A suspeita é de que o guarda interno repassava
drogas para os detentos da casa prisional
Um policial militar foi preso em flagrante dentro do Presídio
Central de Porto Alegre por suspeita de tráfico de drogas. Ele atuava desde
2011 como guarda interno na casa prisional. Uma revista em seu armário levou à
apreensão de cerca de meio quilo de maconha e de pedras de crack.
Entre seus pertences também foram encontrados telefones
celulares e aproximadamente R$ 8 mil. A suspeita é de que o policial militar
repassava as drogas e os aparelhos para os detentos. A quantia elevada em
dinheiro seria indício de que o PM realizou uma negociação recente com
presidiários.
Com duas décadas de Brigada Militar, o soldado veio de São
Sebastião do Caí para integrar a força-tarefa em ação nas cadeias gaúchas. A
rotina dele era passar quatro dias seguidos no presídio, intercalados com
períodos de folga de outros quatro dias.
Na madrugada de quarta-feira, segundo informações coletadas por
Zero Hora, um celular tocou no interior do seu armário, no alojamento para PMs
que existe junto à portaria do Central. Um colega que estava no local abriu a
porta para atender à chamada e deparou com a droga, os aparelhos e algum
dinheiro. Uma busca posterior em outro armário levou à localização de mais
dinheiro, totalizando os R$ 8 mil.
O nome e a idade do soldado não foram revelados. Segundo o
tenente-coronel Osvaldo Luís Machado da Silva, diretor do Presídio Central, o
suspeito foi recolhido ao Presídio Policial Militar.
— Como se trata de um crime militar, o flagrante foi feito pelo
efetivo da Brigada no presídio — afirmou o tenente-coronel.
Nos últimos anos, servidores foram presos em diferentes
penitenciárias do Estado por tráfico de celulares, drogas ou armas para os
presos.
Um dos casos envolveu o próprio Presídio Central: em 2012, um
sargento da força-tarefa da Brigada Militar em atuação nas cadeias foi detido
pelos colegas depois de uma apreensão de cinco armas em uma galeria da facção
Os Manos. O policial seria fornecedor de celulares, pistolas e revólveres para
apenados.
*Colaborou José Luís Costa
PROPINA NO CÁRCERE
— A prisão do policial militar suspeito de traficar drogas no Presídio Central indica que continua aberta uma chaga revelada por Zero Hora em abril de 2010, na série de reportagens Corrupção nas Cadeias.
— O trabalho mostrou como agentes penitenciários alimentavam o crime, ao levar drogas e armas a criminosos e ao permitir que apenados do regime semiaberto saíssem à rua sem autorização judicial.
— A série de Zero Hora também revelou que agentes extorquiam dinheiro e torturavam detentos.
— A prisão do policial militar suspeito de traficar drogas no Presídio Central indica que continua aberta uma chaga revelada por Zero Hora em abril de 2010, na série de reportagens Corrupção nas Cadeias.
— O trabalho mostrou como agentes penitenciários alimentavam o crime, ao levar drogas e armas a criminosos e ao permitir que apenados do regime semiaberto saíssem à rua sem autorização judicial.
— A série de Zero Hora também revelou que agentes extorquiam dinheiro e torturavam detentos.
Fonte: Itamar Melo* | ZERO HORA
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