segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Estado vai pagar empréstimo, em 36 vezes, para cobrir rombo de R$ 210 milhões com hospitais no RS

Santas Casas e Filantrópicos dizem que medida é positiva, mas não resolve custeio

A dívida de R$ 210 milhões, contraída pelo governo do Estado com as Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, vai ser quitada em 36 vezes de R$ 8 milhões por mês, entre 2016 e 2018. A medida foi anunciada hoje pelo secretário da Saúde, João Gabbardo, após reunião com o governador e representantes das entidades hospitalares. Ele disse ainda que o acordo não compromete os repasses mensais feitos aos hospitais.

A operação financeira para o pagamento da dívida vai ser forma indireta: os hospitais filantrópicos farão empréstimos junto a bancos e os valores referentes às parcelas dos empréstimos serão repassadas mensalmente pela Secretaria da Saúde.

Para que os hospitais não sofram prejuízo nessa operação, terão de contrair os empréstimos nos moldes previstos pelo Fundo de Apoio Financeiro e de Recuperação dos Hospitais Privados Sem Fins Lucrativos (Funafir), em que os juros mensais são de 1,6%.

A medida foi comemorada pelo presidente das Federações de Santas Casas e Filantrópicos, Francisco Ferrer. Apesar de classificar como muito positiva, ele lembra que a ação não resolve os problemas de custeio dos hospitais, ou seja, o prejuízo acumulado entre o que o hospital gasta e o que recebe para realizar cada procedimento.

“A avaliação é extremamente positiva. Minimiza bastante a dificuldade financeira. Não resolve porque nós continuamos em tratativa com o governo do Estado e principalmente com a União no que tange ao custeio. O que sempre minimizou a questão de custeio sempre foi o Ihosp, mas o Ihosp 2015 não está no contexto dessa discussão”, afirmou Ferrer.

Até o ano passado, os hospitais recebiam uma suplementação financeira do Estado (chamada de Pie-Ihosp) para compensar a diferença entre valor pago e gasto para cada procedimento. O Piratini encerrou o repasse neste ano.
O secretário da Saúde também comemorou o avanço. Segundo Gabbardo, com a medida, não serão deixadas dívidas para o próximo governo. “É a forma como o Estado hoje pode pagar essa dívida. Se dependesse dos recursos normais da Secretaria da Saúde, nós não teríamos esses recursos. Agora, diluindo isso, nós não vamos deixar essa dívida para o governo que vem”, destacou o gestor.

Dos R$ 210 milhões, R$ 150 milhões são débitos ainda da gestão Tarso Genro, inclusive relativas a repasses do Pies-Ihosp.


Fonte: Gabriel Jacobsen/Rádio Guaíba

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