Boneco com fardamento da Brigada Militar e faixa com recado ao governo
foram deixados no local
Pneus interromperam o trânsito em meia pista no
quilômetro 33. (Foto: Cristiane Luza)
Por: Cristiane Luza
Uma queima de pneus bloqueou temporariamente o
trânsito na BR-386, próximo a um dos trevos secundários de acesso a Frederico
Westphalen, por volta das 5 horas desta quinta-feira, 30 de julho. Meia pista
ficou interrompida devido ao protesto.
No local, ainda foi pendurado um
boneco com o fardamento da Brigada Militar (BM), com uma banana de dinamite
amarrada à perna direita, e uma faixa dizendo "Gov, canalha! Se é
terrorismo que o sr. quer, então é isso que terá!".
Policiais da Brigada Militar estiveram
no trecho para orientar o trânsito. Já o Corpo de Bombeiros fez o rescaldo e
removeu os pneus da pista.
Os servidores do Estado do Rio Grande
do Sul garantem que paralisarão as atividades na próxima segunda-feira, 3 de
agosto, devido ao parcelamento de salários. Eles só saberão quanto irão receber
no dia do pagamento, nesta sexta-feira, 31 de julho.
Caso isso se confirme, será a primeira
vez que o governador José Ivo Sartori (PMDB) parcelará os vencimentos do
funcionalismo, ameaça com a qual os servidores convivem desde o início do
mandato.
Na área da segurança pública, além da
redução de 40% das horas extras dos policiais militares, o percurso que as
viaturas da Brigada Militar podem fazer por turno de serviço está limitado, o
que faz com que os profissionais fiquem mais tempo nos chamados pontos bases, e
não em patrulhamento pelas ruas dos municípios.
Na região do 37º Batalhão de Polícia
Militar (37º BPM) – com sede em Frederico Westphalen, por exemplo, são 40
quilômetros por turno de serviço, que é de seis horas. Antes, eram feitos entre
90 e 110 quilômetros, como o Folha mostrou em
reportagem em
fevereiro deste ano.
Na época, o presidente da Associação
Beneficente Antonio Mendes Filho (Abamf), Leonel Lucas, expôs que o
racionamento de recursos na segurança pública causa preocupação, pois dessa
forma, o crime não é evitado. “O governo tem que ser responsabilizado depois. E
a população tem que se revoltar também, não só os profissionais. Os PM's querem
e tem que trabalhar, mas estamos algemados pelo sistema”, destacou.
Entidade representativa de cabos e
soldados da BM, a Abamf estima que o déficit atual da Brigada Militar e do
Corpo de Bombeiros seja de dez mil policiais.
Os cerca de dois mil aprovados no
último concurso, que iriam repor parte da defasagem de efetivo das duas
corporações, não foram chamados para fazer os cursos preparatórios, por conta
de um decreto assinado pelo governador no início de 2015, que se refere à
contenção de despesas.
Também foram atingidos pela medida os
concursados da Polícia Civil aprovados em 2013, que ainda aguardam as
nomeações.
Fonte:
FOLHA DO NOROESTE
Fotos: Cristiane Luza
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