boscaini Lopes e o secretário executivo Fundovitis, Ricardo
Nascimento.
Sobre o FOCEM
O FOCEM
destina-se a financiar programas para promover a convergência estrutural,
desenvolver a competitividade e estimular a coesão social, em particular das
economias menores e regiões menos desenvolvidas, além de apoiar o funcionamento
da estrutura institucional e o fortalecimento do processo de integração do
Mercosul. O Brasil é o maior contribuinte, aportando 70% dos recursos do Fundo.
A Argentina é responsável pela integralização de 27% do montante; o Uruguai,
pela contribuição de 2%; e o Paraguai, de 1%.
Fonte: SEAPI
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