Garoto passou por dois hospitais no Distrito
Federal durante réveillon.
Para médico, ferimentos foram causados por caco de vidro, lembra família.
Para médico, ferimentos foram causados por caco de vidro, lembra família.
Foto: Reprodução
Um garoto do Distrito
Federal passou as 12 primeiras horas de 2016 com uma bala alojada nos lábios,
até a família descobrir que ele tinha sido atingido por um tiro. A família diz
que o primeiro médico atribuiu o ferimento a um caco de vidro e liberou o menino
sem qualquer exame. O motivo real do sangramento e das dores só foi
identificado em outro hospital.
“Ele [o médico] disse que não tinha necessidade de pedir
raio-x, porque os cacos não iriam aparecer na imagem. Ficamos a madrugada toda
procurando o vidro no portão. Ele não pediu receita nem atestado”, afirmou a
mãe do garoto, Naiane Araújo.
Michael de Sousa Araújo, de 11 anos, estava comemorando
o réveillon na frente da casa de uma tia, em Samambaia, quando começou a
sangrar durante a queima de fogos. Com ferimentos no supercílio, ele foi levado
ao Hospital Regional de Taguatinga e liberado logo em seguida. A direção do
hospital investiga o caso.
“Ele estava gritando com a mão no rosto. Quando eu olhei
para ele, achei que poderia ter batido na parede porque era toda chapiscada”,
afirmou o pai do garoto, Cleber Ferreira de Araújo.
No hospital de Taguatinga, o médico teria dito que os
ferimentos foram causados por um caco de vidro. Segundo a família, a unidade
estava vazia no momento.
“Ele não pediu o raio-x para ver se tinha alguma coisa.
Deu os pontos e mandou para casa”, afirmou a avó do menino, Maria de Fátima de
Araújo.
A família diz que houve negligência e que pretende
entrar com uma ação contra o GDF. Em nota enviada à TV Globo, a direção do
hospital de Taguatinga disse que vai apurar com a equipe de plantão o porquê de
não ter dado o diagnóstico correto.
Apesar do atendimento, o inchaço aumentou e o pai resolveu procurar outro especialista, no hospital de Sobradinho, por volta das 13h do mesmo dia. Após duas radiografias, foi descoberto que Michael tinha uma bala de pistola .380 alojada no rosto. “Eu fiquei sem chão”, conta o pai.
Apesar do atendimento, o inchaço aumentou e o pai resolveu procurar outro especialista, no hospital de Sobradinho, por volta das 13h do mesmo dia. Após duas radiografias, foi descoberto que Michael tinha uma bala de pistola .380 alojada no rosto. “Eu fiquei sem chão”, conta o pai.
Até esta segunda-feira (4), o rosto e o lábio de Michael
continuavam inchados. “Eu poderia ter morrido”, diz o jovem. “A gente vai fazer
dois aniversários para o Michael: um em setembro e um em janeiro porque ele
nasceu de novo”, afirma a avó.
Gabriel Luiz
Do G1 DF
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