domingo, 16 de junho de 2013

Polícia de Santiago investiga se recém-nascida dada como morta não foi adotada

Crime teria sido praticado em 10 de abril, porém, até o momento, o corpo ainda não foi localizado


A investigação sobre a morte de uma recém-nascida em Santiago teve nova reviravolta. A mãe do bebê, uma jovem de 25 anos, confessou ter enrolado a filha em um lençol, jogando-a em um vaso sanitário e puxado a descarga. Porém, nos últimos dias, a Polícia Civil passou a trabalhar com a possibilidade de que a menina esteja viva.

De acordo com a investigação, o crime teria sido praticado em 10 de abril, na casa da suspeita. Porém, até o momento, o corpo ainda não foi localizado. Depois da suposta morte, uma testemunha informou à Polícia Civil que, dois dias após o parto, uma fogueira foi feita nos fundos da casa da avó do bebê. Em seguida, a mãe da criança teria chegado com um volume em mãos e jogado no fogo.

Uma perita do Instituto Geral de Perícias (IGP) estava na cidade e colheu material no local, que foi encaminhado à perícia. No entanto, segundo o delegado João Carlos Brum Vaz, responsável pelo caso, o exame confirmou que os restos de ossos encontrados no local não seriam de um bebê, devido à diferença na calcificação.

— Voltamos à estaca zero nesta questão da localização do corpo. A mãe afirma com convicção que deu à luz e, sem olhar o sexo da criança, jogou-a na privada. Mas ainda não sabemos o destino deste corpo — afirma Brum.

Sem a localização do corpo, a tese de que a criança estaria viva ganhou força nos últimos dias. Conforme o delegado, surgiram informações de que a recém-nascida não teria sido assassinada e estaria vivendo com um casal na cidade.

As informações, que são apuradas em sigilo, dão conta ainda que, no mesmo período em que a criança teria sido morta, um casal teria adotado uma criança no município.

— É um caso bastante delicado, e estamos checando todas as informações. Em um primeiro momento, vamos tentar localizar os pais biológicos desta criança que foi adotada, o que poderá confirmar se ela se trata ou não da recém-nascida (que foi dada como morta) — explica Brum.

Ainda há perguntas sem resposta no caso

Desde o momento em que o caso foi descoberto, a mãe da criança confessa ter jogado a recém-nascida em um vaso sanitário. Ao longo da investigação, surgiu ainda a possibilidade de que o ex-companheiro dela teria ajudado a dar sumiço com o corpo da criança. Segundo o delegado João Carlos Brum Vaz, já foi confirmado que o rapaz esteve realmente no local dos fatos.

Porém, o que chama a atenção da polícia é que ao ser informada de que poderia ser indiciada por homicídio qualificado e ocultação de cadáver, a suspeita teria pago R$ 3 mil a um advogado para defendê-la. A jovem que, segundo Brum, seria pobre, afirmou que sua mãe fez um empréstimo para pagar o serviço. No entanto, até sexta-feira, não havia apresentado à polícia os comprovantes de que isso realmente ocorreu. Por isso, a polícia não descarta a possibilidade de o dinheiro ter sido obtido de outra forma.

— Mesmo depois de saber que deverá ir a júri popular, onde poderá ser condenada a uma pena alta, em regime fechado, ela continua afirmando que cometeu o crime — avalia Brum.

De acordo com o delegado, caso a criança esteja viva, o crime de homicídio não existe. Mesmo assim, se for comprovado que a jovem cedeu o bebê para adoção mediante recompensa, ela pode responder por crime previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

— O inquérito estava praticamente concluído, mas, diante desta nova informação, a investigação toma outro rumo — afirma Brum.

Segundo a investigação, o casal que teria supostamente adotado a criança faria parte do quadro de oficiais militares do Exército na cidade. Em contato com o comando do Exército de Santiago, na sexta-feira, o Diário de Santa Maria foi informado que não havia expediente do setor de comunicação na sexta-feira e, por isso, não poderia comentar o caso.

Fonte: Patric Chagas | DIÁRIO DE SANTA MARIA

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