Chacina na sede da Pavilhão
Nove deixou oito mortos no sábado.
Facção ordenou execução, diz Polícia Civil.
Facção ordenou execução, diz Polícia Civil.
Velório do corpo de uma das
vítimas da chacina que deixou 8 mortos na sede da torcida Pavilhão Nove
(Foto: Edu Silva/ Futura
Press/ Estadão Conteúdo )
Corpos
de vítimas da chacina na sede da torcida Pavilhão Nove, do Corinthians, foram
velados e enterrados nesta segunda-feira (20) na capital paulista e na região
metropolitana de São Paulo. Ao menos seis corpos foram enterrados nesta manhã.
O
crime ocorreu no sábado (18) na quadra da torcida que fica perto da Ponte dos
Remédios, Zona Norte de São. Testemunhas contaram à polícia que três homens
armados invadiram o local por volta das 23h depois de um dia de festa e
executaram, a tiros, oito homens.
Sobre
o caixão do compositor Mydras Schmidt, de 38 anos, a bandeira da escola de
samba Pérola Negra. Em 2014, ele foi puxador da escola de samba da Vila
Madalena, bairro em que cresceu, e onde seu corpo foi velado. A bandeira da
torcida Pavilhão Nove também estava presente no velório.
Além
de Mydras, foram assassinados Ricardo Junior Leonel do Prado, de 34 anos, André
Luiz Santos de Oliveira, de 29 anos, Mateus Fonseca de Oliveira, de 19 anos,
Fabio Neves Domingos, de 34 anos, Jhonatan Fernando Garzillo, de 21 anos, Marco
Antônio Corassa Junior, de 19 anos, e Jonathan Rodrigues do Nascimento, de 21
anos, foram assassinados.
Segundo
a Polícia Civil, a ordem para
executar os oito torcedores do Corinthians partiu de uma facção criminosa que atua dentro e fora
dos presídios. Dois suspeitos já foram identificados.
Antes da chacina, investigações feitas pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e pelo Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc) apontam que alguns dos mortos comandavam pontos de tráfico de drogas na região da Ceagesp, na Zona Oeste da capital paulista. Eles teriam se desentendido com grupos rivais.
Com base no que as testemunhas relataram, a polícia descarta que a motivação tenha sido uma rixa entre torcidas. Perto dos corpos foram encontradas cápsulas de pistola 9 mm. “Acabaram com a minha vida”, disse a mãe de uma das vítimas ao deixar a sede do DHPP, no Centro.
Antes da chacina, investigações feitas pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e pelo Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc) apontam que alguns dos mortos comandavam pontos de tráfico de drogas na região da Ceagesp, na Zona Oeste da capital paulista. Eles teriam se desentendido com grupos rivais.
Com base no que as testemunhas relataram, a polícia descarta que a motivação tenha sido uma rixa entre torcidas. Perto dos corpos foram encontradas cápsulas de pistola 9 mm. “Acabaram com a minha vida”, disse a mãe de uma das vítimas ao deixar a sede do DHPP, no Centro.
Foto:
Reprodução
Passagem
pela polícia
Fábio Neves Domingos foi um dos 12 presos na tragédia que marcou a estreia do Corinthians na Copa Libertadores da América de 2013, contra o San José, da Bolívia. Na ocasião, o jovem torcedor boliviano Kevin Douglas Beltrán Espada, de 14 anos, foi atingido por um sinalizador da torcida do Corinthians e morreu.
Fábio Neves Domingos foi um dos 12 presos na tragédia que marcou a estreia do Corinthians na Copa Libertadores da América de 2013, contra o San José, da Bolívia. Na ocasião, o jovem torcedor boliviano Kevin Douglas Beltrán Espada, de 14 anos, foi atingido por um sinalizador da torcida do Corinthians e morreu.
No
mesmo ano, depois de ser libertado, ele se envolveu numa briga de torcedores
num jogo entre Vasco e Corinthians, em Brasília. Outra vítima, Mydras Schmidt,
foi puxador de samba da escola Pérola Negra no ano passado.
Sobrevivente
viu execução
A mãe de um dos oito mortos contou ao G1 que um dos sobreviventes da chacina foi enrolado em uma bandeira do time e deixado vivo pelos criminosos. "Disseram para ele que ele tinha sorte que as balas tinham acabado e que ele ficou vivo para contar tudo", relatou. Segundo ela, outros rapazes que estavam no local conseguiram arrombar uma porta e fugir.
A mãe de um dos oito mortos contou ao G1 que um dos sobreviventes da chacina foi enrolado em uma bandeira do time e deixado vivo pelos criminosos. "Disseram para ele que ele tinha sorte que as balas tinham acabado e que ele ficou vivo para contar tudo", relatou. Segundo ela, outros rapazes que estavam no local conseguiram arrombar uma porta e fugir.
Ela
esteve no Instituto Médico-Legal na manhã deste domingo (19) para fazer o
reconhecimento do corpo do filho, e disse que as vítimas foram espancadas antes
de morrer. "Deixaram o rosto e o braço dele todo machucado", afirmou.
Ela preferiu não se identificar por medo de represálias.
Erasmo
Carlos, cunhado de André Luiz de Oliveira, um dos mortos, pediu justiça. Ele
esteve no IML neste domingo. "A gente espera justiça. Isso passa direto na
televisão. Essa violência não pode ficar impune", defendeu.
Maria
Enédna de Abreu, amiga de parentes das vítimas, afirmou que os torcedores eram
boas pessoas. "Não dá pra entender o que aconteceu. Os meninos eram
bons", disse.
Oito pessoas morrem depois
de serem baleadas na sede da Pavilhão 9
(Foto: Edison Temoteo/Futura
Press/Estadão Conteúdo)
Fonte:
Do G1 São Paulo
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