Novo edital de concessão à iniciativa privada
estaria impedindo a ampliação da pista
Audiência pública discute privatização do
Aeroporto Salgado Filho | Foto: Samuel Maciel
As
empresas interessadas na privatização do Aeroporto Internacional Salgado Filho
estariam querendo construir um novo aeroporto no município de Portão, distante
48 quilômetros de Porto Alegre. Além disso, existe um projeto da iniciativa
privada de também colocar a Base Aérea de Canoas na mesma área. As denúncias
foram feitas nesta terça-feira pelo deputado Pedro Ruas (PSol) durante
audiência pública na Comissão de Assuntos Municipais da Assembleia Legislativa.
Conforme
Ruas, a mudança do aeroporto para a cidade de Portão, no Vale do Sinos, será um
retrocesso histórico para Porto Alegre. O deputado afirma que no terreno onde
hoje funciona o Salgado Filho na avenida Severo Dullius, na zona Norte da
Capital, seriam construídos condomínios.
A
deputada Regina Becker Fortunati (PDT) disse que a prefeitura de Porto Alegre
cumpriu todas as exigências estabelecidas pelo governo federal no sentido de
promover as melhorias para que fosse feito o prolongamento da pista e de
ampliação dos serviços do Aeroporto Salgado Filho. “O que está acontecendo
agora é que o novo edital imposto pela Infraero praticamente freia a última
etapa que seria a ampliação da pista”, explica.
Segundo a
deputada, a população de Porto Alegre não pode aceitar de braços cruzados que o
Salgado Filho saia da cidade. “O aeroporto é fundamental para o desenvolvimento
do Porto Alegre e para os municípios da Região Metropolitana”.
O
superintendente da Infraero/RS, Wilson Brandt Filho, disse que a instituição
vem realizando os trabalhos necessários para o cumprimento de todos os
contratos. “Todas as obras em execução foram paralisadas no aeroporto por
ordens superiores”. Segundo ele, a concessão dos serviços a iniciativa privada
vem sendo tratada pela Agência de Aviação Civil (Anac) e pela Secretaria de Aviação
Civil (SAC) e a superintendência da Infraero somente segue ordens.
Regina
Becker apresentou dados que mostram que o Aeroporto Salgado Filho deixou de
gerar por ano R$ 3,3 bilhões em negócios ligados ao transporte de cargas,
porque a pista e o terminal não contam com a capacidade adequada para grandes
operações. O Salgado Filho opera atualmente com nove companhias aéreas, sendo
uma de carga e outras de voos comerciais de passageiros.
Claudio Isaías
Correio do Povo
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