quinta-feira, 30 de julho de 2015

Queima de pneus interrompe trânsito na 386, em Frederico Westphalen

Boneco com fardamento da Brigada Militar e faixa com recado ao governo foram deixados no local

   Pneus interromperam o trânsito em meia pista no quilômetro 33. (Foto: Cristiane Luza)


Por: Cristiane Luza 

Uma queima de pneus bloqueou temporariamente o trânsito na BR-386, próximo a um dos trevos secundários de acesso a Frederico Westphalen, por volta das 5 horas desta quinta-feira, 30 de julho. Meia pista ficou interrompida devido ao protesto.


No local, ainda foi pendurado um boneco com o fardamento da Brigada Militar (BM), com uma banana de dinamite amarrada à perna direita, e uma faixa dizendo "Gov, canalha! Se é terrorismo que o sr. quer, então é isso que terá!".

Policiais da Brigada Militar estiveram no trecho para orientar o trânsito. Já o Corpo de Bombeiros fez o rescaldo e removeu os pneus da pista.


Os servidores do Estado do Rio Grande do Sul garantem que paralisarão as atividades na próxima segunda-feira, 3 de agosto, devido ao parcelamento de salários. Eles só saberão quanto irão receber no dia do pagamento, nesta sexta-feira, 31 de julho.

Caso isso se confirme, será a primeira vez que o governador José Ivo Sartori (PMDB) parcelará os vencimentos do funcionalismo, ameaça com a qual os servidores convivem desde o início do mandato.

Na área da segurança pública, além da redução de 40% das horas extras dos policiais militares, o percurso que as viaturas da Brigada Militar podem fazer por turno de serviço está limitado, o que faz com que os profissionais fiquem mais tempo nos chamados pontos bases, e não em patrulhamento pelas ruas dos municípios.

Na região do 37º Batalhão de Polícia Militar (37º BPM) – com sede em Frederico Westphalen, por exemplo, são 40 quilômetros por turno de serviço, que é de seis horas. Antes, eram feitos entre 90 e 110 quilômetros, como o Folha mostrou em reportagem em fevereiro deste ano.

Na época, o presidente da Associação Beneficente Antonio Mendes Filho (Abamf), Leonel Lucas, expôs que o racionamento de recursos na segurança pública causa preocupação, pois dessa forma, o crime não é evitado. “O governo tem que ser responsabilizado depois. E a população tem que se revoltar também, não só os profissionais. Os PM's querem e tem que trabalhar, mas estamos algemados pelo sistema”, destacou.

Entidade representativa de cabos e soldados da BM, a Abamf estima que o déficit atual da Brigada Militar e do Corpo de Bombeiros seja de dez mil policiais.

Os cerca de dois mil aprovados no último concurso, que iriam repor parte da defasagem de efetivo das duas corporações, não foram chamados para fazer os cursos preparatórios, por conta de um decreto assinado pelo governador no início de 2015, que se refere à contenção de despesas. 

Também foram atingidos pela medida os concursados da Polícia Civil aprovados em 2013, que ainda aguardam as nomeações.








Fonte: FOLHA DO NOROESTE
Fotos: Cristiane Luza

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