domingo, 11 de dezembro de 2011

Paraenses rejeitam a divisão do Estado em três

     Os paraenses rejeitaram neste domingo (11) a divisão do Estado, o segundo maior do país, em três. A criação de Tapajós, que ocuparia toda a porção oeste do atual território paraense, foi rejeitada por 67,3% dos eleitores. Ao mesmo tempo, 67,9%% dos paraenses disseram não à criação de Carajás, que seria estabelecido no sudeste do Estado. Esses resultados são referentes à primeira parcial que confirmou o resultado do plebiscito, divulgada às 20h11 pela Justiça Eleitoral, e equivaliam a 78% das urnas apuradas.
     A votação, que custou R$ 19 milhões aos cofres públicos e teve a participação de 1,2 mil homens da Força Nacional de Segurança, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), transcorreu de forma tranquila. Cerca de 3 milhões de eleitores (75% do total) compareceram às urnas. A calmaria mostrou, segundo o presidente do TSE, Ricardo Lewandowski, que a democracia brasileira “"está amadurecida e consolidada".
     A intensidade das opiniões a respeito da divisão ou não do Estado foi mais forte em Belém, atual capital do Estado, e nas cidades que se tornariam capitais de Tapajós e Carajás, Santarém e Marabá, respectivamente. Uma parcial divulgada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Pará às 19h20 mostrou que, em Belém, 95,09% das pessoas disseram não para a criação de Carajás e 94,07%, para a criação de Tapajós. Em Marabá, o grupo pró-divisão somava 93,68% dos votos e, em Santarém, 98,85%.
     A campanha para o plebiscito movimentou políticos com interesses nos dois desfechos. O principal argumento favorável à separação era a distância de Belém para os municípios do que seriam Carajás e Tapajós. Santarém, por exemplo, está a 800 km de distância de Belém, mas por rodovia a distância pode chegar a 1300 km, praticamente a mesma distância entre o Rio de Janeiro e Porto Alegre. Políticos contrários à divisão afirmavam que o abandono do interior do Estado era usado como justificativa para provocar a divisão e, assim, garantir interesses econômicos. Prova disso seria, segundo os críticos, a forma como as fronteiras dos novos Estados foram desenhadas, sem levar em conta critérios culturais ou técnicos, mas sim interesses de mineradores, madeireiros e pecuaristas. 

Fonte: JL / Redação ÉPOCA

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