Agricultores pedem
fim da demarcação de terras para comunidades quilombolas
Manifestantes usaram tratores para bloquear
tráfego (Crédito: Vinícius Roratto)
O protesto de pequenos agricultores na BR 101,
no Litoral Norte do Estado, causou congestionamentos na estrada e exigiu
paciência dos motoristas nesta sexta-feira. Por volta das 11h, o engarrafamento
chegava a oito quilômetros.
A rodovia foi bloqueada a partir das 9h30min, no sentido Sul/Norte. O grupo reivindica que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) interrompa o processo de demarcação de 4,5 mil hectares de terras para comunidades quilombolas. Depois das 11h, os dois sentidos foram interrompidos. Os manifestantes, porém, liberam por alguns momentos a passagem dos veículos por uma das pistas.
Quem ficou parado, reclamou do congestionamento. O monitor de franquias Glavio Gomes da Silva, de 46 anos, estava seguindo para Laguna, Santa Catarina, e fez críticas aos manifestantes. “Se eu fizer protesto, vou preso. Eles podem se manifestar, mas sem prejudicar os outros”, disse.
A alternativa para os motoristas foi a Estrada do Mar (ERS 389). O chefe da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na região, inspetor José Dirnei de Souza, explicou que o efetivo já estava preparado para o protesto e negociou que uma das pistas fosse aberta.
Na região de Morro Alto, onde ocorreu o protesto com o uso de tratores, há cerca de 100 quilombolas, 500 não quilombolas e 16 que não quiseram se identificar. Caso seja necessário retirar famílias, o Incra irá indenizar a terra, que tiver registro, e as benfeitorias pelo valor de mercado.
Manifestantes alegam que laudo não é legítimo
Um dos líderes do movimento, Edson Souza, agricultor de Osório, alega que o laudo para embasar a desapropriação não seria legítimo. “Duas pessoas que assinaram o laudo seriam futuramente beneficiadas”, explicou.
Ele afirma ainda que nem mesmo os descendentes escravos aprovam as possíveis retiradas de famílias da região. Já o empresário de Maquiné José Inácio da Silva, 67 anos, é da terceira geração de negros da região. “Quem tem que indenizar é o governo. Não pode tirar de um para dar para outro”, ressaltou.
Para o deputado federal Alceu Moreira (PMDB), que integra a Frente Parlamentar da Agropecuária, o Incra levou em consideração uma “história oral” para analisar o direito de propriedade, o que não seria justo com os agricultores. “Isso é uma falcatrua, porque eles contam da maneira que querem. É unilateral. Aqui não tem quilombo, tem comunidade remanescente”, declarou.
Mas o superintendente do Incra no Rio Grande do Sul, Roberto Ramos, disse que o trabalho de levantamento ainda não foi concluído. "A manifestação é legítima", ressaltou, alegando que o Incra tem tentado discutir alternativas.
No Norte gaúcho quatro pontos foram alvo de protestos
Na região do Planalto, em Mato Castelhano, também houve bloqueio da BR 285. Os manifestantes abriram para o tráfego a cada 15 minutos e distribuíram panfletos. No Norte, onde são feitos processos de demarcação para terra indígena, quatro pontos ficaram interrompidos: Em Sananduva, o km 101 da ERS 126; em Pontão, o km 157 da ERS 324; entre Erechim e Erebango, no km 62 da ERS 135 e em Nonoai, no km 56 da ERS 324.
Fonte: Karina Reif / Correio do Povo
A rodovia foi bloqueada a partir das 9h30min, no sentido Sul/Norte. O grupo reivindica que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) interrompa o processo de demarcação de 4,5 mil hectares de terras para comunidades quilombolas. Depois das 11h, os dois sentidos foram interrompidos. Os manifestantes, porém, liberam por alguns momentos a passagem dos veículos por uma das pistas.
Quem ficou parado, reclamou do congestionamento. O monitor de franquias Glavio Gomes da Silva, de 46 anos, estava seguindo para Laguna, Santa Catarina, e fez críticas aos manifestantes. “Se eu fizer protesto, vou preso. Eles podem se manifestar, mas sem prejudicar os outros”, disse.
A alternativa para os motoristas foi a Estrada do Mar (ERS 389). O chefe da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na região, inspetor José Dirnei de Souza, explicou que o efetivo já estava preparado para o protesto e negociou que uma das pistas fosse aberta.
Na região de Morro Alto, onde ocorreu o protesto com o uso de tratores, há cerca de 100 quilombolas, 500 não quilombolas e 16 que não quiseram se identificar. Caso seja necessário retirar famílias, o Incra irá indenizar a terra, que tiver registro, e as benfeitorias pelo valor de mercado.
Manifestantes alegam que laudo não é legítimo
Um dos líderes do movimento, Edson Souza, agricultor de Osório, alega que o laudo para embasar a desapropriação não seria legítimo. “Duas pessoas que assinaram o laudo seriam futuramente beneficiadas”, explicou.
Ele afirma ainda que nem mesmo os descendentes escravos aprovam as possíveis retiradas de famílias da região. Já o empresário de Maquiné José Inácio da Silva, 67 anos, é da terceira geração de negros da região. “Quem tem que indenizar é o governo. Não pode tirar de um para dar para outro”, ressaltou.
Para o deputado federal Alceu Moreira (PMDB), que integra a Frente Parlamentar da Agropecuária, o Incra levou em consideração uma “história oral” para analisar o direito de propriedade, o que não seria justo com os agricultores. “Isso é uma falcatrua, porque eles contam da maneira que querem. É unilateral. Aqui não tem quilombo, tem comunidade remanescente”, declarou.
Mas o superintendente do Incra no Rio Grande do Sul, Roberto Ramos, disse que o trabalho de levantamento ainda não foi concluído. "A manifestação é legítima", ressaltou, alegando que o Incra tem tentado discutir alternativas.
No Norte gaúcho quatro pontos foram alvo de protestos
Na região do Planalto, em Mato Castelhano, também houve bloqueio da BR 285. Os manifestantes abriram para o tráfego a cada 15 minutos e distribuíram panfletos. No Norte, onde são feitos processos de demarcação para terra indígena, quatro pontos ficaram interrompidos: Em Sananduva, o km 101 da ERS 126; em Pontão, o km 157 da ERS 324; entre Erechim e Erebango, no km 62 da ERS 135 e em Nonoai, no km 56 da ERS 324.
Fonte: Karina Reif / Correio do Povo
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