Estudante de 23 anos foi presa em flagrante por
tráfico de drogas e solta poucas horas depois
A jovem
de 23 anos presa em flagrante por tráfico de drogas na tarde de quinta-feira
(28) no centro de Passo Fundo foi solta horas depois. O alvará de soltura foi
assinado pelo juiz Luis Christiano Enger Aires. Segundo ele, “não há razão”
para a estudante de engenharia permanecer presa. “Prisão não é uma regra no
Brasil. Não é porque as pessoas são presas em flagrantes que devem permanecer
presas”, explica. “A gravidade do crime não determina a necessidade da prisão
preventiva”. De acordo com Aires, a jovem deveria continuar presa caso houvesse
o risco dela prejudicar o processo penal, coagir testemunhas, destruir provas
ou mesmo fugir, por exemplo. Assim, a polícia precisaria “indicar quais fatos
concretos” apontassem para isso, o que não foi feito, segundo o juiz. Sem que
sejam indicadas essas circunstâncias, a jovem só poderá ser presa no fim do
processo, caso seja condenada.
Entre a
prisão e a soltura a jovem passou 15 horas no Presídio Regional de Passo Fundo.
A decisão pela soltura poderia mesmo ter sido tomada antes. “Essa não é uma
questão de rapidez, e sim de tempo suficiente para avaliar se estão ou não
presentes as condições para a prisão preventiva”, explica o Aires. Como
entendeu que não havia, o juiz aplicou medidas cautelares à presa, como a obrigação
de comparecer semanalmente em juízo e não poder se ausentar de casa no período
noturno. Assim, a jovem de 23 anos responderá o processo em liberdade.
O
delegado da 1ª Delegacia de Polícia Civil, Diogo Ferreira, que realizou a
prisão, vê dificuldade no combate às drogas sintéticas. “Nós estamos
investigando umas 30 pessoas e todas estão em liberdade. O resultado disso é
que acaba fomentando esse comércio ilícito”, explica. Segundo o delegado, o
caso da estudante ajuda a aumentar a “sensação de impunidade” diante da
prática. “O jovem pensa em dinheiro e liberdade. Então, se ele vê outros
vendendo drogas sintéticas, conseguindo dinheiro fácil sem que sejam presos,
eles acabam se estimulando a vender também”, pontua.
Relembre
A
equipe da 1ª Delegacia de Polícia prendeu uma jovem de 23 anos, em flagrante,
no final da tarde de quinta-feira. (28). A estudante de engenharia civil foi
presa no apartamento onde reside, localizado na rua Uruguai, Centro, depois de
ser flagrada entregando comprimidos de ecstasy a três usuários.
A
polícia chegou até a jovem após uma ligação anônima informando que iria ocorrer
uma entrega de drogas, próximo a Praça Tochetto. Os policiais abordaram os
usuários depois da entrega, com 40 comprimidos de ecstasy. Em seguida, já com
mandado de busca e apreensão, entraram no apartamento da jovem e apreenderam os
outros 49 comprimidos, além de oito pontos de LSD e duas cápsulas de MD –
princípio ativo do ecstasy. Mais de R$ 1.160,00 em dinheiro e dois celulares
também foram apreendidos no apartamento. De acordo com Ferreira, os comprimidos
conhecidos como “bala”, eram vendidos antes das festas pelo valor aproximado de
R$ 20,00, já o ponto de LSD, conhecido como “doce”, por R$ 25,00 e a cápsula de
MD chegava a até R$ 80,00. A jovem foi conduzida até a delegacia e,
posteriormente, recolhida ao presídio.
Por Vinicius Coimbra/Especial ON
Fonte:
O NACIONAL
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