Imagens foram divulgadas pela ex-relações públicas do estabelecimento.
Elissandro Spohr, o Kiko,
usa fogo em gravação de clipe na boate, em Santa Maria (Foto: Arquivo Pessoal)
Uma foto divulgada nesta sexta-feira (8)
confirma o uso de fogo dentro da boate Kiss, em Santa Maria, poucos meses antes da tragédia que matou 238 pessoas na
madrugada de 27 de janeiro. A imagem feita pela ex-relações públicas do
estabelecimento, Vanessa Vasconcellos, mostra o sócio do local, Elissandro
Spohr, o Kiko, durante a gravação do clipe da banda Projeto Pantano, da qual
faz parte, ladeado por chamas no palco. Conforme a jovem, havia cerca de 1200
pessoas na casa na ocasião e todos ficaram assustados com a pirotecnia.
"Ninguém sabia
que aquilo ia acontecer. O Kiko não avisou ninguém, nem os funcionários, nem os
organizadores da festa. Todo mundo ficou chocado e algumas pessoas ficaram em
pânico”, garantiu Vanessa ao G1 por telefone. De acordo com ela,
a gravação foi realizada por volta das 2h do dia 27 de outubro de 2012, durante
uma festa do curso de Medicina da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
A ex-funcionária
recorda ainda que o ar dentro da boate ficou impregnado com um forte cheiro de
queimado. Vanessa afirma que, na noite da gravação com uso de artefatos
pirotécnicos, a casa estava lotada. “Havia mais de 1200 pessoas naquela noite.
Eu estava na área vip, que fica um pouco distante do palco, mas conseguia
sentir o calor do fogo e um cheiro que irritava a garganta”, recorda ela, que
foi funcionária da boate Kiss entre dezembro de 2010 e dezembro de 2012.
A irmã de Vanessa,
Letícia Vasconcellos, trabalhava como recepcionista na Kiss e foi uma das
vítimas da tragédia. Indignada, ela conta que não mostrou as imagens antes
porque elas estavam em poder da polícia. "Deixei o material com o
delegado. Divulgar essas fotos antes poderia atrapalhar as investigações. Mas
as fatos estão aí, comprovados”, desabafa.
Procurado pela
reportagem do G1, o advogado de Kiko, Jader
Marques, diz que a gravação foi feita apenas para convidados e que foram usados
artefatos adequados para locais fechados. "O Kiko preparou a boate para
fazer uma gravação de um clipe. Foram pessoas convidadas, amigos dele, em um
horário diferente do funcionamento normal da casa. Se eu não me engano, à
tarde. Os fogos utilizados são os permitidos para uma casa noturna,
diferentemente da noite do incêndio. Além disso, essa situação mostra a
confiança que o Kiko tinha na segurança da casa."
Em entrevista exclusiva
ao Fantástico, no
dia 3 de fevereiro, Kiko garantiu que nunca autorizou a banda Gurizada
Fandangueira a usar fogos dentro da boate. O grupo musical é conhecido pela
pirotecnia em suas apresentações e tocou na Kiss na noite da tragédia. Um
sinalizador aceso pelo vocalista teria causado o incêndio.
"A banda nunca
falou comigo sobre isso. Eu nunca autorizei isso. Faz dois anos, eu acho, que a
banda toca lá. Eu vi no mínimo 30 shows deles. Nunca fizeram isso, nem na Kiss.
Vi shows deles em outros lugares, eles também nunca usaram isso. Se eu soubesse
que iam usar, não deixaria" assegurou Kiko.
Fonte: Roberta Lemes |
Do G1 RS
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