Pesquisa da Embrapa Clima Temperado (Pelotas/RS) está monitorando a mosca-das-frutas do mediterrâneo (Ceratitis capitata), espécie exótica de praga que causa danos a fruticultores do Sudeste e do Nordeste do Brasil e pode infestar pomares do sul do país.
Os primeiros dados mostram um aumento da população do inseto no entorno das zonas urbanas de cidades do sul do Rio Grande do Sul, apesar de a ameaça ainda não ter chegado aos pomares comerciais da região.
Os primeiros dados mostram um aumento da população do inseto no entorno das zonas urbanas de cidades do sul do Rio Grande do Sul, apesar de a ameaça ainda não ter chegado aos pomares comerciais da região.
“Nossa preocupação é justamente esta, de que a Ceratitis chegue aos pomares daqui e ocorra algo parecido com o que ocorreu no Nordeste, especialmente no Vale do São Francisco, onde a espécie se tornou mais uma praga a atacar as frutas”, explica o pesquisador Dori Edson Nava. “O monitoramento pretende estudar o comportamento de colonização da mosca e evitar que ela se torne um problema para a produção de frutas da região”, complementa.
No Brasil, a principal praga das frutas é a mosca-das-frutas sul-americana (Anastrepha fraterculus), espécie originária do próprio continente. Já a mosca-do-mediterrâneo, como o nome diz, vem de fora e chegou ao país na época da colonização. Inicialmente restrita às cidades, o inseto conseguiu infestar pomares em estados como São Paulo e Pernambuco. Laranjas, pêssegos, mangas e caquis são alguns dos principais alvos dos insetos.
“A preocupação, o trabalho de combate na região é todo feito hoje em cima da Anastrepha. Se a Ceratitis também se estabelecer nos pomares, teremos mais um grande problema”, expõe o pesquisador.
O objetivo da pesquisa da Embrapa é informar os produtores sobre a ameaça e, em caso de uma iminente infestação, dar o alerta para os fruticultores se armarem contra a mosca-do-mediterrâneo. “Assim, poderemos alertar os produtores caso a ameaça se torne real, dando tempo para o fruticultor tomar medidas contra a praga”, explica Nava.
Combate
De acordo com Nava, em caso de infestação, a arma mais indicada contra as moscas – seja a sul-americana ou a do mediterrâneo – é a isca tóxica. Trata-se de aplicar, em partes do pomar, uma substância à base de proteína que servirá de atrativo alimentar ao mesmo tempo em que, carregada com um inseticida, matará o inseto. Como o produto atrai a mosca, não é preciso fazer a aplicação em todo o pomar, como ocorre na aplicação por cobertura – quando o inseticida é aplicado sobre toda a área de cultivo.
“A isca tóxica gera menos resíduos, evita contaminações, utiliza menos produto e é ambientalmente mais adequada”, explica Nava.
O monitoramento da mosca do mediterrâneo vem sendo feito há quatro anos pela Embrapa Clima Temperado e tem como parceiros a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e a Embrapa Uva e Vinho (Bento Gonçalves/RS).
Fonte: Bruno Zamora / Embrapa
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