As manifestações da defesa de advogado Sandro Luiz Fernandes, 45 anos, acusado por dois filhos e outros dois familiares podem ter influenciado na desistência da filha do acusado - hoje com 18 anos - em prosseguir com ação indenizatória no Fórum de Bauru.
A ação pedia o pagamento mínimo de R$ 500 mil e, para garantir esse dinheiro, o arresto de dois imóveis pertencentes ao advogado. O pedido já havia sido negado pelo juiz João Thomaz Diaz Parra, da 2ª Vara Civil. Na sexta-feira, logo após a prisão do Sandro, a defesa questionou a ação dizendo ser o "primeiro caso que se tem conhecimento em que, antes de uma ação penal, se promove uma ação indenizatória por danos morais".
A advogada Kamila Zamaro da Silva não foi encontrada para confirmar a decisão. A vítima teria assinado a desistência ontem, no escritório da advogada, que foi indicada pela defensoria pública para representá-la no caso. A expectativa é de que o documento seria protocolado no Fórum de Bauru entre ontem e hoje. A principal motivação para a desistência seria as declarações feitas pelo advogado de defesa Ricardo Bonzetto.
O advogado também alegou desconhecer as provas materiais e testemunhais que a delegada Priscila Bianchini Alferes da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Bauru diz ter contra Sandro Fernandes. Na última semana, a delegada afirmou ter provas suficientes no caso e convicção do envolvimento do advogado.
O pedido de revogação da prisão feito pelos advogados que fazem a defesa de Sandro Fernandes e de sua esposa, Fernanda Fernandes, deverá ser analisado hoje. Caso o pedido seja negado pelo juiz, a defesa deverá entrar com o pedido de um habeas corpus logo em seguida.
Entenda o caso
O advogado Sandro Luiz Fernandes, 45 anos, é acusado de abusar sexualmente da filha de 18 anos, do filho de 9 anos, da cunhada de 18 anos e da sobrinha de 14 anos. Ele já foi presidente da Comissão dos Direitos Humanos da subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Bauru. A polícia investiga se a mulher do advogado, Fernanda Fernandes, teve participação nos crimes.
A filha contou que foi abusada pelo pai dos 8 aos 16 anos. Já a cunhada afirmou ter sido vítima dos 8 aos 10 anos. A sobrinha, terceira vítima, disse ter sido abusada quando tinha 10 anos. A quarta vítima, o filho de Fernandes, hoje com 9 anos, afirmou que os abusos são recentes.
Entres os abusos relatados pelas três primeiras vítimas, segundo a polícia, o advogado apalpava partes íntimas, olhava as crianças no banho pelo buraco da fechadura e fazia sexo oral nelas, além de obrigá-las a pegar em seu pênis.
Fonte: WAGNER CARVALHO / Direto de Bauru / Especial para Terra
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