Própolis verde é usada no Japão como auxiliar no tratamento do câncer.
Ela mudou a
história de uma planta, que antes era vista como invasora.
Foto: Reprodução
A
própolis verde, usada no Japão como auxiliar no tratamento de pessoas com
câncer, mudou a história da vassourinha-do-campo, uma planta nativa do cerrado
mineiro. Antes tratada como invasora de pastagens, agora é planta de cultivo.
O
Globo Rural mostrou o começo dessa história há 11 anos, quando os cientistas
descobriram que a própolis verde, produzida a partir da vassourinha, tinha
qualidades medicinais extraordinárias. Agora, o repórter Ivaci Matias voltou ao
cerrado mineiro para mostrar como essa própolis está mudando a vida dos
criadores de abelhas da região.
Uma
colmeia bem formada pode abrigar mais de 60 mil abelhas. Durante o dia, elas
entram e saem sem parar, trabalhando na coleta de néctar e pólen para fabricar
seus alimentos, mas algumas operárias são destacadas para extrair resinas
medicinais produzidas pelas plantas. Com a resina, elas fabricam a própolis,
uma massa de cor escura, que serve para matar os fungos e bactérias da colmeia.
Quando
capturam algum inseto invasor, as abelhas cobrem o cadáver com própolis para
mumificá-lo e assim evitar o apodrecimento e a contaminação do ambiente delas.
Desde a antiguidade, o homem aprendeu a manipular esses recursos criados pelas abelhas. Nas múmias do Egito foram encontrados resíduos de própolis usados para conservar os cadáveres. Os sacerdotes da época produziam remédios a base de própolis para combater doenças provocadas por fungos e bactérias.
A descoberta da própolis verde está ampliando os usos desse recurso criado pelas abelhas. Esse tipo de própolis é feito a partir da resina de uma planta nativa do cerrado brasileiro: a vassourinha-do-campo, cujo nome científico é bacárisbaccharis dracunculifolia. O arbusto também é conhecido pelo nome de alecrim-do-campo e era considerado um invasor de pastagem.
Desde a antiguidade, o homem aprendeu a manipular esses recursos criados pelas abelhas. Nas múmias do Egito foram encontrados resíduos de própolis usados para conservar os cadáveres. Os sacerdotes da época produziam remédios a base de própolis para combater doenças provocadas por fungos e bactérias.
A descoberta da própolis verde está ampliando os usos desse recurso criado pelas abelhas. Esse tipo de própolis é feito a partir da resina de uma planta nativa do cerrado brasileiro: a vassourinha-do-campo, cujo nome científico é bacárisbaccharis dracunculifolia. O arbusto também é conhecido pelo nome de alecrim-do-campo e era considerado um invasor de pastagem.
As
abelhas mergulham de cabeça nos brotinhos novos da vassourinha para alcançar as
glândulas internas da planta. Em uma imagem ampliada pelo microscópio é
possível ver os vasos internos da planta onde ela deposita substâncias com
atividades antimicrobianas muito potentes e que podem ajudar o homem na cura e
prevenção de muitas doenças.
Os
poderes medicinais da vassourinha-do-campo e da própolis verde estão sendo
estudados em um laboratório da faculdade de Farmácia de Ribeirão Preto,
da USP, em São Paulo. A equipe de pesquisadores é
liderada pelo doutor Jairo Bastos.
No
Brasil já existem alguns produtos feitos a base da própolis verde, um deles é
um extrato encontrado nas lojas de produtos naturais. Ele contém uma parcela
muito pequena de artepelim C e não é considerado medicamento, mas sim um
suplemento alimentar. É usado, nas doses indicadas, para fortalecer o organismo
durante gripes, resfriados, bronquites e outras doenças infecciosas, mas as
pesquisas para produção de remédios a base de artepelim C puro, já estão
avançadas. No Japão, que é o maior importador de própolis verde do Brasil, a
substância pura já foi isolada e é usada no tratamento de vários tipos de
câncer, mas o alto custo ainda é proibitivo: um grama de artepelim C puro custa
o equivalente a R$ 50 mil.
O
Brasil produz 100 toneladas de própolis verde por ano, 80% vem de Minas Gerais. O município de Bambuí, na
região do Médio São Francisco, concentra o maior número de produtores.
Em
toda essa região, a vassourinha-do-campo surge espontaneamente no meio do
cerrado. Ela ganhou este nome porque é usada como vassoura para limpar os
quintais e também para varrer as cinzas dos fornos de barro, transferindo aos
biscoitos de polvilho um aroma muito agradável.
Hoje
é matéria prima principal para a produção da própolis verde e está mudando a
vida dos apicultores da região.
Só
uma empresa do município de Bambuí recebe
própolis verde de mais de 500 produtores da região. O produto passa por uma
limpeza e é classificado e embalado in natura. Eles também produzem extrato de
própolis vendido a granel ou em frascos.
Os irmãos Odacir e Edeir Ferreira manejam 150 caixas. Cada uma produz uma média de 3 quilos de própolis por ano. A própolis verde é vendida a R$ 140 o quilo, enquanto a comum vale R$ 70.
Os irmãos Odacir e Edeir Ferreira manejam 150 caixas. Cada uma produz uma média de 3 quilos de própolis por ano. A própolis verde é vendida a R$ 140 o quilo, enquanto a comum vale R$ 70.
No
ano passado, eles tiveram uma renda líquida de R$ 40 mil com a venda da
própolis verde, mas estão aumentando a quantidade de caixas e esperam dobrar de
produção dentro de uns dois anos.
Ivaci Matias
Ribeirão Preto, SP
G1 | GLOBO RURAL
Ribeirão Preto, SP
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