Pedreiro foi preso; Polícia Civil apura se surto psicótico motivou o ataque.
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Reprodução
Ciúmes da mulher, consumo exagerado de
bebida alcoólica, uso de drogas ou surto psicótico. A Polícia Civil ainda apura
quais foram os motivos que teriam levado o pedreiro Adelmo Rodrigues da Silva,
de 46 anos, a esfaquear seis pessoas, matando uma delas, durante a ceia de
Natal que passava com a família em Osasco, na Grande São Paulo.
Um vizinho morreu no ataque. Entre os feridos, estão duas sobrinhas do suspeito de esfaquear as vítimas, o marido de uma delas, a mulher de um sobrinho e um amigo deles. O estado de saúde dos sobreviventes é considerado grave e alguns deles ainda correm risco de morrer, segundo policiais.
O sobrado onde ocorria a festa natalina pertence a uma sobrinha do tio Adelmo e ao marido dela, que acabaram esfaqueados pelo pedreiro. Cerca de dez pessoas estavam no local, entre familiares, crianças e amigos. A ceia era regada a cerveja e churrasco.
Um vizinho morreu no ataque. Entre os feridos, estão duas sobrinhas do suspeito de esfaquear as vítimas, o marido de uma delas, a mulher de um sobrinho e um amigo deles. O estado de saúde dos sobreviventes é considerado grave e alguns deles ainda correm risco de morrer, segundo policiais.
O sobrado onde ocorria a festa natalina pertence a uma sobrinha do tio Adelmo e ao marido dela, que acabaram esfaqueados pelo pedreiro. Cerca de dez pessoas estavam no local, entre familiares, crianças e amigos. A ceia era regada a cerveja e churrasco.
Para a costureira
Maria Eva Alves de Andrade, de 42 anos, que se identificou como esposa do
agressor, o marido ‘surtou’. Outras testemunhas que presenciaram o crime foram
ouvidas pelo G1 e também acham que o homem passou por
problemas psicológicos quando protagonizou o esfaqueamento.
Surto
“Ele surtou. Teve um
surto psicótico. Só tenho essa explicação plausível para tentar entender o que
aconteceu. Sempre foi calmo, nunca teve passagens pela polícia e estávamos
passando a ceia na casa de parentes dele, de quem sempre gostou. Tinha bebido
um pouco, é verdade, mas acho que não foi o álcool. De repente, sem dizer nada,
pegou a faca que estava na churrasqueira e começou a esfaquear quem via pela
frente. Foi Deus quem me salvou. Senão ele teria me esfaqueado também”, disse
Maria de Andrade.
Jeroniza Bezerra, mãe de
Erivaldo, exibe foto do filho assassinado. Imagem
foi
manipulada para preservar identidade de amigo
(Foto: Kléber Tomaz/G1)
(Foto: Kléber Tomaz/G1)
A costureira rebateu
as informações de testemunhas, de que o pedreiro 'surtou' após sentir ciúmes
dela, que estaria disposta a se separar. “É mentira. A única coisa que fiz foi
chamá-lo para irmos embora porque já eram 3h. Lá pelas 5h30, foi que ele
[Adelmo] surtou, atacou todo mundo e tentou se matar, mas foi impedido”,
afirmou Maria.
“Em 25 anos de
convivência nunca presenciei ele [Adelmo] desse jeito. Peço perdão em nome dele
pelas famílias das vítimas, mas acho que ele precisa de um tratamento médico”,
sugeriu a costureira, durante entrevista concedida na sala de espera do 10º
Distrito Policial, em Osasco, onde o caso foi registrado. Maria aparece no
boletim de ocorrência do caso como ‘convivente’ do pedreiro.
Adelmo, que segundo
testemunhas estava transtornado, só foi detido depois de ser atingido por um
cabo de vassoura na cabeça, desferido por um dos convidados, que o imobilizou e
telefonou para a Polícia Militar, que chegou ao imóvel e prendeu o esfaqueador.
Delegado
Questionado pelo
delegado Marcus Vinicius Silva Reis se aceitaria falar com a equipe de
reportagem, Adelmo respondeu que não. Ele ainda será interrogado pela
autoridade policial que o indiciou por homicídio e tentativa de homicídio. No
seu registro, o esfaqueador é indicado como ‘solteiro’.
“Ainda buscamos uma
explicação para o que ocorreu. Até agora ele [Adelmo] não falou nada. Está
muito alterado, com sinais de embriaguez”, disse o delegado Marcus Reis, que
irá pedir exames de dosagem alcoólica e toxicológicos no assassino para saber
se ele cometeu o crime sob efeito de bebida ou entorpecentes.
Um pino utilizado para armazenar cocaína foi apreendido pela Polícia Militar no terceiro pavimento do imóvel da Rua Padre Kassabian, no Jardim Bonanza. A faca usada para esfaquear as pessoas foi encontrada partida. Ela meda cerca de 30 centímetros.
Um pino utilizado para armazenar cocaína foi apreendido pela Polícia Militar no terceiro pavimento do imóvel da Rua Padre Kassabian, no Jardim Bonanza. A faca usada para esfaquear as pessoas foi encontrada partida. Ela meda cerca de 30 centímetros.
"O que sabemos é
que ele pegou a faca, ergueu o braço esquerdo da maioria das vítimas e as
esfaqueou mirando a região do coração. Ou seja, ele quis matá-las",
comentou o delegado.
Morto
Uma das vítimas foi
atingida no peito e morreu, outras cinco foram internadas com gravidade no
Hospital Municipal de Osasco e no Pronto-Socorro Osmar Mesquita. O vigilante
Erivaldo Teles Morais, de 23 anos, conhecia os donos do imóvel, era vizinho
deles, e tinha ido ao local devolver um prato de comida que recebeu da ceia. Ia
desejar ‘feliz natal’, segundo parentes dele.
“Nem teve tempo de
dizer nada. Esse monstro esfaqueou meu filho [Erivaldo] perto das costelas. Me
contaram que acertou o coração dele, que parou de bater na hora”, relatou a
desempregada Jeroniza Teles Bezerra, 53, mãe do vigilante, que soube do
assassinato nesta manhã.
“Ele morava comigo e
me ajudava. Não terei mais motivos para comemorar o Natal. Esse foi horrível,
trágico, sangrento. Será difícil de esquecer”.
Feridos
Entre os feridos por
Adelmo, estão uma sobrinha dele, uma promotora de vendas de 32 anos, e o marido
dela, ajudante de 37. O casal é dono do imóvel onde era feita a ceia natalina.
Outra sobrinha, uma dona de casa, 29, também foi esfaqueada. Além dela, uma
vendedora, 32, mulher de um sobrinho do pedreiro, levou uma facada no tórax.
“Por sorte, nenhuma
das crianças, filhas do casal dono da casa, foi ferida. Elas estavam dormindo
num dos quartos. Todas as vítimas foram feridas na área da churrasqueira. Só o
dono da casa é que foi esfaqueado enquanto dormia na sua cama, no segundo pavimento”,
explicou o delegado Marcus Reis.
Fonte: Kleber Tomaz, Do
G1 São Paulo
Atualizado em 25/12/2012
18h34
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