quarta-feira, 29 de março de 2017

Presidentes do TCE e da Assembleia do Rio são alvo de operação da PF

Cinco dos sete conselheiros do tribunal estariam envolvidos em esquema de propina

Os presidentes do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e da Assembleia Legislativa (AL) do Rio de Janeiro são alvos de operação da Polícia Federal (PF) deflagrada na manhã desta quarta-feira. A ação, chamada de Quinto do Ouro, também atinge cinco dos sete conselheiros do TCE, que estariam envolvidos em esquemas de propina para ignorar irregularidades em obras. Um mandado de condução coercitiva é para o mandatário da casa legislativa, Jorge Picciani.

Os alvos da ofensiva são investigados por fazerem parte de um esquema de pagamentos de vantagens indevidas que pode ter desviado valores de contratos com órgãos públicos para agentes do Estado, em especial membros do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro e da Assembleia Legislativa do Estado. As informações que embasaram a decisão do Superior Tribunal de Justiça tiveram origem numa colaboração premiada realizada entre dois investigados e a Procuradoria Geral da República.

De acordo com a investigação, após recebimento das vantagens indevidas, os membros do Tribunal de Contas eram responsáveis por dar como contrapartida um favorecimento na análise de contas ou contratos sob fiscalização do órgão. Além disso, agentes públicos teriam recebido valores indevidos para viabilizar a utilização do fundo especial do TCE para pagamentos de contratos do ramo alimentício atrasados junto ao Poder Executivo do Rio de Janeiro, recebendo para tal uma porcentagem por contrato furado. 

O Quinto

O nome da operação é uma referência à figura histórica do “Quinto da Coroa”, um imposto correspondente a 20% que a Coroa Portuguesa cobrava dos mineradores de Ouro no período do Brasil Colônia. Uma das mais conhecidas formas de recolhimento ocorria mediante a obtenção de “certificados de recolhimento" pelas casas de fundição. Apesar do rigor na criação de urna estrutura administrativa e fiscal, visando sobretudo a cobrança dos quintos, o imposto era desviado. Afonso Sardinha, o moço, em seu documento (1604) declarou que guardava o ouro em pó em vasos de barro. Outro uso comum era o de imagens sacras ocas para esconder o ouro (daí a expressão "santo do pau oco”).


Fonte: Correio do Povo

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