Fenômeno deve atingir sul e oeste de
São Paulo e sul de Mato Grosso do Sul
Instabilidades conhecidas por
Complexo Convectivo de Mesoescala (CCM) que se formaram sobre o Paraguai, entre
a noite de ontem e a madrugada (Foto: Divulgação)
O
sudoeste do Paraná contabiliza nesta sexta, dia 7, os prejuízos provocados por
uma forte chuva de granizo que ocorreu na noite de quinta, dia 6, por volta das
20h. As pedras de gelo tinham o tamanho de laranjas e prejudicaram um terço do
município de Ampére.
Segundo
o Sindicato Rural da cidade, cerca de 150 toneladas de uva, que estavam para
ser colhidas, foram destruídas. Outros 20 alqueires de melancia também foram
prejudicados. Os aviários da região e a produção leiteira também somam
prejuízos. Mais de 60 produtores de fumo tiveram as suas lavouras danificadas pelas
pedras.
–
Estamos com 30% da soja saindo do chão neste momento, vai precisar de replantio
por conta dos estragos – explica Adi Rodrigues da Silva, presidente do
Sindicato Rural.
O volume
de chuva acumulado na cidade foi de cerca de 70 milímetros.
– A
chuva foi boa para umidade do solo, só não precisava ter vindo com este granizo
todo – comenta.
Instabilidades
conhecidas por Complexo Convectivo de Mesoescala (CCM) que se formaram sobre o
Paraguai, entre a noite de ontem e a madrugada, foram a razão do transtorno
vivenciado pelos produtores e moradores do sudoeste paranaense.
Fora os
prejuízos na agricultura, cerca de 1500 casas foram destelhadas e centenas de
pessoas tiveram seus veículos danificados. Também choveu forte nos outros
Estados da região Sul e em parte de São Paulo.
– O CCM
é um sistema comum nos meses de primavera e é favorecido pelo atual canal de
umidade da Amazônia – explica a técnica em Meteorologia Patrícia Vieira.
Os
maiores acumulados, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet),
ficaram em 72 milímetros em Frederico Westphalen (RS), 57 milímetros em
Ibitinga (SP), 32 milímetros em Novo Horizonte (SC) e Ilha do Mel (PR) e 29
milímetros em Erechim (RS). Os ventos associados a este sistema chegaram quase
a 100 km/h em Novo Horizonte (SC), e em Dionísio Cerqueira (SC).
Neste
sábado, dia 8, o sistema já avança para o Sudeste, mas ainda deve provocar
chuvas mais contínuas e fracas entre o Paraná e as áreas centro e norte de
Santa Catarina. Por outro lado, o tempo volta a ficar firme e ensolarado no Rio
Grande do Sul. A chuva forte e mais duradoura ficará concentrada no Estado de
São Paulo e sul mineiro.
– Há
chance para queda de granizo entre o sul e o oeste paulistas e sul de Mato
Grosso do Sul – avisa Patrícia.
As
chuvas também atingem os reservatórios paulistas, mas a sensação de abafamento
persiste. Nas demais áreas, as chuvas chegarão no final do dia, após uma tarde
quente, de forma bem mais isolada. Somente o norte do Espírito Santo e de Minas
Gerais é que ainda ficam com tempo completamente seco, algo que deve mudar a
partir do domingo, dia 9.
Pryscilla Paiva | São Paulo (SP
CANAL RURAL
RuralBR
Nenhum comentário:
Postar um comentário