Foto: Assessoria de Comunicação HSVP
O câncer de mama representa atualmente no Brasil, 22% dos novos casos de
câncer. A cada 100 mil mulheres, 52 são diagnosticadas com a doença. Esse
número, nas regiões sul e sudeste é superior, no sul são 65 casos para cada
100.000 e no sudeste são 69 casos para cada 100.000. Outro número que preocupa
é que 32 mulheres morrem por dia no Brasil em decorrência do câncer de mama.
Para diminuir esses números, a prevenção e o diagnóstico são fundamentais. Estudos
europeus e americanos apontam que com a mamografia realizada com intervalos
regulares, houve queda entre 25-44% na mortalidade do câncer, sendo dessa forma
o rastreamento mamográfico apontado como uma das grandes realizações médicas do
século passado.
Os médicos radiologistas do Centro de Imagem da Mama (CIM), do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), de Passo Fundo, Dra. Daniele Floss e Dr. Paulo Marcelo, ressaltam que o rastreamento do câncer de mama pode ser feito pelo autoexame, que apesar de ter um custo baixo, requer treinamento e é muito pouco utilizado pelas mulheres, pelo exame clínico que tem custo baixo a moderado, mas nem sempre é acessível e requer treinamento do médico examinador, e pelos métodos de imagem onde se inclui a mamografia, a qual apresenta elevada sensibilidade, mas não se encontra disponível a todas as mulheres, principalmente em países em desenvolvimento como o Brasil. Os especialistas apontam ainda uma nova aliada contra o Câncer de Mama, a Tomossíntesse Mamária. Segundo os médicos, a tomossíntese é uma aplicação avançada da mamografia digital. “Na mamografia são obtidas imagens 2D das mamas, ou seja, a partir de um ponto fixo, sendo que a tomossíntese permite uma avaliação tridimensional da mama, onde é realizada uma varredura da mama, com a obtenção de múltiplas imagens em vários ângulos sequenciais, as quais, são posteriormente processadas e analisadas em uma estação de trabalho dedicada com monitores de alta resolução”, explicam, destacando ainda que os dois exames são realizados de maneira simultânea e a irradiação da mama é feita de tal forma que a dose de radiação resultante é igual às duas projeções obtidas para rastreamento em uma mesma mama.
Dentre as vantagens da tomossíntese os médicos ressaltam que “reduz ou elimina os efeitos da sobreposição de tecido mamário denso na detecção do câncer de mama e na geração de resultados falso-positivos, ou seja, diferenciando de uma simples sobreposição de estruturas glandulares, comum nas mamografias”. Conforme Daniele e Floss, dessa forma, a tomissíntese tem o potencial de refinar a caracterização dos achados mamográficos, reduzir as taxas de reconvocações para complementações e o número de biópsias e, principalmente, de aumentar as taxas de detecção do câncer de mama, sobretudo, em mulheres com mamas densas.
No entanto, para que o rastreamento mamográfico se torne definitivamente uma realidade, e possa efetivamente reduzir a mortalidade pelo câncer de mama, os especialistas salientam que as mulheres precisam ser informadas sobre os benefícios da detecção, aliados ao tratamento precoce da doença, obtendo-se um maior números de vidas salvas e de cirurgias menos agressivas. “Os profissionais da área da saúde precisam conscientizar as pacientes de que a detecção precoce é a maneira mais eficaz de controlar o câncer de mama, reforçando os benefícios dos exames e a sua realização em intervalos regulares a partir dos 40 anos. Além disso, programas amplos de conscientização sobre o rastreamento, possibilitando a detecção e o manejo precoce das mulheres com essas lesões, resultam em tratamento cosmético mais satisfatório e menos agressivo, com menor exposição e necessidade de tratamentos complementares, reduzindo morbidade, mortalidade, e também os custos para as mulheres e para o país”.
Fonte: Rádio Planalto | Passo Fundo
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