Presidente
discursou durante encontro com mulheres em Brasília e citou reportagem de
revista
Presidente discursou durante encontro com mulheres
em Brasília | Foto: Roberto Stuckert Filho / PR / CP
A presidente Dilma Rousseff condenou em discurso durante o Encontro com
Mulheres em Defesa da Democracia, no Palácio da Planalto, na tarde desta
quinta-feira a reportagem publicada pela IstoÉ na semana passada
sobre seu comportamento durante o processo de impeachment. Dilma condenou o que
chamou de “vazamentos seletivos” e acusou a revista de “machismo” e “misoginia”
por alguns trechos da reportagem.
“Na trama golpista destaco o uso de vazamentos seletivos, direcionados
com claro objetivo de criar ambiente propício ao golpe. Determinei ao ministro
da Justiça a rigorosa apuração de responsabilidade por vazamento recente, como
tomar medidas judiciais cabíveis. Passou de todos os limites cabíveis a seleção
muito clara de vazamentos”, revelou a presidente.
Dilma Rousseff afirmou que seu governo sempre lutou contra as
desigualdades e acusou a reportagem da revista IstoÉ de pregar o ódio contra
ela. “A redução das desigualdades neste país historicamente marcado pela
exclusão sempre foi a maior das minhas prioridades. Sempre entendemos que o
Brasil só mudaria se fosse um país em que os brasileiros tivessem mais direitos
e mulheres maior autonomia. Por isso, neste momento, a luta pela legalidade
também é uma luta contra a misoginia, o machismo e a violência de gênero. Tenho
inteira consciência disso e, por essa razão, digo a vocês que fiquei indignada
com a matéria da revista IstoÉ”, afirmou.
“Essa revista vem sistematicamente incitando o ódio e produziu uma
ficção para me ofender como mulher e presidenta. É um texto baixo que reproduz
um tipo perverso de misoginia para dizer que quando uma mulher está sob pressão
costuma perder o controle. É um desconhecimento da capacidade das mulheres a
resistir à pressão, a dores e de enfrentar desafios. Tenho orgulho de ser
mulher. Estou enfrentando desde a minha reeleição a sabotagem de forças
reacionárias e mantenho o controle, o eixo e a esperança. Não perco o controle,
o eixo, não perco a esperança, porque sou mulher. Por isso me acostumei a lutar
por mim e pelos que amo”, declarou.
Para finalizar, Dilma voltou a chamar o processo de impeachment de golpe
e um insulto aos brasileiros que votaram por sua reeleição. “Vivemos um tempo
muito estranho. Um momento na clara ausência de justificativa jurídica e legal
que ampare o impeachment. Tentar derrubar uma presidente eleita sem que tenha
cometido um crime de responsabilidade que justifique o impeachment é um insulto
aos 110 milhões de brasileiras e brasileiros que reconhecem a eleição direta
como maneira certa e legal. A primeira premissa deve ser a vontade popular
manifestada pelo voto”, defendeu.
Fonte:
Correio do Povo
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