Declarações fortes do deputado federal foram feitas no
Tribuna Popular de sábado
Foto: Luiz Bernardo Jr
O deputado Federal
Darcísio Perondi concedeu entrevista ao jornalista Jalmo Fornari no programa
Tribuna Popular onde comentou sobre decisão do ministério da educação de
conceder o direito de implantar um curso de medicina na cidade de Ijuí, à
Universidade Estácio de Sá do Rio de Janeiro, preterindo a Unijuí que também
concorria pelo curso.
“Propina” foi com
esta palavra que o deputado abriu a entrevista, repetindo-a inúmeras
vezes: “Não tenho dúvida que houve propina. Os técnicos receberão propina. É um
absurdo”, comenta o parlamentar demonstrando todo o seu descontentamento com a
decisão, “É como querer colocar Ijuí na China, não tem o menor cabimento, a
Estácio de Sá, não tem a mínima estrutura, identidade ou condições de sair do
Rio de Janeiro para implantar o curso em Ijuí, mais uma vez, tenho certeza
houve dinheiro sujo por trás.”
O deputado ainda
afirmou que junto com outros parlamentares cobrará explicações do Ministério da
Educação sobre qual o critério usado para deixar de fora uma instituição que já
tem estrutura e que poderia implantar o curso imediatamente para dar a
oferta da graduação para uma universidade que nem tem sede no município.
O reitor da Unijuí
Martinho Luís Kelm, falou ontem no encerramento da audiência publica da cadeia
produtiva do leite que ocorria no salão de atos da Unijuí que recebeu as justificativas
do MEC com os motivos pelos quais a universidade perdeu a concorrência, segundo
ele, a Unijuí teve boa pontuação no projeto pedagógico, na estrutura e foi
aprovada ainda na viabilidade econômica, mas justifica a escolha da Estácio de
Sá, porque o poder econômico dela é maior, ou seja, mesmo que a viabilidade
econômica da Unijuí seja suficiente para a implantação do curso, o MEC deu
prioridade para a Estácio, porque eles tem maior poder econômico.
“Durante a tarde eu
recebi os motivos da Unijuí não ser a primeira colocada na oferta do curso de
Medicina. Não ficamos em segundo lugar no projeto do curso, não ficamos em
segundo lugar nas nossas estruturas, no nosso plano de trabalho, nisso nós
fomos muito bem avaliados. E não fomos desclassificados pela nossa capacidade
econômica. Fomos desclassificados porque a capacidade econômica do nosso
oponente era maior do que a nossa. Isso é um absurdo, isso é jogar no lixo um
projeto de sociedade que busca, a partir de sua comunidade, gerar um projeto de
desenvolvimento. O MEC considerou a nossa capacidade econômica adequada, mas
considerou a do nosso oponente superior. Nós não vamos desistir. Vamos
continuar, vamos sim entrar com recurso e se mesmo assim não ganharmos, nós
cairemos de pé.” Discursou o reitor.
Nossa reportagem
levantou informações que dão conta que a Estácio de Sá esta negociando a
possibilidade de utilizar o local da antiga rodoviária do município para
implantar suas estruturas e que teria um planejamento de instalar e colocar em
funcionamento um hospital comunitário no município no prazo de três anos.
A decisão do
Ministério da Educação pegou toda a região de surpresa que esperava que a
Unijuí fosse oferecer o curso, uma vez que esta já está inserida na região e
tem um respaldo conquistado ao longo dos anos, sem contar a forte estrutura que
a universidade já tem em Ijuí.
Foram 33 vagas de
novos cursos de medicina concedidos no Brasil. No Rio Grande do Sul haviam 4
vagas, sendo que além de Ijuí, foram contempladas a URI em Erechim e Feevale em
Novo Hamburgo. Ambas as faculdades já possuem presença nos respectivos
municípios. Já para São Leopoldo que também tinha uma vaga não houve proposta
vencedora.
A Estácio de Sá que
tem sede no Rio de Janeiro, angariou três cursos, além de Ijuí a instituição
recebeu o direito de oferecer medicina ainda em Alagoinhas na Bahia, Angra dos
Reis no Rio de Janeiro e Jaraguá do Sul Santa Catarina.
Fonte: Sistema Província
Nenhum comentário:
Postar um comentário