sábado, 15 de dezembro de 2012

Desocupação de área indígena em MT chega a 13 fazendas, diz Funai

Governo diz que atos de violência não serão tolerados em desocupação.
Confronto entre produtores e polícia em Maraiwatsede (Foto: Reprodução/TVCA)
   Confronto entre produtores e polícia em Maraiwatsede no 1º dia de desocupação (Foto: Reprodução/TVCA)

     Desocupação da área Marãiwatsédé, no nordeste de Mato Grosso, já alcançou 13 grandes fazendas da região nordeste de Mato Grosso. A maioria estava desocupada. É o que indiciou a Fundação Nacional do Índio (Funai), em nota divulgada na nesta sexta-feira (14). Desde segunda-feira (10), agentes do governo federal (oficiais de justiça e força policial) percorrem a região.

     Famílias que atendem aos critérios e normativas do programa de reforma agrária serão contempladas por áreas em projetos de assentamento. Em nota, a fundação diz que pelo menos 30 lotes foram disponibilizados para ocupação imediata dos moradores da região e que vão ser atendidas.  

     A operação para retirada das famílias da área - iniciada na segunda (10) - desencadeou uma série de protestos pelos produtores rurais e moradores obrigados a saírem. No primeiro dia da ação houve conflitos. O governo federal afirma que os atos de violência não serão "tolerados".

     "O governo federal está cumprindo a decisão judicial com firmeza e serenidade. Ações violentas e ilegais não serão toleradas e as medidas adequadas já estão sendo tomadas", disse por meio de nota o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho.

     De acordo com a Funai, cerca de 20 mil hectares foram oficialmente retomados. A área total é de 165.241 hectares e foi reconhecida como de propriedade da comunidade xavante, que segundo a Funai, hoje habita uma área correspondente a cerca de 10% do território a que têm direito.

Contestação

     Ainda nesta sexta-feira, Carvalho rebateu as acusações feitas por um produtor rural da área Suiá Missú, contra o secretário nacional de Articulação Social da Secretaria-Geral da Presidência da República, Paulo Maldos, envolvendo pedido de dinheiro para obstaculizar a desintrusão da Terra Indígena Marãiwatsédé.
 
     "Essa suposta denúncia é falsa e caluniosa, feita por um ocupante ilegal de extensa área no território Xavante, e é mais um exemplo das mentiras e falsidades veiculadas por líderes de um suposto movimento que tenta impedir a devolução da terra de Marãiwatsédé", afirmou Carvalho.

     Ainda de acordo com o ministro, o Governo Federal vai acionar a Justiça contra o produtor rural por "calúnia contra o secretário Paulo Maldos".

Fonte: Leandro J. Nascimento, Do G1 MT

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