quinta-feira, 7 de abril de 2016

Dilma questiona “vazamentos seletivos” e condena "machismo" e "misoginia"

Presidente discursou durante encontro com mulheres em Brasília e citou reportagem de revista

Presidente discursou durante encontro com mulheres em Brasília  | Foto: Roberto Stuckert Filho / PR / CP
   Presidente discursou durante encontro com mulheres em Brasília | Foto: Roberto Stuckert Filho / PR / CP

A presidente Dilma Rousseff condenou em discurso durante o Encontro com Mulheres em Defesa da Democracia, no Palácio da Planalto, na tarde desta quinta-feira a reportagem publicada pela IstoÉ na semana passada sobre seu comportamento durante o processo de impeachment. Dilma condenou o que chamou de “vazamentos seletivos” e acusou a revista de “machismo” e “misoginia” por alguns trechos da reportagem.

“Na trama golpista destaco o uso de vazamentos seletivos, direcionados com claro objetivo de criar ambiente propício ao golpe. Determinei ao ministro da Justiça a rigorosa apuração de responsabilidade por vazamento recente, como tomar medidas judiciais cabíveis. Passou de todos os limites cabíveis a seleção muito clara de vazamentos”, revelou a presidente.

Dilma Rousseff afirmou que seu governo sempre lutou contra as desigualdades e acusou a reportagem da revista IstoÉ de pregar o ódio contra ela. “A redução das desigualdades neste país historicamente marcado pela exclusão sempre foi a maior das minhas prioridades. Sempre entendemos que o Brasil só mudaria se fosse um país em que os brasileiros tivessem mais direitos e mulheres maior autonomia. Por isso, neste momento, a luta pela legalidade também é uma luta contra a misoginia, o machismo e a violência de gênero. Tenho inteira consciência disso e, por essa razão, digo a vocês que fiquei indignada com a matéria da revista IstoÉ”, afirmou.

“Essa revista vem sistematicamente incitando o ódio e produziu uma ficção para me ofender como mulher e presidenta. É um texto baixo que reproduz um tipo perverso de misoginia para dizer que quando uma mulher está sob pressão costuma perder o controle. É um desconhecimento da capacidade das mulheres a resistir à pressão, a dores e de enfrentar desafios. Tenho orgulho de ser mulher. Estou enfrentando desde a minha reeleição a sabotagem de forças reacionárias e mantenho o controle, o eixo e a esperança. Não perco o controle, o eixo, não perco a esperança, porque sou mulher. Por isso me acostumei a lutar por mim e pelos que amo”, declarou.

Para finalizar, Dilma voltou a chamar o processo de impeachment de golpe e um insulto aos brasileiros que votaram por sua reeleição. “Vivemos um tempo muito estranho. Um momento na clara ausência de justificativa jurídica e legal que ampare o impeachment. Tentar derrubar uma presidente eleita sem que tenha cometido um crime de responsabilidade que justifique o impeachment é um insulto aos 110 milhões de brasileiras e brasileiros que reconhecem a eleição direta como maneira certa e legal. A primeira premissa deve ser a vontade popular manifestada pelo voto”, defendeu.


Fonte: Correio do Povo

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