Santas Casas e Filantrópicos dizem
que medida é positiva, mas não resolve custeio
A dívida de R$ 210
milhões, contraída pelo governo do Estado com as Santas Casas e Hospitais
Filantrópicos, vai ser quitada em 36 vezes de R$ 8 milhões por mês, entre 2016
e 2018. A medida foi anunciada hoje pelo secretário da Saúde, João Gabbardo,
após reunião com o governador e representantes das entidades
hospitalares. Ele disse ainda que o acordo não compromete os repasses
mensais feitos aos hospitais.
A operação financeira
para o pagamento da dívida vai ser forma indireta: os hospitais filantrópicos
farão empréstimos junto a bancos e os valores referentes às parcelas dos
empréstimos serão repassadas mensalmente pela Secretaria da Saúde.
Para que os hospitais
não sofram prejuízo nessa operação, terão de contrair os empréstimos nos moldes
previstos pelo Fundo de Apoio Financeiro e de Recuperação dos Hospitais
Privados Sem Fins Lucrativos (Funafir), em que os juros mensais são de 1,6%.
A medida foi comemorada
pelo presidente das Federações de Santas Casas e Filantrópicos, Francisco
Ferrer. Apesar de classificar como muito positiva, ele lembra que a ação não
resolve os problemas de custeio dos hospitais, ou seja, o prejuízo acumulado
entre o que o hospital gasta e o que recebe para realizar cada procedimento.
“A avaliação é
extremamente positiva. Minimiza bastante a dificuldade financeira. Não resolve
porque nós continuamos em tratativa com o governo do Estado e principalmente
com a União no que tange ao custeio. O que sempre minimizou a questão de
custeio sempre foi o Ihosp, mas o Ihosp 2015 não está no contexto dessa
discussão”, afirmou Ferrer.
Até o ano passado, os
hospitais recebiam uma suplementação financeira do Estado (chamada de
Pie-Ihosp) para compensar a diferença entre valor pago e gasto para cada
procedimento. O Piratini encerrou o repasse neste ano.
O secretário da Saúde
também comemorou o avanço. Segundo Gabbardo, com a medida, não serão deixadas
dívidas para o próximo governo. “É a forma como o Estado hoje pode pagar essa
dívida. Se dependesse dos recursos normais da Secretaria da Saúde, nós não teríamos
esses recursos. Agora, diluindo isso, nós não vamos deixar essa dívida para o
governo que vem”, destacou o gestor.
Dos R$ 210 milhões, R$
150 milhões são débitos ainda da gestão Tarso Genro, inclusive relativas a
repasses do Pies-Ihosp.
Fonte: Gabriel Jacobsen/Rádio Guaíba
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