quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Câmara aprova urgência para lei que aumenta autonomia dos partidos ao TSE

Siglas poderiam manter registro mesmo com contas julgadas "não prestadas ou desaprovadas"

Siglas poderiam manter registro mesmo com contas julgadas
   Siglas poderiam manter registro mesmo com contas julgadas "não prestadas ou desaprovadas"
   Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados / CP

A Câmara dos Deputados aprovou, por314 votos a 17 nesta terça-feira, o pedido de urgência para votar lei que diminui o poder de fiscalização do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre os partidos políticos. A proposta, do deputado Maurício Quintella Lessa (PR-AL), argumenta buscar maior autonomia para as siglas e permite que mantenham registro partidário mesmo quando têm as contas julgadas como "não prestadas ou desaprovadas".

Com a aprovação do regime de urgência, o projeto poderá ser analisado em Plenário nesta quarta-feira. O deputado Chico Alencar (Psol-RJ) criticou o pedido de urgência por entender que a proposta diminui a vigilância sobre os partidos políticos. “Sob a capa de assegurar autonomia, acaba retirando prerrogativas importantes do órgão fiscalizador, que é a Justiça Eleitoral. Outro elemento do projeto é que ele acaba liberando os órgãos de direção para nunca prestar contas”, disse Alencar.

O deputado Hildo Rocha (PMDB-MA) também criticou o fato de a proposta mudar a regra para a prestação de contas do Fundo Partidário. “É dinheiro público”, disse.

Já o líder da Minoria, deputado José Guimarães (PT-CE), disse que a lei vai acabar com a judicialização das eleições. “Estamos ratificando a Constituição, que dá autonomia aos partidos. Quando não tem uma lei clara, o TSE cria uma regra. E precisamos evitar essa judicialização”, afirmou.

O deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS), por sua vez, defendeu a aprovação de uma emenda que permita às autoridades filiadas a partidos fazer doações como pessoa física, o que hoje é proibido.


Fonte: Correio do Povo

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