Polícia busca imagens de
câmeras de segurança na investigação do caso.
Corpo de garoto
foi encontrado em freezer de sorvete na sexta-feira (4).
Prédio onde menino foi
encontrado morto dentro de uma geladeira, no Centro (Foto: Paula Paiva
Paulo/G1)
O
corpo do menino Ezra, encontrado em um freezer de sorvete em um apartamento no
Centro de São Paulo, está há três dias no Instituto
Médico Legal (IML) Oeste, à espera do reconhecimento, que precisa ser feito por
algum familiar.
O IML informou que se em até 72 horas (3 dias) um corpo não for identificado, é enterrado pelo próprio instituto. Como a morte do menino é um caso de repercussão, um funcionário do IML informou que o instituto irá esperar mais tempo, mas não precisou quanto.
O menino foi encontrado morto na sexta-feira (4) no apartamento onde vivia com o padrasto, a mãe e as irmãs na Rua Santo Amaro, na região central de São Paulo. Vizinhos ouvidos pelo G1afirmam que a família saiu do prédio há quatro dias.
O IML informou que se em até 72 horas (3 dias) um corpo não for identificado, é enterrado pelo próprio instituto. Como a morte do menino é um caso de repercussão, um funcionário do IML informou que o instituto irá esperar mais tempo, mas não precisou quanto.
O menino foi encontrado morto na sexta-feira (4) no apartamento onde vivia com o padrasto, a mãe e as irmãs na Rua Santo Amaro, na região central de São Paulo. Vizinhos ouvidos pelo G1afirmam que a família saiu do prédio há quatro dias.
O
Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) investiga o
caso solicitou imagens do circuito interno do prédio onde a família morava.
Segundo o boletim de ocorrência, o menino teria aparentemente cinco anos.
A
família era dona de uma bomboniere no térreo do edifício e morava no primeiro
andar. Por volta das 18h40 de sexta, vizinhos ligaram para a polícia para
verificar se havia algo estranho no apartamento.
O
primo do padrasto do menino contou à polícia ter estranhado o fato de o
vendedor de 26 anos deixar de abrir a bomboniere. Ele foi até o apartamento e,
na porta, sentiu um cheiro muito forte. O homem chamou o proprietário do imóvel
e lá encontraram, no freezer, o corpo do menino enrolado em um lençol e em
sacos plásticos, segundo o boletim de ocorrência. Segundo o primo, o menino era
filho da companheira do vendedor. Agentes da Polícia Técnico-Científica foram
acionados para fazer perícia.
Atendimento
O
Conselho Tutelar informou, em nota neste domingo (6), que Ezra foi atendido em
junho de 2014 após receber denúncia que a criança apresentava sinais de
espancamento. A mãe declarou, segundo o conselho, que batia "no intuito de
educar, e não machucar".
Os
conselheiros informaram aos pais que o procedimento não é tolerado no Brasil -
a família é da África do Sul. Com a confirmação dos maus-tratos, ele foi
retirado do convívio familiar e levado para acolhimento. O Conselho Tutelar diz
que encaminhou o caso para o Poder Judiciário e não recebeu mais informações da
criança e novas denúncias.
Vários cartazes foram
colados na porta da bomboniere pedindo justiça (Foto: Paula Paiva Paulo/G1)
Vizinhos
Os vizinhos da família colaram cartazes neste sábado (5) na porta da bomboniere pedindo justiça. As mensagens desejavam também que o menino "descanse em paz".
O
morador do prédio Marco Amorim contou ter sentido um cheiro forte vindo do
apartamento nos dois últimos dias. "A gente passava e sentia um cheiro
insuportável", disse. Ele contou que, no início da semana, viu o padrasto
do menino esvaziando a geladeira de sorvetes da bomboniere e levando para
dentro do apartamento.
O
vizinho afirmou ainda que "cansou de reclamar para a síndica" do
choro das crianças. "Era toda noite", completa sua esposa, Sâmara
Silvestre. O casal contou que o menino já havia ido para o Conselho Tutelar
após denúncias de maus-tratos de uma professora.
Sâmara disse que, nesta sexta-feira, quando o proprietário do apartamento foi tentar entrar, ele não conseguiu. "Trocaram a fechadura."
Sâmara disse que, nesta sexta-feira, quando o proprietário do apartamento foi tentar entrar, ele não conseguiu. "Trocaram a fechadura."
Renata
Daniele Fernandes era colega da família e fornecia doces para a bomboniere. Ela
mora no prédio vizinho, e contou que a mãe falava que o menino "dava muito
trabalho" e ela queria mandá-lo de volta para a África do Sul, de onde a
família era. As duas meninas pequenas nasceram no Brasil.
O
filho de Renata costumava brincar com o menino. Segundo ele, a criança dizia
que o sonho dela era ser jogador de futebol e comprar uma casa na praia para a
mãe. Outro morador do prédio, Jorge Pantoja disse que a família era querida
pelos vizinhos. "Todo mundo adorava o cara. Ele era muito bacana".
Cartazes foram arrancados,
mas logo outros foram colocados junto com flores (Foto: Paula Paiva Paulo/G1)
Maria
Célia Moreira já trabalhou na Escola Estadual Paulo Machado de Carvalho, onde o
menino estudava. Ela relata que, no ano passado, houve um comunicado ao
Conselho Tutelar sobre o menino e ele acabou levado para um abrigo.
"Eu
não sei como que devolveram ele para os pais. Não era para ter sido devolvido,
devolveram uma vez, e aí comunicamos ao abrigo que o menino estava chorando,
queria voltar para o abrigo, e ele voltou para abrigo. É a mãe que batia. É um
absurdo uma coisa dessa, de a gente ficar chocado. Nós percebemos que ele
estava sendo mal tratado. Era um menino muito lindo, muito doce".
Fonte: Do G1 São Paulo
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