terça-feira, 28 de junho de 2016

Deputados denunciam tentativa de mudar aeroporto Salgado Filho para Portão

Novo edital de concessão à iniciativa privada estaria impedindo a ampliação da pista

Audiência pública discute privatização do Aeroporto Salgado Filho  | Foto: Samuel Maciel
   Audiência pública discute privatização do Aeroporto Salgado Filho | Foto: Samuel Maciel

As empresas interessadas na privatização do Aeroporto Internacional Salgado Filho estariam querendo construir um novo aeroporto no município de Portão, distante 48 quilômetros de Porto Alegre. Além disso, existe um projeto da iniciativa privada de também colocar a Base Aérea de Canoas na mesma área. As denúncias foram feitas nesta terça-feira pelo deputado Pedro Ruas (PSol) durante audiência pública na Comissão de Assuntos Municipais da Assembleia Legislativa.

Conforme Ruas, a mudança do aeroporto para a cidade de Portão, no Vale do Sinos, será um retrocesso histórico para Porto Alegre. O deputado afirma que no terreno onde hoje funciona o Salgado Filho na avenida Severo Dullius, na zona Norte da Capital, seriam construídos condomínios.

A deputada Regina Becker Fortunati (PDT) disse que a prefeitura de Porto Alegre cumpriu todas as exigências estabelecidas pelo governo federal no sentido de promover as melhorias para que fosse feito o prolongamento da pista e de ampliação dos serviços do Aeroporto Salgado Filho. “O que está acontecendo agora é que o novo edital imposto pela Infraero praticamente freia a última etapa que seria a ampliação da pista”, explica.

Segundo a deputada, a população de Porto Alegre não pode aceitar de braços cruzados que o Salgado Filho saia da cidade. “O aeroporto é fundamental para o desenvolvimento do Porto Alegre e para os municípios da Região Metropolitana”.

O superintendente da Infraero/RS, Wilson Brandt Filho, disse que a instituição vem realizando os trabalhos necessários para o cumprimento de todos os contratos. “Todas as obras em execução foram paralisadas no aeroporto por ordens superiores”. Segundo ele, a concessão dos serviços a iniciativa privada vem sendo tratada pela Agência de Aviação Civil (Anac) e pela Secretaria de Aviação Civil (SAC) e a superintendência da Infraero somente segue ordens.

Regina Becker apresentou dados que mostram que o Aeroporto Salgado Filho deixou de gerar por ano R$ 3,3 bilhões em negócios ligados ao transporte de cargas, porque a pista e o terminal não contam com a capacidade adequada para grandes operações. O Salgado Filho opera atualmente com nove companhias aéreas, sendo uma de carga e outras de voos comerciais de passageiros.


Claudio Isaías
Correio do Povo

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