Empresário Paulo César Morato era apontado como "testa
de ferro" em esquema criminoso
* Com
informações da Agência Brasil
Alvo de
pedido de prisão da Operação Turbulência, deflagrada pela Polícia Federal nessa
terça-feira, Paulo César de Barros Morato foi encontrado morto nesta
quarta-feira em um motel em Olinda, região metropolitana do Recife. A Polícia
Civil investiga o caso que só será repassado à Polícia Federal caso seja
encontrada alguma relação entre a morte e a investigação. Paulo constava da
lista de foragidos da Interpol.
Ainda não
há informações sobre as circunstâncias da morte de Morato. A PF acompanha o
caso, mas a responsabilidade da investigação é da Polícia Civil. "Se,
porventura durante o percurso das investigações, alguma circunstância
aponte vínculos ou tenha ligação com os fatos que estão sendo apurados dentro
da Operação Turbulência poderemos entrar no caso", informou a PF em nota.
De acordo
com um funcionário do motel que pediu para não ser identificado, o empresário
entrou no local por volta de 11h40. A equipe do estabelecimento começou a
suspeitar de que algo estava errado por causa da demora em sair, porque as
ligações feitas para o quarto não eram atendidas e por um mau cheiro vindo de
dentro do local. A Polícia Militar foi chamada e arrombou a
porta, encontrado Morato sem vida na cama. O funcionário relatou ainda que
ele vestia calça jeans e estava sem camisa e que não havia marcas de sangue
visíveis.
Na
terça-feira, a PF cumpriu quatro das cinco prisões preventivas decretadas na
operação: Apolo Santana Vieira, Eduardo Freire Bezerra Leite e João Carlos Lyra
Pessoa de Melo Filho, líderes da organização, e Arthur Roberto Lapa Rosal,
investigado com testa de ferro do grupo, assim como o empresário encontrado
morto.
A PF o
apontou como “testa-de-ferro” de um esquema de lavagem de dinheiro que desviou
R$ 600 milhões. A lavanderia foi descoberta a partir de investigação sobre os
proprietários do avião usado pelo ex-governador Eduardo Campos na campanha
presidencial de 2016.
“Não só
compõe o quadro societário de empresas fantasmas ou emprestam sua própria conta
pessoal para recebimento e movimentação dos recursos espúrios, mas também
coopta outros “laranjas” para o mesmo mister.”
A
operação
A Polícia
Federal (PF) deflagrou na terça-feira a operação Turbulência contra um grupo
especializado em lavagem de dinheiro, em Goiás e Pernambuco, que teria
movimentado mais de R$ 600 milhões desde 2010.
A investigação começou, segundo a PF, a partir da análise de
movimentações financeiras suspeitas detectadas nas contas de algumas empresas
envolvidas na aquisição da aeronave Cessna Citation PR-AFA. Esse avião
transportava o ex-governador de Pernambuco e o então candidato à Presidência da
República, Eduardo Campos, no acidente de agosto de 2014, em que ele morreu.
A PF
constatou que essas empresas eram de fachada, constituídas em nome de
"laranjas", e que realizavam diversas transações entre si e com
outras empresas fantasmas, inclusive com algumas empresas investigadas no bojo
da operação Lava Jato.
ESTADÃO conteúdo
Correio
do Povo
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