terça-feira, 7 de junho de 2011

Em nota, Palocci anuncia saída da Casa Civil


Em nota, Palocci anuncia saída da Casa Civil
Crédito: Antonio Cruz/ABr


     O ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, anunciou nesta terça-feira que vai deixar o governo. Em nota publicada nesta tarde, ele confirmou sua saída da pasta após denúncias de enriquecimento ilícito. Segundo uma matéria do jornal Folha de S. Paulo, o patrimônio do ministro teria aumentado 20 vezes entre 2000 e 2006, quando ele atuou como deputado federal. 
     Palocci coordenou a campanha eleitoral de Dilma à presidência e em seguida assumiu a equipe de transição. Esta é a primeira baixa do alto escalão do governo da presidente. A senadora Gleisi Hoffman (PT-PR), mulher do ministro Paulo Bernardo (Comunicações), foi anunciada menos de uma hora depois como a nova titular da pasta.

Abaixo, a íntegra da nota:

     "O ministro Antonio Palocci entregou, nesta tarde, carta à presidenta Dilma Rousseff solicitando o seu afastamento do governo.
     O ministro considera que a robusta manifestação do Procurador Geral da República confirma a legalidade e a retidão de suas atividades profissionais no período recente, bem como a inexistência de qualquer fundamento, ainda que mínimo, nas alegações apresentadas sobre sua conduta.
     Considera, entretanto, que a continuidade do embate político poderia prejudicar suas atribuições no governo. Diante disso, preferiu solicitar seu afastamento."

Entenda o caso

     Uma sequência de denúncias nos principais veículos de imprensa do País acarretou na queda do chefe da Casa Civil. Primeiro, foi o jornal Folha de São Paulo, que publicou reportagem sobre o aumento de 20 vezes do patrimônio do ex-ministro, enquanto era deputado federal por São Paulo.
     Palocci justificou o enriquecimento pelas atividades de sua empresa de consultoria e entregou documentos à Receita Federal e à Procuradoria Geral da República para provar que todo o dinheiro teve origem em negócios lícitos. Apesar disso, o ministro evitou revelar a identidade de seus clientes, mas ressaltou que a empresa de consultoria de sua propriedade, a Projeta, fez contratos apenas com clientes privados sem tirar qualquer tipo de proveito da sua função pública.
     Em meio aos pedidos de explicações, inclusive de representantes da base aliada – entre eles o deputado Raul Pont (PT-RS) –, a revista Veja publicou matéria com nova denúncia: segundo a publicação, o ministro estaria alugando um apartamento há quatro anos na capital paulista, que seria de propriedade uma empresa de fachada, registrada em nome de um laranja. Palocci negou conhecimento dessa negociação e seu advogado afirmou que a responsabilidade pela suposta fraude do imóvel era da imobiliária.

Caseiro derrubou Palocci em 2006


     Outra crise política tirou Palocci do Ministério da Fazenda, em 2006. Ele renunciou em meio a uma série de denúncias de desvio de dinheiro, enquanto era prefeito de Ribeirão Preto e, posteriormente, de envolvimento na quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa. O caseiro havia relatado que o então ministro frequentava a mesma casa em que ex-assessores supostamente mantinham um esquema de tráfico de influência. 
     Palocci, contudo, foi inocentado pela Justiça e estava em alta desde 2008. Foi eleito deputado federal em São Paulo e chegou a ser cotado para concorrer ao governo da capital paulista. Preferiu coordenar a campanha vitoriosa de Dilma. 
     Médico sanitarista de carreira, Palocci começou na política aos 28 anos, ao se candidatar a vereador. Elegeu-se para todos os cargos aos quais concorreu, e essa força política o ajudou na retomada da carreira política. 

Fonte: Correio do Povo

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