Ademir e Ivone Buratti foram sequestrados com os
filhos na porta de casa
Crédito: André Ávila
Crédito: André Ávila
O
sorriso de alívio esconde as 20 horas de medo que o casal Ademir e Ivone Buratti, 49 e
52 anos, viveu entre a madrugada e o início da noite de domingo. Após serem
sequestrados por dois homens junto com as filhas Franciele, de 24 anos;
Michele, 22; Laíse, 20 e Milena, 11, além do genro William, os dois passaram a
manhã desta segunda-feira recebendo o carinho de amigos e parentes que
telefonavam ou visitavam a família.
Apesar do aparente bem-estar, a tensão permanece. O casal havia se programado para passar o reveillón em sua casa, na Linha 14 de Julho, zona rural de Cotiporã. "Mas agora não temos vontade de fazer mais nada", revela Ivone. Ela e o marido vivem há 25 anos no local, onde cultivam parreiras em uma área de 24 hectares repleta de morros, próximo ao Rio das Antas. Mesmo com o susto, eles pretendem continuar vivendo lá. "Esse tipo de coisa acontece em qualquer lugar", justifica Ademir.
Após serem abordados em casa, quando estavam quase indo dormir, os reféns passaram quase 20 horas acompanhando os assaltantes, sem comer e sem beber – a maior parte do tempo debaixo de uma árvore, segundo Ademir. Desta forma, era possível que os criminosos se escondessem dos helicópteros da polícia que sobrevoavam o matagal, bem acima dos fugitivos. "Rezei para que o helicóptero não nos encontrasse, porque pensei: vai dar morte", recorda Ivone.
Armados cada um com um fuzil e uma pistola, os assaltantes pediam a Ademir que o guiasse pela mata, já que estavam perdidos. "Eles queriam se esconder para poder fugir de noite", conta o agricultor. Ele conta que chegou a ser agredido com uma coronhada na cabeça e sofria ameaças. Os demais reféns, porém, não sofreram ferimentos.
Por telefone, segundo Buratti, os assaltantes se comunicavam com um terceiro elemento e chegaram a cogitar a ideia de um resgate em um posto de combustível em Garibaldi. Outra ideia discutida pela dupla teria sido sequestrar um automóvel. Em conversas com os reféns, porém, os dois pareciam admitir o fracasso da empreitada. "Um deles disse: 2013 é ano de azar", conta Buratti.
O assalto
Na madrugada deste domingo, criminosos entraram em confronto com a Brigada Militar durante assalto à fábrica de joias Guindani. O grupo usou explosivos para detonar a empresa. Três bandidos morreram no conflito com os policiais, entre eles Elisandro Rodrigo Falcão, o homem mais procurado do Rio Grande do Sul. Ele foi baleado no rosto ao tentar ultrapassar uma barreira policial.
Cerca de 20 horas depois, a Brigada Militar fez o resgate dos reféns. Agora, a polícia segue com barreiras montadas em estradas da região para capturar os assaltantes. As imagens do circuito interno da fábrica assaltada mostram um grupo de oito homens em ação. A identidade deles já é conhecida pelos policiais, mas não foi divulgada. O governador Tarso Genro confirmou que irá a Cotiporã nesta terça.
Apesar do aparente bem-estar, a tensão permanece. O casal havia se programado para passar o reveillón em sua casa, na Linha 14 de Julho, zona rural de Cotiporã. "Mas agora não temos vontade de fazer mais nada", revela Ivone. Ela e o marido vivem há 25 anos no local, onde cultivam parreiras em uma área de 24 hectares repleta de morros, próximo ao Rio das Antas. Mesmo com o susto, eles pretendem continuar vivendo lá. "Esse tipo de coisa acontece em qualquer lugar", justifica Ademir.
Após serem abordados em casa, quando estavam quase indo dormir, os reféns passaram quase 20 horas acompanhando os assaltantes, sem comer e sem beber – a maior parte do tempo debaixo de uma árvore, segundo Ademir. Desta forma, era possível que os criminosos se escondessem dos helicópteros da polícia que sobrevoavam o matagal, bem acima dos fugitivos. "Rezei para que o helicóptero não nos encontrasse, porque pensei: vai dar morte", recorda Ivone.
Armados cada um com um fuzil e uma pistola, os assaltantes pediam a Ademir que o guiasse pela mata, já que estavam perdidos. "Eles queriam se esconder para poder fugir de noite", conta o agricultor. Ele conta que chegou a ser agredido com uma coronhada na cabeça e sofria ameaças. Os demais reféns, porém, não sofreram ferimentos.
Por telefone, segundo Buratti, os assaltantes se comunicavam com um terceiro elemento e chegaram a cogitar a ideia de um resgate em um posto de combustível em Garibaldi. Outra ideia discutida pela dupla teria sido sequestrar um automóvel. Em conversas com os reféns, porém, os dois pareciam admitir o fracasso da empreitada. "Um deles disse: 2013 é ano de azar", conta Buratti.
O assalto
Na madrugada deste domingo, criminosos entraram em confronto com a Brigada Militar durante assalto à fábrica de joias Guindani. O grupo usou explosivos para detonar a empresa. Três bandidos morreram no conflito com os policiais, entre eles Elisandro Rodrigo Falcão, o homem mais procurado do Rio Grande do Sul. Ele foi baleado no rosto ao tentar ultrapassar uma barreira policial.
Cerca de 20 horas depois, a Brigada Militar fez o resgate dos reféns. Agora, a polícia segue com barreiras montadas em estradas da região para capturar os assaltantes. As imagens do circuito interno da fábrica assaltada mostram um grupo de oito homens em ação. A identidade deles já é conhecida pelos policiais, mas não foi divulgada. O governador Tarso Genro confirmou que irá a Cotiporã nesta terça.
Fonte: Danton Júnior / Correio do Povo
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