sábado, 1 de agosto de 2015

Ladrões devolvem medalha de ouro do Pan roubada de jogadora no ABC

Peça estava na bolsa da lateral Tamires que foi roubada na sexta-feira.
Medalha foi colocada debaixo de portão e está riscada.

Tamires exibe a medalha de ouro do Pan após vitória sobre a Colômbia (Foto: Tom Szczerbowski-USA TODAY Sports/Reuters)
   Tamires exibe a medalha de ouro do Pan após vitória sobre a Colômbia
   (Foto: Tom Szczerbowski-USA TODAY Sports/Reuters)

A medalha de ouro da jogadora Tamires Britto, lateral da seleção brasileira, que tinha sido  roubada na sexta-feira (31), foi colocada debaixo do portão de uma vizinha da casa da família, em Santo André, no ABC Paulista. A peça foi encontrada na manhã deste sábado (1º) por uma funcionária do salão de beleza vizinho à casa do sogro de Tamires.

Tamires estava com a família, saindo da casa no Parque Jaçatuba, quando dois rapazes armados anunciaram o roubo. A medalha de ouro do Panamericano de Toronto foi conquistada no jogo contra a Colômbia no dia 25 e estava na bolsa de Tamires. A atleta participaria de um programa de televisão.

A atleta disse ao G1 neste sábado que está aliviada e que os ladrões devem ter devolvido ao perceber que a medalha é apenas banhada a ouro. "Quem bom que se sensibilizaram. Se fosse toda de ouro, com certeza iriam derreter", disse. Ela afirmou também que a devolução foi provavelmente motivada por medo por parte dos ladrões, já que o caso ganhou repercussão na imprensa.

Medalha da jogadora Tamires com riscos no meio; peça é banhada a ouro (Foto: Arquivo pessoal)
   Medalha da jogadora Tamires com riscos no meio;
   peça é banhada a ouro (Foto: Arquivo pessoal)

Tamires, que é lateral-esquerda, afirmou ainda que lutou muito pela medalha e que estava triste em não tê-la mais. "Não fiquei nem seis dias com ela. Você dá um duro danado para conquistar uma medalha, que é da nação brasileira, para dois 'Zé Ruela' virem e levarem embora."

Após ficar um mês no Canadá, a jogadora lamentou a falta de segurança no Brasil. "Lá a gente vê a as casas sem portão, com jardim na frente, e aqui as pessoas têm que morar em prisões por conta da violência", disse.
Após conquistar a medalha de ouro, a atleta firmou contrato com um clube da Dinamarca e está de mudança para a Europa.

Tamires e as jogadoras do Brasil participaram de cerimônia na CBF com as medalhas na quinta-feira (Foto: Rafael Ribeiro / CBF / Divulgação) 
   Tamires e as jogadoras do Brasil participaram de cerimônia na CBF com as medalhas na quinta-feira
   (Foto: Rafael Ribeiro / CBF / Divulgação)

Assalto 

Ela contou que estava saindo da casa da sogra, quando uma vizinha chegou com um carro de luxo e desceu para cumprimentá-la pela conquista. "Estava me preparando para entrar em meu carro, quando ela [vizinha] veio me cumprimentar. Foi nessa hora que dois moleques vieram da esquina e pediram as alianças, relógios, bolsas. Levaram o carro da vizinha, entraram no meu carro, onde estava meu filho de 5 anos e minha sobrinha de 10 anos. Pegaram meu celular e minha bolsa, onde estava a medalha."

A sogra da jogadora, Márcia Araújo, disse ao G1 que foi tudo muito rápido. "Ela estava saindo quando fomos surpreendidos. Foi um arrastão. Estávamos em oito pessoas, seis adultos e duas crianças. E ainda levaram o carro da vizinha. Eles [ladrões] chegaram andando, mas desconfio que tivessem alguém dando cobertura."

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) tinha informado que faria uma réplica da medalha de ouro para Tamires, ideia que agora deverá ser abortada em razão de a original ter sido devolvida.

Tamires (número 6) comemora com as jogadoras a vitória na final do Pan (Foto: Tom Szczerbowski-USA TODAY Sports/Reuters)
   Tamires (número 6) comemora com as jogadoras a vitória na final do Pan
   Foto: Tom Szczerbowski-USA TODAY Sports/Reuters)


Márcio Pinho
Do G1 São Paulo

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