sábado, 25 de abril de 2015

Mais de mil pessoas morrem em terremoto no Nepal

Tremor foi registrado a 77 quilômetros de Katmandu

Mais de mil pessoas morrem em terremoto no Nepal  | Foto: Prakash Mathema / AFP / CP
   Mais de mil pessoas morrem em terremoto no Nepal | Foto: Prakash Mathema / AFP / CP

O forte terremoto que devastou partes do Nepal neste sábado já deixou mais de 1, 2 mil mortos. "O número de mortos no país chegou a 1.170", informou o porta-voz da polícia do país, Kamal Singh Ban. "Os esforços de resgate estão em andamento", acrescentou. Segundo as autoridades, 524 foram encontradas sem vida no Vale do Katmandu. O tremor também deixou 42 mortos na Índia e 13 no Tibete. 

Equipes de emergência se espalharam por todo o país para resgatar as pessoas presas nos escombros de construções que desabaram, e governos do mundo inteiro ofereceram ajuda. Os Estados Unidos anunciaram o envio de uma equipe de socorristas e o desbloqueio de uma ajuda de um milhão de dólares ao país. 

O escritório de assistência a desastres no exterior (OFDA), que faz parte da USAID, "enviará uma equipe de socorristas e assistência em resposta ao terremoto no Nepal, e autorizou a liberação de um milhão de dólares para atender às necessidades mais urgentes", tuitou o diretor do OFDA, Jeremy Konyndyk. Segundo o porta-voz da polícia nepalesa, "foram reportadas mortes em todas as regiões (do país), exceto no extremo oeste. Todos os nossos agentes de segurança foram mobilizados para resgatar e ajudar as pessoas em necessidade". 

Os maiores danos foram registrados em Katmandu, onde o terremoto, que ocorreu por volta do meio-dia local (3h11min de Brasília), desencadeou o pânico entre a população, que saiu às ruas apavorada, e arruinou muitos edifícios. A histórica torre Dharahara, uma das maiores atrações turísticas da cidade, não resistiu aos abalos e seus nove andares vieram abaixo, deixando uma montanha de escombros. Um fotógrafo da AFP acompanhou a retirada de ao menos 12 corpos das ruínas da torre, onde as equipes de resgate seguiam trabalhando. 

"Ao meu redor os muros das casas caíram. Todas as famílias estão do lado de fora, no quintal, amontoadas umas contra as outras, os tremores prosseguem", constatou um correspondente de Katmandu. "Tudo começou a tremer. Tudo caía. As paredes em torno da via principal desabaram. Os portões dos estádios caíram", disse Anupa Shrestha, um morador. 

Um funcionário da embaixada da Holanda na capital do Nepal, Kari Cuelenaere, contou que uma piscina se esvaziou por completo em um hotel onde era celebrada a festa nacional holandesa. "Foi horrível, de repente toda a água saiu da piscina e molhou todas as pessoas, as crianças começaram a gritar", disse. 

O terremoto cortou vias de acesso à capital e provocou danos no aeroporto internacional de Katmandu, que precisou ser fechado por motivos de segurança, segundo seu diretor, Birendra Prasad Shrestha. 

Índia e Bangladesh 

O terremoto durou entre 30 segundos e dois minutos e foi sentido em várias zonas do norte da Índia, confirmou Laxman Singh Rathore, diretor-geral do Departamento Meteorológico indiano, que informou sobre a ocorrência de uma réplica de magnitude 6,6 apenas 20 minutos após o primeiro tremor. Ao menos 42 pessoas morreram na Índia, incluindo 30 no Estado oriental de Bihar. 

"Ainda estamos recolhendo informação e estamos tentando ajudar os afetados, em nosso país e no Nepal", disse no Twitter o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi. Segundo a agência de notícias chinesa Xinhua, 13 pessoas, entre elas uma mulher de 83 anos, morreram no Tibete como consequência do terremoto. O tremor também foi sentido em várias regiões de Bangladesh, provocando cenas de pânico na capital Daca, onde os habitantes saíram correndo às ruas. Em uma fábrica têxtil de Savar, nos arredores de Daca, ao menos 50 trabalhadores ficaram feridos em um tumulto provocado pelo terremoto. 

Em agosto de 1988 um terremoto de 6,8 graus atingiu o leste do Nepal, deixando 721 mortos. E em 1934 um tremor de 8,1 graus de magnitude matou 10.700 pessoas no país e na leste da Índia. 


Fonte: AFP
Correio do Povo

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